sábado, 28 de março de 2015

História do Sobrenome Zanatta


                                          O Centro Histórico de Pesquisa

 

História do Sobrenome Zanatta

 

No ano de 476 da era cristã, com a queda do império Romano, os ancestrais da família Zanatta encontravam-se vivendo sob o governo guerreiro germânico chamado Odaacro. Odoacro foi suplantado antes do séculoV   por Ceudorico, líder dos Ostrogodos. Sendo sido educado em Constantinopla Ceodorico colocou um alto valor na civilização romana e presidiu sobre o que veio a ser descrita como um "Verão Indiano” para os romanos. Após a sua morte surgiram tumultos e o imperador bizantino Justiniano agarrou a oportunidade de recuperar a Itália, colocando a península em décadas de guerra. Embora o governo pelas tribos germânicas que começaram na Itália em 476 com o supracitado Odoacro, não foi senão até a conquista lombarda no séc VI que os Italianos incluindo os ancestrais da família Zanatta estavam para sentir os efeitos da cultura e  costumes germânicos as quais tinham começado  a influenciar a sociedade italiana, tendo em vista a proliferação de nomes pessoais germânicos.

O grande historiados suíço da renascença, Jacob Burckhardt, atesta que aquele tumulto político sofrido pelos Italianos após a queda do Império romano não atrapalhou sua criatividade artística ou dinamismo econômico. A Itália era de fato o centro cultural e comercial do oeste da Europa, através do séc. XIII ao XVI com muitos dos admiráveis membros da família Zanatta, contribuindo para esse sucesso comercial e artístico. A Itália era a casa de figuras como Dante, Bocácio, da Vinci, Miguel Ângelo, Escarlate, Vivaldi, todos os quais ajudaram a definir a civilização do oeste. A Eventual unificação da Itália que somente ocorreu em 1870, foi o produto de um movimento conhecido como “Risorgimento” (“Ressurgimento”), liderada pelo Piedmoanteses  sob a casa de Savay, que viria a ser mais tarde a casa do governante da Itália para quem, com certeza a família Zanatta prestou lealdade.

Embora hoje em dia a maioria da população da Itália fale o italiano, apesar do uso de diversos dialetos regionais, ainda existentes nos confins da Itália nos encontramos minorias com gregos, albanos, eslovenos, germânicos, catalães, e friulianos, cada um das quais  com suas distinta linguagens, cultura e , é claro nomenclatura . Portanto, a família Zanatta tem aproveitado a vida através dos séc num país enriquecido pelas diversidades de línguas e culturas. É naturalmente, a emigração de milhões de italianos para as América do Norte e do Sul resultou em cultura Italiana tais como a arte culinária e de fato nomes de família que se espalharam nestas regiões.

Pesquisas indicam que  sobrenome Italiano  Zanatta, pertence à categoria de nomes que possui origem patronímica. Quando um nome é derivado de um nome pessoal, ele é geralmente o nome do pai ou da mãe do portador, o qual é adotado e transformado em um nome de família  hereditário fixo. Este nome é então orgulhosamente transmitido de geração para geração, ocasionalmente alterado em sua ortografia ou abreviado, ocasionando uma ligação entre o portador vivo do sobrenome e o portador primogênito original da qual o sobrenome deriva. Na Europa Medieval, antes que um sistema estruturado de sobrenome fosse estabelecido, era pratica comum o uso de um segundo nome, o qual servia como meio de distinguir pessoas que possuíam  o mesmo nome de batismo. Neste caso o sobrenome Zanatta é derivado do nome próprio Zani, forma diminutivo do nome próprio Giovanni. O sobrenome Zanatta significa assim “filha ou descendente de Giovanni”. O Nome Giovanni deriva-se do Hebreu Lachanan, que significa “Deus é Gracioso”. 

Variantes desse sobrenome incluem De Zanetti,Zanatti, Zanassi, Zaninni, entre outros. Umas das mais antigas referencias a esse sobrenome ou a uma variante é o registro de Agostino Zanetti , bispo e professor de direito nascido em 1549. Um portador notável do sobrenome Zanatta ou uma variante foi, entre outras: o Conde Antonio Maria Zanetta. (1716-1778) pintor e arqueologista italiano. A família Zanatta de Crentino recebeu o titulo de Conde  de Cirolo em 1650. As armas apresentadas abaixo, foram concedidas a família Zanatta pelas autoridades apropriadas.

Sob o sistema de nomenclatura romano, o distinguido fundador da linhagem Zanatta deve ter sido identificado por um nome tripartido consistindo de seu nome pessoal, “O nome dos gens” ou “linhagem“ a qual pertencia, é o cognome que distinguia sua família de outros com os mesmos “gens” . Com a queda o império romano no séc IV, voltou a ser costumeiramente empregado somente o nome pessoal e o cognome, omitindo-se o nome dos gens na maioria dos casos. As tribos germânicas que então ocupavam a Itália favoreçam a pratica de se usar um simples nome pessoal , e a família Zanatta juntamente com outras famílias sem dúvidas abandonaria seus nomes romanos tradicionais por esses  usados por seus novos governantes. Durante a idade média, quando o sobrenome italiano, como o da notável família Zanatta, estava se formando, as tradições  heraloícas  italiana também estavam tomando forma . Uma destas tradições foi aquela de se colocar uma carga sobre o escudo que aludia a um certo evento histórico,. Por exemplo àqueles membros da família Zanatta que podem ter tomado parte no conflito  Guelfas e Gibellinos devem portar  uma faixa, indicando o lado apoiado. Portanto, membros da família Zanatta não só  portam  um nome distinto mas também o que cada qual significa, a história, a coragem, e os feitos dos que orgulhosamente o portaram   nas gerações passadas.

 

Brasão de Armas: Esquartelado: o primeiro e a quarto de azul, uma flor de Liz de ouro; a segunda e o terceiro de prata, em uma montanha de três cumes, três pinheiros de verde; sobretudo um escudete de ouro, carregado com uma águia estenóida de negro, coroada de ouro.

Timbre: Uma águia estendida de negro coroada de ouro.

Origem: Itália

História do Sobrenome Zanatta


                                          O Centro Histórico de Pesquisa

 

História do Sobrenome Zanatta

 

No ano de 476 da era cristã, com a queda do império Romano, os ancestrais da família Zanatta encontravam-se vivendo sob o governo guerreiro germânico chamado Odaacro. Odoacro foi suplantado antes do séculoV   por Ceudorico, líder dos Ostrogodos. Sendo sido educado em Constantinopla Ceodorico colocou um alto valor na civilização romana e presidiu sobre o que veio a ser descrita como um "Verão Indiano” para os romanos. Após a sua morte surgiram tumultos e o imperador bizantino Justiniano agarrou a oportunidade de recuperar a Itália, colocando a península em décadas de guerra. Embora o governo pelas tribos germânicas que começaram na Itália em 476 com o supracitado Odoacro, não foi senão até a conquista lombarda no séc VI que os Italianos incluindo os ancestrais da família Zanatta estavam para sentir os efeitos da cultura e  costumes germânicos as quais tinham começado  a influenciar a sociedade italiana, tendo em vista a proliferação de nomes pessoais germânicos.

O grande historiados suíço da renascença, Jacob Burckhardt, atesta que aquele tumulto político sofrido pelos Italianos após a queda do Império romano não atrapalhou sua criatividade artística ou dinamismo econômico. A Itália era de fato o centro cultural e comercial do oeste da Europa, através do séc. XIII ao XVI com muitos dos admiráveis membros da família Zanatta, contribuindo para esse sucesso comercial e artístico. A Itália era a casa de figuras como Dante, Bocácio, da Vinci, Miguel Ângelo, Escarlate, Vivaldi, todos os quais ajudaram a definir a civilização do oeste. A Eventual unificação da Itália que somente ocorreu em 1870, foi o produto de um movimento conhecido como “Risorgimento” (“Ressurgimento”), liderada pelo Piedmoanteses  sob a casa de Savay, que viria a ser mais tarde a casa do governante da Itália para quem, com certeza a família Zanatta prestou lealdade.

Embora hoje em dia a maioria da população da Itália fale o italiano, apesar do uso de diversos dialetos regionais, ainda existentes nos confins da Itália nos encontramos minorias com gregos, albanos, eslovenos, germânicos, catalães, e friulianos, cada um das quais  com suas distinta linguagens, cultura e , é claro nomenclatura . Portanto, a família Zanatta tem aproveitado a vida através dos séc num país enriquecido pelas diversidades de línguas e culturas. É naturalmente, a emigração de milhões de italianos para as América do Norte e do Sul resultou em cultura Italiana tais como a arte culinária e de fato nomes de família que se espalharam nestas regiões.

Pesquisas indicam que  sobrenome Italiano  Zanatta, pertence à categoria de nomes que possui origem patronímica. Quando um nome é derivado de um nome pessoal, ele é geralmente o nome do pai ou da mãe do portador, o qual é adotado e transformado em um nome de família  hereditário fixo. Este nome é então orgulhosamente transmitido de geração para geração, ocasionalmente alterado em sua ortografia ou abreviado, ocasionando uma ligação entre o portador vivo do sobrenome e o portador primogênito original da qual o sobrenome deriva. Na Europa Medieval, antes que um sistema estruturado de sobrenome fosse estabelecido, era pratica comum o uso de um segundo nome, o qual servia como meio de distinguir pessoas que possuíam  o mesmo nome de batismo. Neste caso o sobrenome Zanatta é derivado do nome próprio Zani, forma diminutivo do nome próprio Giovanni. O sobrenome Zanatta significa assim “filha ou descendente de Giovanni”. O Nome Giovanni deriva-se do Hebreu Lachanan, que significa “Deus é Gracioso”. 

Variantes desse sobrenome incluem De Zanetti,Zanatti, Zanassi, Zaninni, entre outros. Umas das mais antigas referencias a esse sobrenome ou a uma variante é o registro de Agostino Zanetti , bispo e professor de direito nascido em 1549. Um portador notável do sobrenome Zanatta ou uma variante foi, entre outras: o Conde Antonio Maria Zanetta. (1716-1778) pintor e arqueologista italiano. A família Zanatta de Crentino recebeu o titulo de Conde  de Cirolo em 1650. As armas apresentadas abaixo, foram concedidas a família Zanatta pelas autoridades apropriadas.

Sob o sistema de nomenclatura romano, o distinguido fundador da linhagem Zanatta deve ter sido identificado por um nome tripartido consistindo de seu nome pessoal, “O nome dos gens” ou “linhagem“ a qual pertencia, é o cognome que distinguia sua família de outros com os mesmos “gens” . Com a queda o império romano no séc IV, voltou a ser costumeiramente empregado somente o nome pessoal e o cognome, omitindo-se o nome dos gens na maioria dos casos. As tribos germânicas que então ocupavam a Itália favoreçam a pratica de se usar um simples nome pessoal , e a família Zanatta juntamente com outras famílias sem dúvidas abandonaria seus nomes romanos tradicionais por esses  usados por seus novos governantes. Durante a idade média, quando o sobrenome italiano, como o da notável família Zanatta, estava se formando, as tradições  heraloícas  italiana também estavam tomando forma . Uma destas tradições foi aquela de se colocar uma carga sobre o escudo que aludia a um certo evento histórico,. Por exemplo àqueles membros da família Zanatta que podem ter tomado parte no conflito  Guelfas e Gibellinos devem portar  uma faixa, indicando o lado apoiado. Portanto, membros da família Zanatta não só  portam  um nome distinto mas também o que cada qual significa, a história, a coragem, e os feitos dos que orgulhosamente o portaram   nas gerações passadas.

 

Brasão de Armas: Esquartelado: o primeiro e a quarto de azul, uma flor de Liz de ouro; a segunda e o terceiro de prata, em uma montanha de três cumes, três pinheiros de verde; sobretudo um escudete de ouro, carregado com uma águia estenóida de negro, coroada de ouro.

Timbre: Uma águia estendida de negro coroada de ouro.

Origem: Itália

Zanatah (Zanatta)


Origem da Palavra Zanatah  (Zanatta)
 
          Zanatah: ( Dialetalmente: Zenàtah). Nome de forma árabe de um dos maiores grupos bérberes, vinculados, pelos genealogistas, com o ramo étnico dos Darisah, e que na história da Barberia medieval teve notável participação. A região habitada pelo Zanatah era, da Tripolitânia ao Marrocos, aquela que compreendia os planaltos de estepes e as margens do deserto, onde em grande maioria viviam vida nômade, constituindo assim aquele tipo turbulento e rebelde, hostil à vida civil e à ordem, cujo contraste com a região civilizada explica grande parte da história norte-africana.
          Foi por isso admitida, por alguns estudiosos, a opinião de os Gétuli da antigüidade, os Zanatah medievais e os grandes nômades árabes dos tempos modernos, sejam as mesmas gentes que constituíram os centros de resistência ao avanço dos vários povos colonizadores.
Os árabes de algumas regiões tunisianas, dos planaltos tunisinos, digo: planaltos algerinos e das planícies maroquinas seriam Zanatah completamente arabizados na língua.
Enquanto o antagonismo entre os tipos de ambientes físico-sociais é um fato certo, deve-se observar que as famílias Zanatah, que penetraram em regiões desenvolvidas, fundaram durante a Idade Média vários principados, entre os quais aquele dos  Äbd al-Waditas de Telimsan e aquele dos Merinidas no Marrocos e tiveram também alguma importância no ordinamento político e para o desenvolvimento cultural. Isto demonstra que o ambiente físico plasma essencialmente a vida destas gentes.
                    Para as línguas faladas pelos Zanatah ainda berberófonos Cfr: Bérberes.
                    Obs: Gétuli; Antiga população da África setentrional. ( Mauritânia e Numídia). (Enciclopédia  Garzanti, edição 63).
          Pesquisa feita em Treviso, em Istrana ( 15 Km) na Vila Lattes. Pelo senhor Zanatah Hilário. Origem da informação: Enciclopédia Trecani. Museu Baillo e Biblioteca comunal (prefeitura) de Treviso.
                    Treviso, aos 07-08-1971
Tradução Frei Antônio Guizzardi e Frei Paulo Fioravante Zanatta.
BERBERE (bé)  S. 2 g. 1. Individuo dos berberes, raça que engloba povos muçulmanos da Africa setentrional. S. m.  2. Língua cananítica, aparentada com antigo libico, hoje dialetalmente muito fragmentada e com muitos traços de influência árabe, falada sobretudo no Saara meridional. Adj. 2 g. 3 Pertencente  ou relativo aos berberes.  ( Dicionário Aurélio. 2º Edição, ampliada Nova Fronteira. RJ.)
O Berbere é falado em dialeto muito numeroso em todas as ramificações do Atlas, e na série de oásis que sucedem por detrás desta cordilheira de montanhas até o Congo.  Outras línguagem do tronco arameano atestam a dominação das nações semíticas.(Hist Univ. de Césare Cantu Vol  X).
BERBERIS. Etnogr. Tribu de la Arabia que habita em las montanãs de Bamian, em el Khorasan Oriental. Suponen algunos que pertenece à la familia de los Hedsaré, aunque estos consideram , de raza inferior à los berberis. ( Enciclopedia Universal Ilustrada EUROPEO AMERICANA).
BERBER, cid. Da alta Núbia na margem direita do Nilo 20.000 h
BERBERE ou Berber, s, m. língua dos berberes. Adj. Relativo aos berberes.
BERBERE, REÇA DA África sentritional, que compreende os Kabylas, os Tuaregues, várias tribos de Marrocos.
KABÝLIA ou Cubila parte da Argélia, habitada pelos Kabylas no departamento de Argel e de Constantinopla. Divide-se em Kabýlas grande e Kabýlas pequenos ou Djurdzura contorna, como se fosse uma alta muralha, a grande Kabýlia, região agrícola, fértil e bem irrigada.
Os principais cursos de água são: o Isser, o Sahel e o Sabaú, muito laboriosos, são raça berbere. A sua língua embora escrita em caracteres Árabes, continuou berbere. Kabýlia foi conquistada em 1857 pelo marechal francês Randon. Os Kabýlas sublevaram-se várias vezes contra a dominação francesa e foram submetidos definitivamente pela expedição de 1871.
...Quando os azenegues conquistaram Audagoste, a aparência da cidade – “encantadora”, segundo Ibne Hawkal – era a de um vergel. Onde os nômades, muito provavelmente , se guardaram de viver. Acamparavam à sua borda, em tendas ou em precários abrigosde caniço e de ramos. Mas tinham sob controle o acesso à urbe e lhe taxavam o comércio, cuja prática deixavam nas mãos dos zanattas.  Do livro (A ENXADA E A LANÇA ) A África antes dos Portugueses de Alberto da Costa e Silva. Editora Nova Fronteira. Edusp.
ZENATAS. Conjunto de populações de origem berbere que habita o sul da Argélia. Bilbliografia: Grande enciclopédia Larousse Cultural, nova cultura ltda. 1989 nº 24 pag 6053.
 
TUAREGUE, povo nômade, de raça berbere, que habita o Saara, entre os mouros, a oeste, e os Tibus a este. ( TUAREGUE é o plural de Targui). Os Tuargues dividem-se num certo número de confederações, as principais das quais são os Azgher, os Ahaggar e os Auellimiden. São salteadores, cujos ataques tornam pouco segura a travessia do Saara.
GETÚLIA, antiga região da África ao sul do atlas, entre, a Numídia e a Mauritânia, hoje Biled-ul-Djerid ( região das tâmaras), parte sul de Marrocos.
GÉTULOS, povo berbere da África antiga, habitantes da Getúlia e de que descendem , segundo se crê, os atuais Kabylas.
LELLO UNIVERSAL EM 4 VOLUMES, Editores proprietários da Livraria Chardron; rua dascarmelitas, 144. Porto.
 
BERBERE (BÉ) adj. m.e.f. (ár barb Etnol. Relativo aos berberes. S. m. e f. Indivíduo dos berberes. 1. Ramo da família lingüistica afro-asiática, que compreende línguas faladas por minorias do Norte da África e do Saara.
2. Qualquer uma dessas línguas ou conjuntos delas, considerado uma só língua com numerosos dialetos. S. m. pl.  Povo caucasóide do Norte da África, ao oeste de Tripoli, estreitamente relacionado aos europeus meridionais, egípcios e etíopes.
DICIONÁRIO BRASILEIRO DA LINGUA  PORTUGUESA, Companhia melhoramentos de      São Paulo 14º. Vol 1º. Edição, 1995.
 
 




Berbere. Conjunto de etnias de línguas berbere que habitam a África do Norte. O problema da origem dos berberes, que ás vezes são consideradas como população original da áfrica do \norte, ainda não está resolvido. Divididos em numerosas tribos rivais, mas  capazes de se unirem momentaneamente contra os estrangeiros, os berberes (nasamons e psilos da Líbia, garamantes do Saara, númidos, getulos e mouros do Maghreb) não constituíram estados centralizados e duradouros. Os poderosos reinos númidas de Masinissa e de Jugurta e o reino mautirânio de Juba II foram exceções. Os berberes sofreram a influência civilizada de Cartago e, em menor medida, de Roma. Os berberes opuseram aos árabes uma resistência feroz (feitos da lendária Kahina ou maciço de Aurès), que retardou a conquista. A Islamização fez grandes progressos no início do séc. VIII, e os berberes formaram o grosso das tropas que conquistaram a Espanha. No Maghreb, opusera-se ao poder central árabe, adotando doutrinas religiosas cismáticas: kharidjismo (século VIII-IX), xiismo fatímida ( séc X). Duas dinastias berberes chegaram a unir a áfrica do norte sob sua autoridade: os almorávidas (nômades do grupo dos sanhadjas) e os amôadas (sedentários do grupo dos masmudas). No séc, XIII, o Maghreb foi dividido entre os reinos háfsida, abdaluádida e marínida, cujas soberanos, de origem berbere, adotaram a civilização arábico –andaluza. As tribos berberes escaparam ao controle destes últimos. Formaram as ilhas berberófonas da Argélia e do Marrocos contemporâneos. Grande Enciclopédia Larousse Cultural. Pág 737
Zenatas: conjunto de populações de origem berbere que habita no sul da Argélia. . Grande Enciclopédia Larousse Cultural. Editora Plural Editora e Gráfica. 1999
 
O Berbere é a mais antiga língua conhecida no território da África do Norte, mas suas histórias permanece misteriosa devido à falta de documentos escritos. Foi relacionada ao líbio (do qual se tem mais de mil inscrições ainda mal decifradas) e ao guanche das Canárias (extinto desde o séc. XVII), para se fazer um ramo no seio da família camito-semítica. O berbere é falado por mais de 10 milhões de locutores de uma área geográfica muito vasta, que vai do oeste do deserto egípcio (oásis de Siwah) ao oceano Atlântico. Porém, subsiste apenas em ilhotas mais importantes, ou essencialmente nos desertos e zonas montanhosas menos atingidas pela arabização. Não se trata de uma língua homogênea, mas de um grupo dialetais. Em geral, os beberófonos são bilíngües: o árabe e/ ou o francês, que servem como língua de relação e cultura; as mulheres, entretanto permanecem monolíngües. Os grupos mais importantes vivem no Marrocos (aprox. 40% da população): Alto Atlas, Anti-Atlas, e (Sous) [ chleuh] , Médio Atlas e Rif (tamazit) e na Argélia ( aprox. 20% da pop.) Além da diversidade dialetal, o berbere apresenta uma profunda identidade estrutural: a morfologia e a sintaxe são praticamente idênticas, embora o sistema fônico fundamental tenha sofrido evoluções divergentes (empréstimos do árabe de faringais e laringais) que acabam por mascarar a uniformidade original do léxico. O léxico propriamente berbere é essencial concreto, muito preciso para atividades práticas (criação de animais ou irrigação, por exemplo), mas recorre ao árabe para palavras concernentes à região, à administração  ou  à cultura. O berbere nunca foi uma língua oficial; disperso em dialetos, contaminado pelo árabe, ele mascara um recuo.


 
Origem da Palavra Zanatah  (Zanatta)
          Zanatah: ( Dialetalmente: Zenàtah). Nome de forma árabe de um dos maiores grupos bérberes, vinculados, pelos genealogistas, com o ramo étnico dos Darisah, e que na história da Barberia medieval teve notável participação. A região habitada pelo Zanatah era, da Tripolitânia ao Marrocos, aquela que compreendia os planaltos de estepes e as margens do deserto, onde em grande maioria viviam vida nômade, constituindo assim aquele tipo turbulento e rebelde, hostil à vida civil e à ordem, cujo contraste com a região civilizada explica grande parte da história norte-africana.
            Foi por isso admitida, por alguns estudiosos, a opinião de os Gétuli da antigüidade, os Zanatah medievais e os grandes nômades árabes dos tempos modernos, sejam as mesmas gentes que constituíram os centros de resistência ao avanço dos vários povos colonizadores.
Os árabes de algumas regiões tunisianas, dos planaltos tunisinos, digo: planaltos algerinos e das planícies maroquinas seriam Zanatah completamente arabizados na língua.
Enquanto o antagonismo entre os tipos de ambientes físico-sociais é um fato certo, deve-se observar que as famílias Zanatah, que penetraram em regiões desenvolvidas, fundaram durante a Idade Média vários principados, entre os quais aquele dos  Äbd al-Waditas de Telimsan e aquele dos Merinidas no Marrocos e tiveram também alguma importância no ordinamento político e para o desenvolvimento cultural. Isto demonstra que o ambiente físico plasma essencialmente a vida destas gentes.
Para as línguas faladas pelos Zanatah ainda berberófonos Cfr: Bérberes.
Obs: Gétuli; Antiga população da África setentrional. ( Mauritânia e Numídia). (Enciclopédia  Garzanti, edição 63).
            Pesquisa feita em Treviso, em Istrana ( 15 Km) na Vila Lattes. Pelo senhor Zanatah Hilário. Origem da informação: Enciclopédia Trecani. Museu Baillo e Biblioteca comunal (prefeitura) de Treviso.
                        Treviso, aos 07-08-1971
Tradução Frei Antônio Guizzardi e Frei Paulo Fioravante Zanatta.
 
A leitura de sua pesquisa sobre a origem do seu patronímico me despertou a conveniência de um estimular a completá-la de um estudo sobre a pirataria no mediterrâneo.
Desde os mais remotos tempos (fenícios, gregos) exerciam essa atividade no “mar eclausus” mar mediterrâneo. Essa atividade se estendeu até 1830. Por  muito tempo a atividade foi exercida predominantemente  por habitantes do magreve (Norte da África), de cultura Islâmica. O seqüestro era atividade lucrativa e foi exercida durante séculos contra os navegadores cristãos. Eram  vítimas principais os habitantes do Sul da Europa.
Além dos presos de que eram vítimas  os navegadores os piratas praticavam incursões no litoral meridionais da Europa, as redes urbanas localizadas em lugares de mais fácil defesa ( elevações), muradas  nos contam a história do terror dos habitantes que o aviso dos sinos das Igrejas se encerravam atrás de suas defesas para resistir a cupidez dos agressores.
Não é de estranhar pois que o apelido Zanatah tenha penetrado na península Itálica ou na Sicília durante estas razias maometanas.
            Os contatos de populações nem sempre se realizavam num ambiente de paz. Também em clima bélico podem ser responsável no seu clima de violência pelo surgimento de mestiço e pelo rapto de mulheres. Talvez o nome Zanatah tenha se implantado na península Italiana em conseqüência desse doloroso procedimento que se estendeu como disse através dos séculos.                      Prof. Eduardo Contreras
 BERBERE (bé)  S. 2 g. 1. Indivíduo dos berberes, raça que engloba povos muçulmanos da Africa setentrional. S. m.  2. Língua cananítica, aparentada com antigo libico, hoje dialetalmente muito fragmentada e com muitos traços de influência árabe, falada sobretudo no Saara meridional. Adj. 2 g. 3 Pertencente  ou relativo aos berberes.  ( Dicionário Aurélio. 2º Edição, ampliada Nova Fronteira. RJ.)
O Berbere é falado em dialeto muito numeroso em todas as ramificações do Atlas, e na série de oásis que sucedem por detrás desta cordilheira de montanhas até o Congo.  Outras línguagem do tronco arameano atestam a dominação das nações semíticas.(Hist Univ. de Césare Cantu Vol  X).
BERBERIS. Etnogr. Tribu de la Arabia que habita em las montanãs de Bamian, em el Khorasan Oriental. Suponen algunos que pertenece à la familia de los Hedsaré, aunque estos consideram , de raza inferior à los berberis. ( Enciclopedia Universal Ilustrada EUROPEO AMERICANA).
BERBER, cid. Da alta Núbia na margem direita do Nilo 20.000 h
BERBERE ou Berber, s, m. língua dos berberes. Adj. Relativo aos berberes.
BERBERE, RAÇA DA África sentritional, que compreende os Kabylas, os Tuaregues, várias tribos de Marrocos.
Berbere. Conjunto de etnias de línguas berbere que habitam a África do Norte. O problema da origem dos berberes, que ás vezes são consideradas como população original da África do Norte, ainda não está resolvido. Divididos em numerosas tribos rivais, mas  capazes de se unirem momentaneamente contra os estrangeiros, os berberes (nasamons e psilos da Líbia, garamantes do Saara, númidas, getulos e mouros do Maghreb) não constituíram Estados centralizados e duradouros. Os poderosos reinos númidas de Masinissa e de Jugurta e o reino mautirânio de Juba II foram exceções. Os berberes sofreram a influência civilizadora de Cartago e, em menor medida, de Roma. Os berberes opuseram aos árabes uma resistência feroz (feitos da lendária Kahina ou maciço de Aurès), que retardou a conquista. A Islamização fez grandes progressos no início do séc. VIII, e os berberes formaram o grosso das tropas que conquistaram a Espanha. No Maghreb, opuseram-se ao poder central árabe, adotando doutrinas religiosas cismáticas: kharidjismo (século VIII-IX), xiismo fatímida ( séc X). Duas dinastias berberes chegaram a unir a África do Norte sob sua autoridade: os almorávidas (nômades do grupo dos sanhadjas) e os almôadas (sedentários do grupo dos masmudas). No séc, XIII, o Maghreb foi dividido entre os reinos háfsida, abdaluádida e marínida, cujas soberanos, de origem berbere, adotaram a civilização arábico –andaluza. As tribos berberes das montanhas escaparam ao controle destes últimos. Formaram as ilhas berberófonas da Argélia e do Marrocos contemporâneos. Grande Enciclopédia Larousse Cultural. Pág 737.


 
ZENATAS. Conjunto de populações de origem berbere que habita o sul da Argélia. Bilbliografia: Grande enciclopédia Larousse Cultural, nova cultura ltda. 1989 nº 24 pag 6053.
Berbere: Conjunto de línguas pertencentes à família camito-semítica, faladas pelos berberes. Grande enciclopédia Larousse Cultural, nova cultura ltda. 1989 nº 24 pag 737.
 
...Quando os azenegues conquistaram Audagoste, a aparência da cidade – “encantadora”, segundo Ibne Hawkal – era a de um vergel. Onde os nômades, muito provavelmente , se guardaram de viver. Acamparavam à sua borda, em tendas ou em precários abrigosde caniço e de ramos. Mas tinham sob controle o acesso à urbe e lhe taxavam o comércio, cuja prática deixavam nas mãos dos zanattas.  Do livro (A ENXADA E A LANÇA ) A África antes dos Portugueses de Alberto da Costa e Silva. Editora Nova Fronteira. Edusp.
 
BERBERE (BÉ) adj. m.e.f. (ár barb Etnol. Relativo aos berberes. S. m. e f. Indivíduo dos berberes. 1. Ramo da família lingüistica afro-asiática, que compreende línguas faladas por minorias do Norte da África e do Saara.
2. Qualquer uma dessas línguas ou conjuntos delas, considerado uma só língua com numerosos dialetos. S. m. pl.  Povo caucasóide do Norte da África, ao oeste de Tripoli, estreitamente relacionado aos europeus meridionais, egípcios e etíopes.
 
...Representantes mais puros da raça loura do Norte que várias vezes invadiu o território hoje português. À sua influência sobre a população portuguesa, Fonseca Cardoso atribui a facies mestiça que a cada passo se nota entre os portugueses.
A esses elementos juntaram-se os semito-fenícios, de que o antropólogo português foi achar representada mais puros na população piscatória do litoral interamnense; e entre invasores mais recentes, os judeus, berberes, mouros, alemães, negros, flamengos, ingleses.
Se as invasôes do Sul só fizeram acentuar, como pretende Haddon,( A.C.HADDON, The Races of Their Distribubution, Cambridge, 1929)  os caracteres fundamentais da população indígena, as do Norte trouxeram para a antropologia  portuguesa elementos novos e até antagônicos. Pág 248   Casa-grande &senzala. Gilberto Freire  46º edição Editora Record, Rio de Janeiro – São Paulo 2002
DICIONÁRIO BRASILEIRO DA LINGUA  PORTUGUESA, Companhia melhoramentos de      São Paulo 14º. Vol 1º. Edição, 1995.
 
O Berbere é a mais antiga língua conhecida no território da África do Norte, mas suas histórias permanece misteriosa devido à falta de documentos escritos. Foi relacionada ao líbio (do qual se tem mais de mil inscrições ainda mal decifradas) e ao guanche das Canárias (extinto desde o séc. XVII), para se fazer um ramo no seio da família camito-semítica. O berbere é falado por mais de 10 milhões de locutores de uma área geográfica muito vasta, que vai do oeste do deserto egípcio (oásis de Siwah) ao oceano Atlântico. Porém, subsiste apenas em ilhotas mais importantes, ou essencialmente nos desertos e zonas montanhosas menos atingidas pela arabização. Não se trata de uma língua homogênea, mas de um grupo dialetais. Em geral, os beberófonos são bilíngües: o árabe e/ ou o francês, que servem como língua de relação e cultura; as mulheres, entretanto permanecem monolíngües. Além da diversidade dialetal, o berbere apresenta uma profunda identidade estrutural: a morfologia e a sintaxe são praticamente idênticas, embora o sistema fônico fundamental tenha sofrido evoluções divergentes (empréstimos do árabe de faringais e laringais) que acabam por mascarar a uniformidade original do léxico. O léxico propriamente berbere é essencial concreto, muito preciso para atividades práticas (criação de animais ou irrigação, por exemplo), mas recorre ao árabe para palavras concernentes à região, à administração  ou  à cultura. O berbere nunca foi uma língua oficial; disperso em dialetos, contaminado pelo árabe, ele mascara um recuo.

Origem da Palavra Zanatah (zanatta)


Origem da Palavra Zanatah  (Zanatta)

          Zanatah: ( Dialetalmente: Zenàtah). Nome de forma árabe de um dos maiores grupos bérberes, vinculados, pelos genealogistas, com o ramo étnico dos Darisah, e que na história da Barberia medieval teve notável participação. A região habitada pelo Zanatah era, da Tripolitânia ao Marrocos, aquela que compreendia os planaltos de estepes e as margens do deserto, onde em grande maioria viviam vida nômade, constituindo assim aquele tipo turbulento e rebelde, hostil à vida civil e à ordem, cujo contraste com a região civilizada explica grande parte da história norte-africana.

            Foi por isso admitida, por alguns estudiosos, a opinião de os Gétuli da antigüidade, os Zanatah medievais e os grandes nômades árabes dos tempos modernos, sejam as mesmas gentes que constituíram os centros de resistência ao avanço dos vários povos colonizadores.

Os árabes de algumas regiões tunisianas, dos planaltos tunisinos, digo: planaltos algerinos e das planícies maroquinas seriam Zanatah completamente arabizados na língua.

Enquanto o antagonismo entre os tipos de ambientes físico-sociais é um fato certo, deve-se observar que as famílias Zanatah, que penetraram em regiões desenvolvidas, fundaram durante a Idade Média vários principados, entre os quais aquele dos  Äbd al-Waditas de Telimsan e aquele dos Merinidas no Marrocos e tiveram também alguma importância no ordinamento político e para o desenvolvimento cultural. Isto demonstra que o ambiente físico plasma essencialmente a vida destas gentes.

Para as línguas faladas pelos Zanatah ainda berberófonos Cfr: Bérberes.

Obs: Gétuli; Antiga população da África setentrional. ( Mauritânia e Numídia). (Enciclopédia  Garzanti, edição 63).

            Pesquisa feita em Treviso, em Istrana ( 15 Km) na Vila Lattes. Pelo senhor Zanatah Hilário. Origem da informação: Enciclopédia Trecani. Museu Baillo e Biblioteca comunal (prefeitura) de Treviso.

                              Treviso, aos 07-08-1971

Tradução Frei Antônio Guizzardi e Frei Paulo Fioravante Zanatta.

 

A leitura de sua pesquisa sobre a origem do seu patronímico me despertou a conveniência de um estimular a completá-la de um estudo sobre a pirataria no mediterrâneo.

Desde os mais remotos tempos (fenícios, gregos) exerciam essa atividade no “mar eclausus” mar mediterrâneo. Essa atividade se estendeu até 1830. Por  muito tempo a atividade foi exercida predominantemente  por habitantes do magreve (Norte da África), de cultura Islâmica. O seqüestro era atividade lucrativa e foi exercida durante séculos contra os navegadores cristãos. Eram  vítimas principais os habitantes do Sul da Europa.

Além dos presos de que eram vítimas  os navegadores os piratas praticavam incursões no litoral meridionais da Europa, as redes urbanas localizadas em lugares de mais fácil defesa ( elevações), muradas  nos contam a história do terror dos habitantes que o aviso dos sinos das Igrejas se encerravam atrás de suas defesas para resistir a cupidez dos agressores.

Não é de estranhar pois que o apelido Zanatah tenha penetrado na península Itálica ou na Sicília durante estas razias maometanas.

            Os contatos de populações nem sempre se realizavam num ambiente de paz. Também em clima bélico podem ser responsável no seu clima de violência pelo surgimento de mestiço e pelo rapto de mulheres. Talvez o nome Zanatah tenha se implantado na península Italiana em conseqüência desse doloroso procedimento que se estendeu como disse através dos séculos.                                    Prof. Eduardo Contreras

 BERBERE (bé)  S. 2 g. 1. Indivíduo dos berberes, raça que engloba povos muçulmanos da Africa setentrional. S. m.  2. Língua cananítica, aparentada com antigo libico, hoje dialetalmente muito fragmentada e com muitos traços de influência árabe, falada sobretudo no Saara meridional. Adj. 2 g. 3 Pertencente  ou relativo aos berberes.  ( Dicionário Aurélio. 2º Edição, ampliada Nova Fronteira. RJ.)

O Berbere é falado em dialeto muito numeroso em todas as ramificações do Atlas, e na série de oásis que sucedem por detrás desta cordilheira de montanhas até o Congo.  Outras línguagem do tronco arameano atestam a dominação das nações semíticas.(Hist Univ. de Césare Cantu Vol  X).

BERBERIS. Etnogr. Tribu de la Arabia que habita em las montanãs de Bamian, em el Khorasan Oriental. Suponen algunos que pertenece à la familia de los Hedsaré, aunque estos consideram , de raza inferior à los berberis. ( Enciclopedia Universal Ilustrada EUROPEO AMERICANA).

BERBER, cid. Da alta Núbia na margem direita do Nilo 20.000 h

BERBERE ou Berber, s, m. língua dos berberes. Adj. Relativo aos berberes.

BERBERE, RAÇA DA África sentritional, que compreende os Kabylas, os Tuaregues, várias tribos de Marrocos.

Berbere. Conjunto de etnias de línguas berbere que habitam a África do Norte. O problema da origem dos berberes, que ás vezes são consideradas como população original da África do Norte, ainda não está resolvido. Divididos em numerosas tribos rivais, mas  capazes de se unirem momentaneamente contra os estrangeiros, os berberes (nasamons e psilos da Líbia, garamantes do Saara, númidas, getulos e mouros do Maghreb) não constituíram Estados centralizados e duradouros. Os poderosos reinos númidas de Masinissa e de Jugurta e o reino mautirânio de Juba II foram exceções. Os berberes sofreram a influência civilizadora de Cartago e, em menor medida, de Roma. Os berberes opuseram aos árabes uma resistência feroz (feitos da lendária Kahina ou maciço de Aurès), que retardou a conquista. A Islamização fez grandes progressos no início do séc. VIII, e os berberes formaram o grosso das tropas que conquistaram a Espanha. No Maghreb, opuseram-se ao poder central árabe, adotando doutrinas religiosas cismáticas: kharidjismo (século VIII-IX), xiismo fatímida ( séc X). Duas dinastias berberes chegaram a unir a África do Norte sob sua autoridade: os almorávidas (nômades do grupo dos sanhadjas) e os almôadas (sedentários do grupo dos masmudas). No séc, XIII, o Maghreb foi dividido entre os reinos háfsida, abdaluádida e marínida, cujas soberanos, de origem berbere, adotaram a civilização arábico –andaluza. As tribos berberes das montanhas escaparam ao controle destes últimos. Formaram as ilhas berberófonas da Argélia e do Marrocos contemporâneos. Grande Enciclopédia Larousse Cultural. Pág 7

 

ZENATAS. Conjunto de populações de origem berbere que habita o sul da Argélia. Bilbliografia: Grande enciclopédia Larousse Cultural, nova cultura ltda. 1989 nº 24 pag 6053.

Berbere: Conjunto de línguas pertencentes à família camito-semítica, faladas pelos berberes. Grande enciclopédia Larousse Cultural, nova cultura ltda. 1989 nº 24 pag 737.

 

...Quando os azenegues conquistaram Audagoste, a aparência da cidade – “encantadora”, segundo Ibne Hawkal – era a de um vergel. Onde os nômades, muito provavelmente , se guardaram de viver. Acamparavam à sua borda, em tendas ou em precários abrigosde caniço e de ramos. Mas tinham sob controle o acesso à urbe e lhe taxavam o comércio, cuja prática deixavam nas mãos dos zanattas.  Do livro (A ENXADA E A LANÇA ) A África antes dos Portugueses de Alberto da Costa e Silva. Editora Nova Fronteira. Edusp.

 

BERBERE (BÉ) adj. m.e.f. (ár barb Etnol. Relativo aos berberes. S. m. e f. Indivíduo dos berberes. 1. Ramo da família lingüistica afro-asiática, que compreende línguas faladas por minorias do Norte da África e do Saara.

2. Qualquer uma dessas línguas ou conjuntos delas, considerado uma só língua com numerosos dialetos. S. m. pl.  Povo caucasóide do Norte da África, ao oeste de Tripoli, estreitamente relacionado aos europeus meridionais, egípcios e etíopes.

 

...Representantes mais puros da raça loura do Norte que várias vezes invadiu o território hoje português. À sua influência sobre a população portuguesa, Fonseca Cardoso atribui a facies mestiça que a cada passo se nota entre os portugueses.

A esses elementos juntaram-se os semito-fenícios, de que o antropólogo português foi achar representada mais puros na população piscatória do litoral interamnense; e entre invasores mais recentes, os judeus, berberes, mouros, alemães, negros, flamengos, ingleses.

Se as invasôes do Sul só fizeram acentuar, como pretende Haddon,( A.C.HADDON, The Races of Their Distribubution, Cambridge, 1929)  os caracteres fundamentais da população indígena, as do Norte trouxeram para a antropologia  portuguesa elementos novos e até antagônicos. Pág 248   Casa-grande &senzala. Gilberto Freire  46º edição Editora Record, Rio de Janeiro – São Paulo 2002

Nanetto Pipetta - Tempos Aquiles Bernardi


 Tempo Aquiles Bernardi – Nanetto Pipetta  Continuação)

Frei Arlindo Itacir Battistel * conta como nasceu o personagem : “Frei Aquiles Bernardi era um homem sereno, alegre, vivaz e poderíamos dizer que era um frade feliz. Talvez fosse por isso que ele cultivava tão bem o humorismo. Bernardi não concebeu Nanetto como personagem de livro mas criou-o para um seriado do jornal Stafetta Riograndense. Ele, como sacerdote capuchinho, visitava as capelas dos imigrantes italianos que haviam se estabelecido na inóspida selva rio-grandense sofrendo por causa de uma reviravolta total em suas vidas, a começar pela troca do Hemisfério Norte pelo Hemisfério sul. Para o agricultor, essa troca radical dava um transtorno profundo, pois ele perdia a noção da época de plantio e colheita desde os cereaias até as culturas mais elementares de subsistência. Quando na Itália é inverno aqui no R Grande do Sul é verão. Por  isso, era comum que os imigrantes plantavam milho, trigo, ou outra cultura fora de época. Não colhiam nada. Isto chegava a ser ridículo. Eles desconheciam a forma de lidar corretamente com o corte das árvores e o manejo dos diversos tipo de madeira, além desconheceram completamente o comportamento dos animais selvagens. O desconhecimento do clima e do novo ambiente geral criava para eles situações embaraçosas, crônicas e até trágicas. A primeira coisa que o Frei fazia, ao chegar às capelas, era celebrar as cerimônias religiosas. Depois dedicava um tempo para convivência com os imigrantes, ou colonos como costumava chama-los. Na ocasião eles aproveitavam para contar ao Frei as aventuras e desventuras que lhes aconteciam. Frei Aquiles, visitava outras capelas, contava aos imigrantes o que tinha ouvido contar na capela anterior. Os ouvintes gostavam e aproveitavam para também para contar também as suas peripécias. Dai que frei Aquiles teve a licar brilhante ideia de publicar essas histórias no jornal Staffetta Riograndense. Mas havia um problema: se o Frei publicasse as histórias com nome das pessoas envolvidas, poderia ofendê-las, melindrar seus familiares ou desagradar os parentes. Foi então que o Frei concebeu o personagem Nanetto Pipetta, que representava os personagens reais. Tomava-lhes as histórias, mas deixava-os  no anonimato. Ouvia as histórias e as escrevia. Depois voltava para a capela e lia o escrito para os colonos que faziam observações e emendas. Somente depois disto é que as mandava para a redação. Quando Frei Aquiles publicou as primeiras histórias no jornal, logo foram lidas avidamente pelos imigrantes. Os pais, assinantes do jornal, após o jantar e a reza do terço, passaram a reunir a família ao redor da lareira e ler as aventuras de Nanetto Pipetta em voz alta. A alegria tomava conta dos ouvintes. Gostosas gargalhadas eclodiam noite a dentro. Em seguida os que recebiam  o jornal convidavam os vizinhos – que  não  eram assinantes – para visita-los  à noite, em filó, para ouvirem a leitura  das histórias. Diante delas, tão engraçadas, muitos começaram a assinar o jornal para lê-las em primeira mão. Houve então uma explosão de assinantes fazendo o jornal circular a mil. Por algum  tempo Nanetto foi o motivo pelo qual muitos colonos passaram a assinar o jornal. O sucesso de Nanetto foi total porque: 1º - Eram histórias reais encarnadas em Nanetto Pipetta. 2º - As ciam peripécias não aconteciam só para aqueles que contava as história ao Frei, mas aconteciam situações parecidas para vários outros imigrantes. Estes se sentiam encarnados na história, participantes. 3º - Era um aprendizado. Alertava os leitores para que não caíssem nas mesmas armadilhas em que Nanetto caía. Pipetta fez enorme sucesso porque o personagem estava profundamente enraizado na história do povo. O leitor sentia-se participante e cumplice. Tudo ia bem quando surgiu um problema que se “Invidia Clericorum”, isto é: Inveja Clerical. Seus superiores e o diretor do Staffetta se preocuparam com o sucesso do Frei, na verdade não procuravam isso, pois ele simplesmente queria divertir os imigrantes. Em nome de uma pseudo-intelectualidade do diretor e de um falso conceito de moralidade, entendeu que os artigos de Aquiles eram pobres, levianos, baixos e com certos termos vulgares e, portanto, imorais. Na verdade não havia nada disso. O certo é que o Frei Aquiles com seu Nanetto Pipetta incomodava o diretor do jornal que percorreu o caminho contrário de Frei Aquiles. Este escreveu o seriado do jornal, que depois se transformou em livro. O diretor, de um momento para outro, baixou orem para que Aquiles terminasse o seriado de Nanetto, já que ele publicaria um romance italiano no seu lugar. Aquiles ficou desapontado e muito triste, mas como bom capuchino obedeceu. Para expressar seu protesto, no último artigo do seriado, Aquiles fez Nanetto se afogar no Rio das Antas, sem receber a Unção do Enfermos, que para a época, era uma desgraça, pois representava a possibilidade de condenação eterna. O Staffetta Riograndense passou a publicar o seriado do dito romance em italiano gramatical, língua que  entre os imigrantes, não entendia.  Consequência: as assinaturas do jornal despencaram e houve  uma enxurrada de reclamações e protestos. Em vista disto, após algum tempo, os responsáveis pelo jornal retiram o dito romance italiano e pediram a Frei Aquiles voltar a escrever, mas desta vez, se comicidade, mais sensato, mais educativo. No entanto Aquiles havia pedido a empolgação, pois mataram seu maior tesouro: o senso de humor. Obedeceu e passou a escrever artigos sobre costumes, o progresso e a vida simples dos agricultores. Esses artigos depois  foram coletados num livro que se chama “Nino Fratello de Nanetto”. É um livro bom para entender a vida e os costumes dos imigrantes da época, mas não fez sucesso. O que ficou e continua mesmo é Nanetto Pipetta. Bem mais tarde, Frei Rovílio desafogou Nanetto Pipetta tirando-o do Rio das Antas e fazendo-o ressuscitar com o mesmo nome, o mesmo estilo, mas num ambiente moderno. Vários autores como: Grigolo, Grando, Gardelin e outro passaram a escrever novos seriados de Nanetto Pipetta que foram e estão sendo publicados no Correio Riograndense. Estas estórias estão sendo bem aceitas pelos assinantes na medida que os autores aproximam na medida que os autores aproximam seu personagem fictício aos personagens da vida real. Atualmnte há muitos leitores do Correio Riograndense que apreciam realmente o novo seriado de Nanetto Pipetta que continua bem vivo e sempre renovado.

Bibliografia:Revista INSIEME. A Revista Italianda Daqui. Nº 159 – Março – Marzo 2012.

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São Zeno de Verona


São Zeno de Verona

Nascido Norte da África e faleceu em Verona no dia 12 de abril de 371.

As festas adicionais em Verona são celebradas no dia 12 de maio –traslado de suas relíquias e 6 de dezembro– sua consagração episcopal.

Como em seus sermões Zeno descrevia como uma testemunha ocular o martírio de São Arcadius,  provavelmente ele nasceu na Mauritânea perto de Algéria em torno de 302 DC.

Em  8 de dezembro de 362 no reinado de Juliano São Zeno foi consagrado Bispo de Verona, possivelmente pelo Arcebispo Aussenzius de Milão.Logo após a sua chegada em Verona, ele combateu ferozmente idolatria que havia se espalhado pela cidade e conseguiu até mesmo reduzi-la nas regiões vizinhas onde o paganismo estava muito mais entrincheirado.

Ele se opôs ao Arianismo e defendeu a eterna geração do Verbo, em íntima união com o Espírito Santo o Filho e o Pai.

Seu sucesso em parte se deve a sua notável capacidade como orador. Zeno atraia multidões em seus sermões, 93 dos quais ainda existem, a mais antiga coleção de homilias em Latim que ainda existem. De fato multidões eram tão massivas que Zeno foi obrigado a construir uma catedral maior. Cada Páscoa muitos corações eram convertidos e batizados na nova fé. Ele pregava freqüentemente para um grupo de freiras que viviam em um Convento em Milão e ( muito antes de Santo Ambrósio) ele já encorajava as virgens que viviam em casa a se consagrarem.

Enquanto Zeno tinha a reputação de um pastor muito trabalhador que com o maior zelo construía igrejas, ele é lembrado primeiramente com um escritor eclesiástico especialmente em tópicos como a virgindade de Maria no nascimento do Senhor. Seus sermões são de especial interesse para a informação, e fornecem ao ensinamento do Cristianismo, organização, culto, adoração e a vida no 4º século. Ele salientava a importância dos sacramentos para vida cristã. 

Para  ele   Batismo era o “Sacramento que de verdade que chama os homens mortos para a vida” .

Embora seus sermões nunca mencionaram a Eucaristia ele indiretamente enfatizava a sua importância ao falar “do precioso pão e o vinho que vem da mesa do Pai ” e advertia ao seu rebanho  que “nunca deviam tomar o Sacrifico sem estar preparado porque oferecer o sacrifico sem preparo era sacrilégio e tomando-o assim era  mortal”. São Zeno oferece um conselho prático para a vida cristã. Ele nota que a fé na verdade revelada por Deus era necessária, mas importante para a eterna salvação era a caridade.

Muitos detalhes a cerca da vida de Zeno vem de documento medievais.De acordo com estas historias Zeno gostava de pescar no Rio Adige ( o segundo maior da Itália) que percorre Verona e ele tinha sido um pescador antes de ser consagrado. Por esta razão ele escolhia viver em grande pobreza e reclusão. Pelos seus preceitos e o seu exemplo o povo era liberal nas suas dádivas e as suas casa eram sempre abertas para estrangeiros pobres, às vezes até mesmo desconhecidos e nem chegavam a pedir abrigo. Ele os congratulava em não serem avarentos e guardarem alem do necessário e sim ajudarem aos pobres.

“Para que ser mais rico que o homem que Deus o tem como devedor? ”

Esta inspiração de caridade provou ser vital quando os Godos conquistaram a vizinhança e tomaram vários cativos. O povo de Verona era os que mais ofereciam suas possessões  para resgatar prisioneiros. 

Zeno é tido como tendo salvo Pistoia, Itália da inundação criada pela confluência dos rios Arno e Ombrone no que agora é conhecido como o Passo de Gonfolina e doura feita com narra Gregório o magno,  o milagre que teve lugar dois séculos após a morte de Zeno baseado em testemunhas. Em 589 o Rio Adige ameaçou Verona e o povo correu para a igreja de seu padroeiro Zeno. As águas pareceriam respeitar as  portas e apesar de estarem muito altas( elas ficara tão altas quando as janelas) mas nunca as águas  entraram em sua igreja. A devoção a São Zeno cresceu por este e outros milagres e no reinado de Pepin, filho de Carlos Magno o Bispo Rotadus de Verona, trasladou as relíquias de Zeno para uma nova  e espaçosa  Catedral. Seu corpo hoje está em uma magnífica igreja Romanesca na Itália, a Igreja de São Zeno Magiore em Verona. No “timpanum” sobre a porta oeste está esculpido o santo de pele escura segurando uma vara de pescar enquanto pisa no demônio. A tumba de Zeno é grande, uma cripta do 12 º século onde ele foi colocado depois de estar em várias igrejas.

Na arte litúrgica da Igreja ele  é representado como um Bispo com um peixe ou segurando uma vara de pescar ou segurando o seu báculo. Ele é invocado como protetor das crianças  para falar e andar, e é o padroeiro de Verona.. 

Sua festa é celebrada no dia 12 de abril.

 

 

Filó uma experiência de Paraíso


Filó uma experiência de paraíso

                     Frei Rovílio Costa

 

Nas noite longas de inverno

fiavas vida e sustento:

pungir de um Vêneto eterno

no canto fundo do vento!

(Itálico Marcon, Porto alegre, amanhecer de 26/07/1971)

               O contadino (agricultor), durante os meses de inverno, tinha que permanecer em casa, pois não havia condições de trabalhar na lavoura. Se não  houvesse um trabalho doméstico, a vida se desenrolaria num constante e, por vezes monótono filó. As mulheres tinham o tempo ocupado em preparar refeições, costurar bordar, tricotar, fiar. Os homens também fiavam. A ordenha, para quem tinha vacas leiteiras, o fabrico do queijo, manteiga, requeijão era outra atividade envolvente. Mas a maior pare do tempo era livre. Surgiram, assim, os famosos contadores de histórias, especialmente às crianças para entretê-las. Uma atividade das mães era ensinar os filhos pequenos a decorar o catecismo e muitas orações ensinadas pelos mais velhos e que passaram de geração em geração.

               A palavra filó significa, na Itália, o conjunto de trabalhos manuais que podiam ser executados em casa, no período de inverno. Uma boa atividade era o encontro entre vizinhos. Uma família visitava outra e vice-versa.

               Para quem não tivesse o aconchego dos animais, na estrebaria, anexa à casa, o aquecimento  doméstico tinha que ser feito à base de lenha.

               Impossível seria enfrentar o inverno rigoroso, de muits graus abaixo de zero, sem o aquecimento pelo fogo doméstico.

               Mas escassa era a  lenha e hoje ainda o é nas pequenas borgatas onde ainda não chegou o aquecimento domiciliar. Que fazem, hoje, nessas localidades, as pessoas idosas, os aposentados que ficam em casa  sem o que fazer?  Para economizar lenha, costumavam reunir-se anciões de duas ou três famílias, um dia nesta outro dia naquela casa, até o anoitecer, para assim, queimar lenha numa só casa. À noite, retornando, acendem o fogo para preparar os alimentos e aquecer o ambiente. Em La Valle Agordina “Belluno” em 1984, visitamos um grupo de anciãos de três diferentes famílias, reunidos numa mesma casa, ao redor do fogo, num rigoroso inverno janeiro. As mulheres faziam diferentes costuras e os homens se ocupavam   contando histórias.

               Em nossas colônias não tivemos problemas do frio. Mas o filó passou a ser uma tradição ou uma atividade da noite, ou do anoitecer. Depois de escurecer não dá para trabalhar na lavoura, sentão prepara-se a comida, fica-se conversando, rememora-se o dia passado, os pais aproveitam para uma conversa pedagógica com os filhos e a harmonia se torna completa quando, finda a janta, todos, de joelhos, desfiam as contas do rosário, rezando o terço, agradecendo a Deus pela vida, saúde, colheitas, pedindo a libertação das inteperies e pragas e rezando pelos doentes, pelos falecidos...

               Na colônia, quando se determinava fazer filó em alguma família, juntava-se em casa, procurando chegar umas duas horas antes do horário dessa família ir dormir. Tinha-se o cuidado de chegar na família depois que já tivesse jantado. Aí se ajudava a lavar a louça, se o estivessem fazendo, senão se rezava juntos o terço, se o estiva alguém doente, era costume estivessem rezando. E seguia-se o filó...

               Se houvesse alguém doente, era costume visitar também no horário do filó, mais com visita mais breve e com outro ritual. Chegava-se, visitava-se o doente, ficava-se em filó com os familiares em tempo mais breve. Ao final, se o doente não estivesse dormindo, fazia-se a despedida. O filó era com os familiares, sempre da maneia que não perturbasse o repouso do doente.

               Quando, porém, alguém estava em estado grave de saúde, que demandava a presença de alguém, noite e dia, aí estavam os vizinhos, em rodízio, sobretudo à noite, para auxiliar nesses momentos difíceis.

               O filó era, pois, um momento de harmonia da família com sigo mesma, da família com Deus através da oração, e da família com os vizinhos através de encontros periódicos, ditados pelo bom-senso e pelo nível de amizade entre famílias de costume e tradições próprias. Hoje ainda, festeiros de capelas, presidentes ou distribuir encargos entre associações, quando precisam combinar atividades ou distribuir encargos entre associados, vão fazer filó à noite, e passam a limpo a situação da entidade ou instituição que dirigem.

               Os filós eram momentos privilegiados para a crianças que podiam encontrar-se e brincar  juntas; para os jovens que se instruíam pela conversa dos adultos e também tinham oportunidade de encontro com o bem-amado ou bem-amada; e com os adultos que descorriam sobre as culturas, preços, negócios, a troca de sementes o empréstimo de animais reprodutores, troca de jornadas em tarefas especiais, a necessidade de auxiliar alguma família que necessitava de mão-de-obra, por ter alguém doente. Enfim, o filó era, acima de tudo, uma grande escola de valores humanos e cristãos, de educação para sociabilidade e cidadania.

               A dureza de um dia de trabalho não terminava na subjugação pelo cansaço, mas na harmonia do encontro. Famílias que não se visitassem em filós, eram famílias mal relacionadas.

               O filó era também oportunidade de convidar os vizinhos, por ocasião da safra de pinhão, batata, amendoim, laranjas, nêsperas, pêras... Oportunidade em que se aproveitava o bom vinho caseiro. A sensibilidade sugeria que se convidadesse os vizinhos que não haviam produzido tal e qual produto para compartilhar com eles.

               As épocas de safras, eram oportunidades para convidar os amigos ao filó. Ao tempo da uva, convidava-se alguém que ainda não tinha parreiral, para comer uva e beber o vinho doce. O amendoim, o pinhão, a batata, os crostóli, o vinho, a graspa, o café, as bolachas caseiras, eram comes e bebes corriqueiros nos filós.

               Poder-se-ia citar muitos elementos do filó. Mas, o mais importante é aquele filó não esporádico, mas que acontecia todas as noites na casa de cada colono. O encontro da família, preparando-se para a janta, jantando, lavando a louça, fazendo trança, dobrando palha de milho para cigarros, limpando a casa... em meio a uma conversa panorâmica do dia vivido. A família transformava-se em antecâmara do paraíso quando, no final de tudo, jovens, velhos e crianças se ajoelhavam e rezavam conforme o costume de cada família. Crianças adormeciam sobre os bancos e tinham que ser levados à cama no colo, jovens também pegavam no sono e vinha um sacudão dos pais para acordá-los e reagir ao sono porque precisavam rezar. Ia-se à cama abençoado por Deus, com a esperança de levantar disposto e feliz para um novo dia de trabalho que terminaria com um novo dia de paraíso, com a mesma oração noturna, mas cada dia com motivações e intenções diferentes.

               O trabalho era o sinal do progresso, os frutos do trabalho eram sinal da bênção de Deus. Mas a refeição com todos juntos, com alegria e saúde era sinal da vida, da saúde e do amor entre pais e filhos, e a oração era o grande sinal do paraíso. O filó era, pois, a grande síntese da vida do homem em família, em vizinhança e em relação com Deus.

Bibliografia:

 Nós os Itálicos Gaúchos: Mário Maestri..,{et al.} . – Porto Alegre, Ed Universidade /UFRGS. 1996.