sexta-feira, 29 de abril de 2016

Cancarosa


Sálvia


Sálvia


Sete-Sangria


Vime


Videira


Urtigão-branco


Trapoeraba


tansagem


Cancarosa


A parabóla das varas

A parábola das varas
                            B. M. Curvo Semedo  (Seleta em prosa e verso)
Um velho sábio e prudente,
Vendo-se vizinho da morte,
Chama três filhos que tem,
E fala-lhes desta sorte:

“Eia, vêde, amados filhos
Se quebrais, pois por força ou jeito
Este emblema ;  e tira um molho
De varas de vime feito.

Ao filho mais velho o dá,
Que se propões parti-lo
Mas, por força que emprega
Nunca pode consegui-lo

Pega-lhe o filho segundo,
Destro e valente rapaz,
Que parti-lo não consegue,
Por mais esforços que faz.

Entregam-no ao mais pequeno
Que blasona de mui forte.
Torce-o dobra, cora e sua,
E deixa-o da mesma sorte.

Fracos moços!  Diz o pai,
Vossa fraqueza celebro!
Vêde como desta idade
Essas varas todas quebro.

Depois desatando o molho,
Pronto as varas dividindo,
Com toda a facilidade
Uma a uma as vai quebrando

E diz “Vede neste exemplo,
Filhos de meu coração
Os desastres da discórdia
E as vantagens da união.

Partir não podeis, ò moços
As varas estando unidas
Mas, depois de separadas
São fracas mão partidas

Se unidas vos conservardes,
Assim, ó filhos sereis
E as baldãos ímpios da sorte
Sem custo resistireis:

Mas, se algum dia a desgraça
Vos chegar a desunir,


 Qualquer de vós aos seus golpes
Não poderá resistir.”

Assim o velho proclama
Esta brilhante doutrina,
E no fim de pouco tempo
Sua carreira termina.

Os filhos choram-lhe a morte
Com lamentos deploráveis
Porem lembram-se mui pouco
De seus conselhos saudáveis.

Porque danoso interesse
Em partilha os envolve,
Um credor, outro credor
Os bens paternos dissolve.

Depois, vomitando injúrias,
Uns contra os outros litigam;
E os ministros com prisões
E com multas os castigam

Pobres por fim, noite e dias
Com prantos e queixas amaras,
Recordam, mas sem remédios,
O sábio exemplo das varas.

A União faz a força
                                      Tradução da seleta prosa e verso Alfredo Clemente Pinto 50 ed
Um velho, achando-se as portas da morte , em torno a si congregou seus três filhos, e, apresentado um feixe de varas, disse-lhes:
“Vede se podeis quebrar estas varas assim unidas como se acham. Depois explicar-vos-ei o que  com isso pretendo ensinar-vos”.
O mais velho dos irmãos tomou o molho de varas, e depois de empregar em vão toda a sua força largou-o, assegurando não haver quem o pudesse quebrar.
A todos resistiu o feixe de varas,  sem que uma só estalasse. “Gente fraca” disse o velho, “a-pesar-da minha velhice e de estar já para morrer, vou mostrar-vos quando mais forte do que vos ainda sou”.
Ouvindo estas palavras, creram os moços que seu pai gracejava e se puseram a rir.
Então desatou o velho aquele feixe de varas e sem custo as foi quebrando uma por um.
Nisto que acabais de ver, considerai, meus filhos, os efeitos da concórdia e da união.
Sede, pois, sempre e muitos unidos, caros filhos, amai-vos estremecidamente uns aos outros, que fortes e felizes havereis de ser.”
E, dequele dia por diante, quase em outra coisa não  falou o velho até morrer. Nos bons resultados da união e do amor iam sempre dar as suas conversas.
E, quando sentiu chegada a sua hora final, chamou d novo seus filhos, e lhes falou deste modo:
Queridos filhos, é tempo de deixa-vos! Eu vou reunir-me aos meus antepassados. Recebei a minha benção. Adeus!
“Mas antes que eu morra, prometeram, senão que juraram cumprir os desejos de seu pai.
Então com o semblante radioso de consolação, aquele sábio velho os abençoou  novamente e expirou.
Herança muito considerável, mas cheia de complicação, coube àqueles irmãos, pelos que tiveram de sustentar várias demandas das quais sempre saíram-se vantajosamente, enquanto amigos e unidos.
Mas quão pouco durou aquela união!
O sangue e os conselhos do velho bom pai os inham unidos:  os interesses e a ambição os desuniram.
Chegada a ocasião da partilha e querendo cada um ser mais bem aquinhoado, desuniram-se, e, mais do que isto, inimizaram-se.
E começaram  eles próprios a demandar um contra os outros.
Também novos credores apareceram, que daquela desunião se aproveitaram.
Grande foi então o desconcerto! Um queria acomodar-se e os outros não; e por fim de contas, em pobreza caíram todos, lembrando-se afinal, porém já tarde da sábia lição que com aquele feixe de varas lhes havia dado seu pai.



terça-feira, 26 de abril de 2016

A vida do Irmão Armando Corbellini


A VIDA DO IRMÃO PACÕMIO

Irmão Elvo Clemente (Pucrs)

A VIDA DO IRMÃO PACÔMIO

No dia 1 de junho de 1996, sábado, entregou sua bela alma a Deus na casa são José de Mendes, Rio de Janeiro, Irmão Pacômio, no registro civil Armando Corbellini, que aos longos anos de África assumiu o nome de Armando Cordeiro. Nascido em Garibaldi da tradicional família de Imério Corbellini e Esterina Notari Corbellini nascido em 22-01-1916 no distrito de Araripe Garibaldi. Freqüentou as aulas no Colégio Santo Antônio, depois dirigiu-se para o Instituto Champagnat. Terminada a formação marista e pedagógica iniciou a sua trajetória de professor nos colégios de santa Maria, Rosário, Internato Paranaense, de Curitiba. Em 1948, o Irmão Afonso abria as fundações maristas em Portugal e Moçambique. Irmão Pacômio deixou os pagos e lançou-se à aventura de África; Moçambique e Angola de 1948 a 1975. A chegada gloriosa não imaginava a retirada em fuga 27 anos depois. Voltou ao Brasil para deicar-se à recepção e colocação dos refugiados e fugitivos brancos de Angola e Moçambique que em 1976 se organizavam independentes sob o regime marxista. Milhares de refugiados receberam das mãos do irmão Armando Cordeiro o auxílio, novo assentamento na terra hospitaleiras do Brasil, no Estado do Espírito Santo, no Rio de Janeiro ou alhures. Não tinha descanso do dia ou de noite para atender os refugiados carentes de comida, vestuário, de moradia. A tudo ele acorria para salvar os irmãos necessitados. Nesse trabalho, passaram-se largos dez anos. Depois que as coisas serenaram do lado dos refugiados, Irmão Pacômio ofereceu-se para nova missão – meninos de rua da zona da Tijuca, ali perto do Colégio são José. Longos dias de sacrifícios e privações salvaram e encaminharam dezenas e centenas de jovens para um emprego, para uma vida mais digna e mais útil a ser vivida. Em janeiro último, tendo encerrado a sua missão junto dos meninos de rua, resignou-se a recolher as armas e bagagens na Casa São José, em Mendes, Rio de Janeiro, onde no dia 1º Nossa Senhora foi busca-lo para recompensar-lhes a existência octagenária a serviços dos alunos nos colégios, das comunidades em Angola e Moçambique e na dedicação aos desvalidos. Irmão Pacômio foi uma figura singular como professor, como vigilante de internato, como coirmão e companheiro de estudos e trabalhos. Recordo aquele perfil, severo, feito estátua de pedra que logo se transformava em amigo e confidente. Irmão Pacômio, poeta, para-paraquedista, professor de Língua Portuguesa, beletrista. Soube, como poucos, dedicar o mistério da alma humana nos versos e nos gestos humanitários e fraternais. Descansa o coração inquieto após tantas batidas de amor em prol do bem de tatos, como aconteceu em 1994, em prol dos reféns da Unita, libertados graças ao telefone do Irmão Pacômio ao Savimbi, de que fora protetor e amigo. A generosidade constante e prodigiosa, que acompanhou aos 81 anos e quatro meses do irmão Pacômio.  Armando Corbellini ou Armando Cordeiro, é lição perene para as gerações atuais e futuras, que procurarem trilhar os caminhos do Padre Marelino Champagnat e de Maria Santíssima. Irmão Elvo Clemente é irmão Marista

Irmão Elvo Clemente é irmão Marista

 

sexta-feira, 22 de abril de 2016

IMIGRANTES ITALIANOS

SEJAM TODOS BEM-VINDOS A ESTA PÁGINA! DUAS VEZES
REJEITADOS   E   ESQUECIDOS
PELOS POLÍTICOS DA MÃE ITÁLIA...

Prezado visitante ítalo-brasileiro, Peço-lhe a grande gentileza de ler atentamente todos os textos aqui colocados,
sobretudo porque, para a defesa de seu direito ao reconhecimento da cidadania italiana,
você precisa urgentemente saber dos seguintes fatos:

A imensa maioria dos imigrantes italianos foi praticamente obrigada a abandonar a pátria para sobreviver à fome, à extrema pobreza e a doenças endêmicas como a pelagra, que antes de levar à morte provocava a demência precoce em suas tristes vítimas. Enganados quanto às condições de vida aqui nesta Mérica, não poucos sucumbiram já na própria travessia, feita em viagem de quase um mês enfiados em porões apertados e imundos de navios cargueiros, como verdadeira "carga humana" destinada a substituir na lavoura os escravos negros recém libertados. Essa massa de infelizes foi, assim, rejeitada pelos políticos que conduziam os destinos da Itália unificada; lançada ao esquecimento, foi abandonada à própria sorte. O tempo passou, os sobreviventes aqui se multiplicaram e a grande maioria conseguiu enfrentar as dificuldades e o preconceito e, mantendo-se fiel às origens, transmitir aos descendentes, pelo critério do sangue ("ius sanguinis"), o direito à cidadania italiana. Hoje, no entanto, mais uma vez pela via transversa da proposital burocracia, a Pátria Itália sonega a todos nós, ítalo-brasileiros, o orgulho de exercer esse legítimo direito. Mais uma vez os políticos responsáveis pelos destinos da "Bota", agora uma estrela de importante grandeza na Comunidade Européia,  fazem-na rejeitar seus filhos, dando continuidade à interminável saga dos imigrantes excluídos do exercício do direito à cidadania. Isto porque, conforme matéria copiada abaixo, pouquíssima gente que está na lista de espera dos Consulados da Itália no Brasil conseguirá ver reconhecido seu direito: a previsão de prazo para atendimento em São Paulo, por exemplo, é de 55 anos, o que na prática, tendo em conta a brevidade da vida humana, importa em negar o próprio direito retirando-lhe a efetividade.  Não obstante um tal absurdo, não obstante uma tal enormidade em termos de descaso especificamente endereçado a nós, ítalo-brasileiros, em 26 de março próximo passado o Sr. Romano Prodi, Primeiro Ministro do governo italiano, aterrisou em São Paulo, e no dia 27 foi a Brasília encontrar-se com o presidente Lula, tudo com pompa e circunstância. Não podemos receber bem, muito menos presentear,  um político que veio ao Brasil apenas para tratar de interesses de grandes grupos italianos na exploração do "mercado Brasil".
Não podemos dar sequer boas-vindas a um político que continua nos rejeitando como ítalo-brasileiros, que nos sonega o direito constitucional ao reconhecimento de nossa cidadania italiana. Por favor, prezado visitante, veja as matérias abaixo e saiba que o Senador Edoardo Pollastri, candidato a representar nossos interesses porque era radicado em São Paulo, assim que eleito passou a cortejar apenas os demais países da América Latina, especialmente a Argentina, para o qual se mostra sensível aos mínimos reclamos. Esqueceu-se de nós, voltou-nos as costas porque a ele também só interessa "quanto" os grandes investidores italianos poderão lucrar nesta "Pindorama", infelizmente por ora subjugada ao inescrupuloso projeto petista de "três décadas no poder". Saiba também, caro visitante, que os Conselheiros do CGIE e todos os demais eleitos para nos representar, com honrosas exceções, pouco fazem para mostrar ao Governo a real situação dos Consulados italianos aqui no Brasil, e menos ainda para exigir - pelo menos - tratamento igualitário a outros países, como a Argentina, que conseguiu há quase uma década uma força tarefa para agilizar o processo de reconhecimento da cidadania dos ítalo-argentinos Somos, aos olhos da Itália, cidadãos de segunda categoria, exatamente como nossos pobres, maltratados e esquecidos avós, bisavós e trisavós que a Itália para cá tangeu em situação de extrema penúria.
Assim, até em honra à memória deles, ao sacrifício que fizeram e à coragem que demonstraram, sobretudo para se manterem italianos não obstante os duros tempos da 2a. guerrra mundial, é preciso dar um basta a esses políticos interesseiros e insensíveis! 
Precisamos urgentemente aprender a exigir o cumprimento de nossos direitos, sem medo, sem vassalagem, sem entreguismo, sem dupla face, e principalmente sem segundas intenções!
Qualquer apoio a esta idéia será muito bem vindo e poderá ser veículado neste
LIVRO DE VISITAS, ou remetido a meu endereço de e-mail
leaberaldo@imigrantesitalianos.com.br
Lembre-se de que se não protestarmos com a necessária veemência que a situação impõe não poderemos exercer nosso direito ao reconhecimento da cidadania italiana, que nos está sendo vergonhosamente suprimido. 
Lea Beraldo
São Paulo - SP

  INICIATIVA DO GRUPO VIRTUAL "SOBRENOMESITALIANOS" PARA SENSIBILIZAR
O VICE-MINISTRO FRANCO DANIELI
ACERCA DA INCONSTITUCIONAL VIOLAÇÃO DE DIREITO DOS ÍTALO BRASILEIROS AO
RECONHECIMENTO DA CIDADANIA ITALIANA
(VEJA VERSÃO DA CARTA EM POTUGUÊS ABAIXO)

Lettera Aperta all'Eccellentissimo Signor
Senatore FRANCO DANIELI,
Egregio Vice Ministro degli Affari Esteri d'Italia
(in occasione di sua visita a San Paolo oggi - 18 maggio 2007)



San Paolo (SP)/Brasile, 18 maggio 2007 Anche noi siamo italiani
  Egregio Vice Ministro, Siamo discendenti di italiani emigrati in Brasile tra la fine del 1800 e gli inizi del 1900 -  periodo conosciuto come “La grande emigrazione”, un episodio della storia purtroppo poco conosciuto dai nostri connazionali in Italia. Importante sottolineare che noi discendenti di quelli emigranti italiani ancora ci sentiamo orgogliosi dei nostri avi perché hanno avuto la forza ed il coraggio, propri del popolo italiano, per attraversare l’Oceano alla ricerca di una esistenza più dignitosa per se stessi e la loro famiglia, ai quali la Patria Italia non aveva allora condizioni da offrire. Per noi, questo fu un gesto eroico. Quelli italiani non abbandonarono la loro Patria, invece la portarono con sè, nelle loro vene, nelle loro braccia, nelle loro mani abituate al lavoro pesante, ma principalmente nel loro cuore. Questo sentimento di italianità che non hanno mai perduto, ci è stato trasmesso per ereditarietà genetica ma anche per la convivenza con i nostri padri, nonni e bisnonni fino alla seconda, terza oppure quarta generazione. Questo è il nostro stretto legame con l’Italia. A causa di questo sentimento di italianità possiamo dire con orgoglio che anche noi siamo italiani! Siamo italiani anche perché questo ci assicura la legge n.91, 5 febbraio 1992, per diritto di sangue. Quando i nostri nonni e bisnonni  arrivarono in terra straniera non avevano paura del lavoro, sempre affrontato com audacia, forza di volontà e speranza, con il desiderio di ritornare un giorno al proprio paese. Nonostante l’immensa nostalgia che sentivano per il ricordo dalla Patria, quegli uomini e donne si integrarono a questo Paese in cui noi siamo nati e ora viviamo, lo stesso Paese che i  nostri antenati aiutarono a costruire, creando nuclei di una decina di case, coloni, villaggi, dopo diventati città. Piccoli e grandi città. Difusero la cultura italiana e le sue tecniche e metodologie di lavoro tra la popolazione locale. Ormai siamo avvocati, medici, ingegneri, professori, operai, impiegati, imprenditori, industriali, politici, scrittori, amministratori pubblici o privati, ministri del governo, giuristi ed ogni sorta di professionisti perfettamente integrati alla società brasiliana. Non abbiamo voglia, neanche necessità di andare in folla in Italia per usurpare posti di lavoro ai nostri connazionali. Non abbiamo intenzione di richiedere i benefici dalla previdenza sociale italiana alla quale non abbiamo mai contribuito. Quello che desideramo con la forza del nostro sangue e con perseveranza e determinazione è proprio quello che ci assicura la legge italiana: il riconoscimento della nostra cittadinanza! E questo la burocrazia oppure la diplomazia italiana ci sta negando. Vogliamo avere il piacere di andare in Italia orgogliosi di essere italiani pieni della nostra capacità giuridica, senza necessità di richiedere il permesso di soggiorno per restare in Italia o di entrare nella fila dalla questura per lo stesso motivo. Potere andare in Italia semplicemente per ricostruire la storia delle nostre famiglie, anche per vedere personalmente il luogo dove nacquero i nostri antenati. Da tempo stiamo nella fila di attesa dei consolati. Siamo stanchi di aspettare per tanti e tanti anni che le promesse, rinnovate ogni volta nel cambiamento di governo, divengano realtà. Siamo stanchi di assistere centinaia di persone dormendo sul marciapiede di fronte al Consolato a San Paolo per consegnare la loro richiesta o per chiedere informazioni sul loro processo di riconoscimento della cittadinanza. Siamo veramente stanchi di vedere consolati, come quello a Curitiba che mantiene le porte chiuse fin dal 2005, non permettendo così la consegna di nuove richieste. Siamo stanchi di pensare che dobbiamo aspettare ancora tra i venti e i trent’anni per essere convocati dal Consolato per il conferimento della nostra documentazione, come purtroppo è accaduto in alcuni consolati. Ciò ci fa pensare che il riconoscimento della nostra cittadinanza può ottenersi soltanto post mortem. Dunque, Signor Vice Ministro, pur sapendo che noi siamo una comunità di più di 28 milioni di oriundi, ci sentiamo di rappresentare una forza e una fonte di risorse a disposizione dell’ Italia. In questo modo, chiediamo cortesemente il Suo intervento presso gli organismi governativi  competenti in materia di cittadinanza, al fine di trovare una soluzione urgente e concreta al problema della lunga fila di attesa per il riconoscimento della cittadinanza nei consolati italiani in Brasile, forse 500 mila persone nell’ intero Paese. Vogliamo gradire l'espressione della nostra stima
Tania Rossari
rappresentanti di 1.400 oriundi affiliati al gruppo
SOBRENOMES ITALIANOS
"Genealogia Italiana fatta com amore e rispetto"
http://br.groups.yahoo.com/group/SobrenomesItalianos/ "Non importa il Paese dove viviamo ma il Paese che vive in noi"
(Giuseppe Garibaldi)

Carta Aberta ao Excelentíssimo Senhor
Senador FRANCO DANIELI,
Ilustre Vice-Ministro das Relações Exteriores da Itália
(por ocasião de sua visita a São Paulo hoje - 18 de maio de 2007)



São Paulo, 18 de maio de 2007
  Nós também somos italianos Ilustre Senhor Vice-Ministro,
  Somos descendentes de italianos emigrados para o Brasil entre o final de 1800 e o início de 1900 – período conhecido como “A grande emigração”, um episódio da história que infelizmente é pouco conhecido pelos nossos concidadãos da Itália. É importante ressaltar que nós, descendentes daqueles emigrantes italianos, ainda nos sentimos orgulhosos de nossos antepassados porque tiveram a força e a coragem, próprias do povo italiano, para atravessar o oceano em busca de uma existência mais digna para si mesmos e para a sua família, que a Pátria Italiana ainda não tinha condições de lhes oferecer. Para nós, este foi um gesto heróico. Aqueles italianos não abandonaram a sua Pátria, ao contrário, trouxeram-na com eles, em suas veias, em seus braços, em suas mãos habituadas ao trabalho pesado, mas principalmente em seu coração. Este sentimento de italianidade nunca perdido por eles, nos foi transmitido por hereditariedade genética, mas também pela convivência com nossos pais, avós e bisavós até a segunda, terceira e mesmo quarta geração. Isto representa a estreita ligação que temos com a Itália. Por causa desse sentimento de italianidade podemos dizer com orgulho que nós também somos italianos! Somos também italianos porque isto é o que nos assegura a lei n.º 91 de 5 de fevereiro de 1992, por direito de sangue. Quando nossos avós e bisavós aqui chegaram não tiveram medo do trabalho, sempre o afrontaram com coragem, força de vontade e esperança, movidos pelo desejo de um dia retornarem ao seu próprio País.Porém, não obstante a imensa saudade que sentiam pela Pátria de origem, aqueles homens e mulheres se integraram no País em que nós nascemos e agora ainda vivemos, o mesmo País que nossos antepassados ajudaram a construir criando pequenos núcleos habitacionais, colônias, vilas, depois transformados em cidades – pequenas e grandes cidades – difundindo a cultura italiana, suas técnicas e metodologias de trabalho entre a população local. Atualmente somos advogados, médicos, engenheiros, professores, operários, empregados, empresários, industriais, políticos, escritores, administradores públicos e privados, ministros de Estado, juristas e todo tipo de profissionais, perfeitamente integrados na sociedade brasileira. Não queremos e nem temos necessidade de invadir a Itália, como uma multidão, para usurpar postos de trabalho de nossos concidadãos. Não pretendemos reclamar benefícios de sua previdência social, para os quais nunca contribuímos. Aquilo que desejamos com a força de nosso sangue, com perseverança e determinação é exatamente o que nos assegura a lei italiana: o reconhecimento de nossa cidadania! E isto a burocracia ou talvez a diplomacia italiana está nos negando. Queremos ter o prazer de viajar para a Itália orgulhosos de poder nos sentir italianos com plena capacidade jurídica, sem necessidade de requerer o “permesso di soggiorno” para ali permanecer ou de entrar na fila da “questura” pelo mesmo motivo. Poder ir à Itália simplesmente para reconstruir a história de nossas famílias e para conhecer pessoalmente a pequena cidade onde nasceram nossos antepassados. Estamos na fila de espera dos consulados há muito tempo. Estamos cansados de esperar, por tantos e tantos anos, que as promessas renovadas a cada mudança de governo se transformem em realidade. Estamos cansados de ver centenas de pessoas dormindo na calçada diante do Consulado de São Paulo para entregar o seu requerimento ou para pedir informações sobre o seu processo de reconhecimento da cidadania. Estamos realmente cansados de ver consulados, como o de Curitiba, com as portas fechadas desde 2005, impedindo a entrega de novos requerimentos. Estamos cansados também de pensar que teremos ainda de esperar mais vinte ou trinta anos para sermos convocados pelos consulados para a conferência da nossa documentação. Isto nos faz pensar que o reconhecimento de nossa cidadania só se fará post mortem. Por isso Senhor Vice-Ministro, por saber que representamos uma comunidade de mais de 28 milhões de oriundi, temos consciência de que somos uma força e uma fonte de recursos à disposição da Itália. Desse modo, encarecemos a Vossa Senhoria que interceda em nosso favor perante os órgãos governamentais competentes em matéria de cidadania para que se encontre uma solução urgente e concreta para o problema representado pela longa fila de espera para o reconhecimento da cidadania nos consulados italianos no Brasil, atualmente em torno de 500 mil pessoas em todo o Brasil. Com a mais alta estima e consideração
Tania Rossari
representante de 1.400 participantes do grupo
SOBRENOMES ITALIANOS
"Genealogia Italiana feita com amor e respeito"
http://br.groups.yahoo.com/group/SobrenomesItalianos/ "Não importa o País onde vivemos, mas sim o País que vive em nós"
(Giuseppe Garibaldi)

  ENTREVISTA DE FÁBIO PORTA, ALIADO DO GRUPO VIRTUAL "SOBRENOMESITALIANOS"
NA BUSCA DE SOLUÇÃO PARA O PROBLEMA DA VIOLAÇÃO DO DIREITO DOS ÍTALO-BRASILEIROS
AO RECONHECIMENTO DA CIDADANIA ITALIANA

Filas da Cidadania Cidadania: Sociólogo Fábio Porta afirma que a Itália está à beira da inconstitucionalidade
O sociólogo Fabio Porta (na foto, ao lado do primeiro ministro italiano, Romano Prodi) volta à carga nas críticas contra as chamadas "filas da cidadania" e assegura às revista Insieme que a Itália está à beira da inconstitucionalidade. © Desiderio Peron - Insieme / Asib 
O primeiro ministro Romano Prodi e o sociólogo Fabio Porta. (Foto DePeron)  TEXTO DA ENTREVISTA DE FÁBIO PORTA À REVISTA INSIEME, NÚMERO 100 (ABRIL 2007)





CURITIBA – PR - “Não perder tempo com a retórica da imigração” ítalo-brasileira foi o conselho dado ao primeiro ministro do governo italiano, Romano Prodi, no dia em que ele chegava ao Brasil. “Corriere della Sera” em mãos, já cedo Fábio Porta esperava uma oportunidade para protestar contra o editorial do jornal, assinado pelo ex-embaixador Sergio Romano. À noite, no Círculo Italiano de São Paulo, entregou pessoalmente a Prodi a carta que havia redigido ao editorialista e que já circulava nas agências de notícia italianas. “Caiu minha ficha”, disse Porta depois. “Comecei a compreender que as muitas dificuldades colocadas ao reconhecimento da cidadania italiana ‘ius sanguinis’ talvez sejam mais de ordem cultural que real”. Casado e residente no Brasil, o sociólogo Porta, formado pela Universidade “La Sapienza” de Roma, afirma nesta entrevista ao editor de Insieme que a Itália está à beira da inconstitucionalidade ao negar, na prática, direitos assegurados no papel. Para ele, o inchamento de números é outra evidência da falta de vontade política. Ele analisa este e outros candentes temas de grande interesse para os ítalo-brasileiros e advoga a eleição direta para a escolha dos membros do CGIE - Conselho Geral dos Italianos no Exterior. Dos parlamentares eleitos na América do Sul, como eleitor, ele pergunta: “Onde estão?”
  Que avaliação faz da recente visita de Prodi ao Brasil?  Na política, também os gestos têm valor, e o fato de que a primeira visita de Prodi fora da Europa tenha sido feita ao Brasil e a São Paulo, uma das grandes capitais “italianas” no exterior foi um sinal importante, que não podia passar despercebido. Me pareceu um Prodi menos tenso do que de costume, convencido e feliz de sua presença no Brasil. Em todos os seus encontros envidenciou a forte correspondência entre a presença italiana e as perspectivas políticas e comerciais de integração entre os dois países.
  Quais são as perspectivas políticas e econômicas mais evidentes? Refere-se também ao projeto energético? Sem dúvida, as perspectivas mais interessantes são aquelas que derivam da expansão do mercado mundial de biodiesel, onde o Brasil é já o líder. Logo após a visita de Prodi, visitei com alguns conselheiros do Comites de São Paulo a fábrica Dedini, em Piracicaba, a maior empresa de tecnologia de base e de ponta do setor; o presidente, Mario Dedini, nos mostrou o extraordinário cenário para o Brasil nos próximos anos, e a Dedini é parceiro de empresas italianas: é um dos claros exemplos de como a presença italiana pode ser também útil e estratégica quando se fala das relações comerciais entre os dois países.
  Bem no dia em que chegava ao Brasil, Prodi foi aconselhado a deixar de lado as reivindicações da comunidade ítalo-brasileira sob a alegação de que elas atrapalham as relações entre os dois países. O Senhor discordou de pronto, e por escrito. Por qual motivo e o que lhe disse Prodi a respeito? Sou um leitor atento do “Corriere della Sera”, aliás, há algum tempo também ajudei a empresa responsável pela distribuição no Brasil a sair de uma perigosa crise que nos teria privado da leitura diária do jornal aqui em SP (que junto com Buenos Aires tem este pequeno “privilégio”...). Também por isso senti-me pessoalmente ofendido ao ler o editorial assinado por Sergio Romano no dia da chegada de Prodi ao Brasil. No artigo convidava-se Prodi a “não perder tempo com a retórica da emigração”  representada pela comunidade italiana no Brasil, e a passar aos fatos, isto é, aos negócios... Nem todos sabem que Sergio Romano foi um importante embaixador italiano no exterior e que poucos dias antes daquele editorial esteve exatamente no Brasil. Quero dizer que a minha indignação se devia exatamente ao fato que uma pessoa que conhece bem o peso e o valor da comunidade italiana no exterior, e particularmente no Brasil, não poderia jamais escrever tamanho absurdo!. Escrevi uma carta a Sergio Romano e a entreguei a Prodi, que cumprimentou-me dizendo que eu tinha sido bondoso demais...
  Sem fazer o papel de “Maria ofendida”, sendo o colunista alguém assim tão ligado à diplomacia ou à burocracia italiana, não houve aí uma clara e grave ofensa à comunidade ítalo-brasileira? Creio que sim, e não é a primeira vez que o ‘Corriere’, exatamente através da assinatura da Sergio Romano, ofende os italianos no exterior: já o tinha feito durante a campanha eleitoral, com um péssimo artigo cheio de estereótipos sobre os italianos da Argentina; também então respondi com uma dura crítica. Infelizmente em ambas as oportunidades o jornal não teve a educação e o bom senso de publicar a minha carta. Por sorte, caro Peron, nem todos os diplomatas pensam como ele; veja o que escreve Ludovico Incisa di Camerana (outro conhecido ex-embaixador) no prefácio de seu livro “O Grande Êxodo” , dedicado à emigração: “Na área diplomática procura-se antepor uma separação formal a uma identificação plena com os concidadãos, donde este ambíguo entendimento  que inevitavelmente comporta exceções com o nascimento de relações de amizade frequentemente não correspondidos a nível oficial (...) Não quero justificar-me - conclui o diplomata - mas reconheço que existe um débito moral que procuro saldar relativamente à outra Itália”.   Eis aí uma posição diversa, respeitosa e autocrítica, e não ofensiva e esnobe como aquela de Romano.
  É sabido que a busca pelo reconhecimento da cidadania italiana “iure sanguinis” (uma grande janela para o renascimento de uma italianidade sufocada em outros tempos) constitui-se na principal reivindicação da comunidade ítalo-brasileira. Por qual motivo, a seu ver, esta reivindicação não está sendo atendida a contento? Todos os brasileiros conhecem uma expressão muito simpática que é “caiu a ficha”:  Quando li o artigo de Romano no ‘Corriere’ è “caiu a minha ficha”, ou seja, comecei a compreender que as tantas dificuldades colocadas ao reconhecimento da cidadania ius sanguinis talvez são mais de caráter cultural que real. De outra forma não teria sentido a progressiva redução do pessoal consular destinado ao setor, a obstinada aversão a qualquer tentativa de “terceirizar”  parte do serviço, a não assinatura das convenções com os patronatos, o silêncio sobre a proposta de uma “ força tarefa”, o injustificado e inconstitucional “ fechamento” de alguns consulados...
  Consulados como o de Curitiba estão fechados a novos pedidos de cidadania desde 2005. Não lhe parece que ao arrepio da lei cada cônsul está fazendo um pouco o que bem quer, dependendo da corrente com a qual melhor se afina? É o que acabei de dizer: estamos à beira da inconstitucionalidade, impedir um cidadão de poder gozar de um direito, isto é verdadeiramente grave. E mais grave de tudo é a possibilidade que existam diferenças entre consulados, isto é mesmo inaceitável, além de incompreensível. E a coisa mais grave é que o “ fechamento” do consulado de Curitiba foi feita pelo antecessor do atual cônsul que, se não me engano, tem hoje um papel importante de coordenação da nossa rede consular em todo o mundo.
  Pela legislação em vigor, todo descendente de italiano, italiano é. O reconhecimento é apenas, como a certidão de nascimento, um ato burocrático. Que devem fazer os que não conseguem a “certidão” ou são impedidos até de solicitá-la? Além do político, mais natural, há remédio jurídico para isso? Falo como representante eleito da comunidade italiana (Porta é Vice-presidente do Comites de SP, NdR): ser cidadão quer dizer responder a um conjunto de direitos e deveres; do mesmo modo que o Estado deve exigir o respeito aos deveres é obrigado a garantir o pleno exercício dos direitos. É esta a questão! Não existem direitos “por tempo indeterminado” ou, pior ainda, conforme “critério de um cônsul” . Não quero fazer demagogia nem terrorismo, mas simplesmente repito: “não é sério continuar assim”, sem ter a coragem de enfrentar a situação nem de uma forma nem de outra. Com a conseqüência de diminuir toda a discussão sobre os italianos no exterior, sobretudo no Brasil, ao assunto da cidadania. Preferiria falar de cursos de língua, bolsas de estudo, estágios e treinamentos na Itália, promoção da cultura e dos intercâmbios universitários, intensificação das joint-venture entre jovens empresários italianos e sul-americanos... Por isso me incomodo quando se fala de cidadania, porque não se resolve o problema e não se consegue enfrentar as grandes questões ligadas à presença de nós, italianos no exterior.
  Os consulados reclamam que não têm estrutura, mas de forma geral não aceitam a colaboração dos patronatos ou da comunidade. E quando aceitam, como na questão dos trentinos em Curitiba (na verdade, uma rara exceção), os processos, às centenas ou milhares, ficam dormindo nas gavetas de Roma. Que dizer disso? Quando digo que se trata de um problema “cultural” quero dizer exatamente isto; há uma certa resistência em admitir que existem soluções e que frequentemente o problema “ falta de recursos”  é apenas uma desculpa para não estudá-las e experimentá-las. Trata-se, também, de um certo modo de entender da diplomacia e, portanto, da rede consular: para alguns (como Romano), os diplomatas devem ocupar-se dos grandes sistemas (a assim chamada “alta diplomacia”)  e não dos problemas concretos como aqueles da comunidade italiana na América do Sul. Vejo que também entre os nossos cônsules existem alguns mais propensos a encontrar soluções neste sentido e outros menos; para alguns deles não existe um problema insolúvel, mas apenas uma vontade política por definir.
  Enquanto transita no Parlamento projeto de lei abrindo para o reconhecimento da cidadania italiana também pelo lado materno (antes de 1948), outros, como o senador Edoardo Pollastri, temem que se chegue a Adão e Eva. Que pensa a respeito? Creio que o senador Pollastri não tenha sido feliz em sua expressão, e que quisesse simplesmente dizer que precisaria dar tempos certos para a realização dos processos de cidadania, talvez colocando algum entrave na reconstrução da cidadania. Uma visão pragmática, de empresário, como Polastri é. O problema são os números que são apresentados a cada dia, números grandes (498 mil requerimentos não atendidos no Brasil) mas que frequentemente são aumentados de propósito exatamente por quem pretende eliminar para sempre a cidadania ius sanguinis, coisa que juristas e constitucionalistas entendem como impossível. Eu convidaria a todos, então, e em primeiro lugar o senador Pollastri e a deputada Bafile - ambos do Ulivo - a serem verdadeiramente pragmáticos, defendendo seriamente a proposta já realizada da “força tarefa”  para a eliminação da chamada “fila” e definindo critérios eficientes e rápidos para os novos requerimentos, recorrendo, se for o caso, às convenções com os patronatos e à “terceirização” de parte do serviço, incluindo uma pequena participação econômica dos interessados.
  Como explica as últimas medidas tomadas pelo governo italiano no campo que interfere com o reconhecimento da cidadania (visto, residência, etc.)? Concorda com os que advogam uma lei mais restritiva? Sou o primeiro a afirmar que a corrida à cidadania na Itália (dos que vão para a Itália para obter o reconhecimento do direito - NR) deva ser bloqueada, desencorajada e desincentivada; isto, no entanto, diante de uma ação séria pela solução dos processos de cidadania, sobretudo no Brasil e na Argentina. Fechar aqui e na Itália teria como conseqüência o recrudescimento de fenômenos de corrupção e incentivaria subterfúgios e irregularidades, que precisamos evitar e condenar. Por isto volto a dizer aos nossos políticos e governantes: tenham a coragem de realizar escolhas, porque tudo pode ser feito, exceto deixar a situação como está. A Itália é um grande e sério País e não pode permitir-se o luxo dessa imagem, nem de iludir ninguém com um direito garantido no papel mas que é nagado de fato.
  Esse direito de sangue nos vem desde os romanos? E não é uma das pedras fundamentais da grandeza dessa Itália fora da Itália? Disseste-o bem, tanto que a cidadania ius sanguinis tem raizes exatamente no direito romano, de que nós italianos nos orgulhamos. Sabe onde tinha nascido o grande imperador Adriano? Na Espanha, mas ainda hoje é lembrado como um dos grandes imperadores romanos... Sim, sei, também eu sou nascido na Itália e frequentemente ouço dizer: “Não podemos colocar no mesmo nível quem, como nós, nasceu na Itália e os bisnetos de um italiano que nasceram no Brasil ou na Argentina...” O problema porém não é este; a verdadeira dificuldade é no ver a condição de “duplo cidadão” como um valor agregado, um patrimônio único para a Itália, que se adequadamente valorizado e organizado pode constituir um formidável instrumento de desenvolvimento cultural, econômico e social para o nosso País. Quero ser sincero e não esconder o fato que existem pessoas à procura de um “passaporte europeu” mais que de uma verdadeira “cidadania italiana”; mas então, se este é o problema, estudemos e avaliemos seriamente as formas (que existem) para desencorajar este tipo de procura “oportunística” e ajudar aquela, digamos assim, “legítima”. Argumento que, paradoxalmente, o atual sistema acaba por ajudar o próprio “mercado dos passaportes” contra o qual precisamos nos mobilizar.
  Como avalia o desempenho até aqui visível da representação parlamentar da América do Sul perante o Parlamento italiano? Talvez sou a última pessoa que deveria falar neste sentido. Sou o primeiro dos não eleitos na chapa da Unione à Câmara dos Deputados pela Circunscrição América do Sul e creio que a avaliação dos deputados eleitos deveria ser feita pelos eleitores, isto é, pelos milhares de italianos que votaram na América do Sul. Estou consciente de que foi a “primeira vez”  para todos e que não é fácil responder num ano às expectativas criadas no curso de decênios... Mas como eleitor eu esperava mais determinação, sobretudo sobre a situação da “rede consular”  sul-americana, que se constitui no ponto crucial de todos os serviços oferecidos à comunidade (estudo, trabalho, assistência...). Porque não assumir, por exemplo, que 6 (seis!) consulados gerais no Brasil é pouco e que 8 (oito!) na Suíça talvez são mais que suficiente.... É apenas um exemplo, mas continua a ser o mais importante. Outra reivindicação “de eleitor” aos parlamentares eleitos: visitem mais vossas comunidades, vossos eleitores! Infelizmente o delicado equilíbrio no Senado não deixa a meu amigo senador Pollastri uma tal liberdade de movimentos que lhe permita viajar pelo Brasil ou pela América do Sul, mas os outros? Onde estão? Na sua opinião, o que deve mudar nos Comites? O CGIE deve continuar existindo?  A presença dos parlamentares eleitos no exterior mudou radicalmente o papel desses órgãos que, se não forem reformulados logo, correm o risco de tornarem-se obsoletos, ou seja, velhos e inúteis. O Comites deve tornar-se a verdadeira “Câmara de Vereadores”  dos italianos no exterior, mas para isto deve ter recursos adequados e  estabelecer uma relação real e direta com as exigências da comunidade; também aqui vejo de um lado Comites ativos e propositivos (permitam-se citar aquele de São Paulo, e dizer que a presidente Rita Blasioli sabe trabalhar em equipe e com abnegação em defesa de nossa comunidade, utilizando não apenas o Conselho mas também as comissões de trabalho e as numerosas visitas ao interior...); vejo ao contrário outros Comites adormecidos e distantes da comunidade. Para o CGIE o discurso é ainda mais sério e a reforma mais urgente; sou a favor das eleições diretas dos conselheiros do CGIE, de uma redução do número dos conselheiros e de uma importância maior às reuniões continentais, às quais os presidentes dos Comites deveriam sempre ser convidados.
  Concorda com a tese segundo a qual se a eleição para o CGIE não for direta, é melhor que o órgão seja fechado? Que dizer também do grande número de “biônicos” - isto é, indicados pelo governo? Não creio que o CGIE deva ser extinto, pelo contrário, deveria ser reformado exatamente em função da presença dos 18 parlamentares eleitos no exterior. O CGIE deveria ser o lugar para onde as propostas e reivindicações da comunidade italiana no exterior seriam canalizadas e traduzidas em propostas concretas, também de caráter legislativo, destinadas à avaliação do Parlamento; é claro, porém, menos gongórico e mais concreto: ou seja, menos discursos e mais propostas operacionais. Há quem defenda que o voto direto reduz o peso dos Comites, opinião compreensível, mas de quem nunca participou de uma assembléia de eleição do CGIE, onde os acordos acontecem nos quartos de hotel às 4 horas da manhã e não no confronto de idéias entre Comites e Associações. Quanto aos “biônicos”, eu seria favorável a uma redução do número, mas não de supressão total, uma vez que representam a necessária ligação com órgãos históricos da imigração italiana no mundo, que tiveram e continuam a ter um papel importante e útil para o aumento do poder de representação da Itália fora da Itália.

Itália: mãe ou madrasta?
A idéia da Itália mãe, de vê-la, conhecê-la, tocá-la, na forma de um passaporte ou um certificado de cidadania, enfim, tê-la como mãe e protetora espiritual, ser reconhecido como filho ou poder dizer: eu sobrevivi, carrego teu sangue nas veias, pronuncio palavras do teu idioma que guardo em meu coração como um código secreto para que identifiques o teu filho que tem saudade. Esta idéia, este desejo representa ainda, ou cada vez mais, uma longa e tumultuada espera. Temos saudade da nossa própria história, dos ancestrais cujo rosto não conhecemos, mas o DNA no nosso sangue nos registra italianos.  No subconsciente guardamos a imagem da mãe que chora ao ver o filho partir e nunca mais voltar. Mães que morreram na Itália chamando os filhos pelo nome. A elas restou-lhes o consolo de saber que pelo menos um nome eles trouxeram consigo, já que a maioria era analfabeto, muitas vezes sem documentos, obrigados a viajar clandestinamente. A idéia de retornar ao país de origem, ou ser reconhecido como cidadão italiano, permanece como um sonho que representa o resgate das perdas, dos sofrimentos e do afastamento brutal da pátria mãe.  Parecemos árvores podadas, na memória falta um pedaço, herdamos um vazio nostálgico, um misto de dor e curiosidade: herdamos a missão de resgatar a memória de uma história que não foi escrita e nem reconhecida, mas que para nós foi dita, por isso é bendita. Porém hoje, quando este descendente procura o reconhecimento de sua cidadania depara com dificuldades e barreiras maiores do que o oceano que jogou seus ancestrais aqui: “Buttarsi al mare, per vivere o morrire“. Esta foi a alternativa de nossos antepassados. O sentimento de abandono e o esquecimento continua quando constatamos que nas atuais leis de imigração, o imigrante italiano é tratado como se fosse um estrangeiro qualquer.  A Itália não reconhece a diferença porque esqueceu do sangue e da história de seus filhos, ou seja, não ensinou nas escolas o que foi a emigração de milhares de italianos obrigados a fugir da fome. Os que emigraram foram considerados mortos pelo poder público, e talvez hoje representam um estorvo, algo que dá trabalho, um filho bastardo. Exatamente como faz uma mãe madrasta.  Deveríamos fazer uma pesquisa para descobrir o percentual da população italiana atual, inclusive políticos, que conhecem realmente a história dos irmãos emigrados. Muitas vezes nos vemos obrigados a admitir que somos descendentes de bastardos porque, se o bisavô era clandestino, se morreu analfabeto e o registro de óbito não informa sua origem, como saber se ele veio do Norte, do Sul? Do centro da Itália? Qual a data e local de nascimento? Como saber da nossa origem nestes casos? Peregrinamos de um lado para outro e nos deparamos com a mãe madrasta, coroada de brilhantes burocráticos. Mesmo com a facilidade dos meios de comunicação que temos hoje em dia, os municípios italianos nunca se prontificaram a amenizar esta Via-Sacra. Existem várias maneiras de fazê-lo.  O apego às tradições mantem vivo o elo com a Itália trazida pelos imigrantes italianosOs consulados italianos pelo mundo afora são os que mais têm acúmulo de trabalho. Faltam funcionários, o governo italiano não percebe a importância deste trabalho, não entende que os descendentes, acima de tudo, procuram o elo perdido com sua própria identidade; é a busca sagrada da auto-estima. A grande maioria deles busca o direito de saber que tem origem, que ficou plantada na Itália uma raiz sentimental que lhes pertence. São poucos os descendentes interessados em trabalhar ou estudar na Itália, a grande maioria deseja voltar no tempo, curar as feridas que ficaram abertas. Queremos consolar o pranto das mães que ficaram lá na Itália e ainda choram em nossas mentes. Precisamos cantar e contar esta história aos nossos descendentes. E que eles tenham orgulho da mãe pátria, mesmo que ela seja um pouco madrasta.  Por Neiva Zanatta - Professora e tradutora de italiano.
nzanatta@terra.com.br 
Artigo publicado também no ORIUNDI.NET 25/05/2007
Italia: madre o madrasta?
L´idea d´Italia madre, di vederla, conoscerla, tocarla, attraverso un passaporte o un certificato di cittadinanza, finalmente averla come madre spirituale, essere riconosciuto come figlio o essere in grado di dire: sono soppravissuto, porto tuo sangue nelle mie vene, pronuncio parolle del tuo idioma nascoste nel mio cuore come se fossero un codigo segretto in modo che puoi identificarmi come tuo figlio che ha nostalgia dei suoi. Questa idea, questo desiderio rappresenta ancora, o sempre di più, una lunga e tumultuosa attesa. Abbiamo nostalgia della nostra propria storia, dei nostri ancestrali, di cui, la faccia non la conosciamo, ma il DNA nel nostro sangue ci registra italiani.  Nel subcoscente portiamo l´imagine della madre che piange mentre il figlio parte e non ritorna mai più. Madri che sono morte chiamando i loro figli per suo nome. A queste mamme è rimasto il consolo di sapere che almeno un nome avevano nella partenza, e che questo nome si sono portati insieme, visto che la magioranza era analfabeto, alcuni senza documenti, costretti a viaggiare come clandestini. L´idea di tornare al paese di origine, o essere riconosciuto come un cittadino italiano, rimane come un sogno che rappresenta il riscatto delle perdite, delle sofferenze e del afastamento brutale dalla  patria madre.  Siamo come alberi tagliati, nella memòria manca un pezzo, abbiamo ereditato un vuoto nostalgico, un misto di dollori e curiosità: abbiamo ereditato la missione di riscattare la memoria d´una storia che non è stata scritta , ma che a noi è stata raccontata, per ciò è cosiderata  benedetta. Però oggi, quando i discendente cercano il riconoscimento della loro cittadinanza si sbbatono contro difficultà e barriere maggiori che l´ceano che  gli hanno buttato qui: “Buttarsi al mare , per vivere o morire“.Quest´ è stata l´alternativa dei nostri antenati. Il sentimento d´abbandono e la dimenticanza continua quando ci accorgiamo che nelle attuali leggi d´immigrazione, l´ emmigrato italiano è trattato come se fosse un  straniero qualsiase.  Forse l´Itália non riconosce la differenza perchè si è dimenticata del sangue e della storia dei suoi figli , o sia, non ha insegnato nelle scuole cosa fu l´emmigrazione di migliaglia d´italiani costtretti a fuggìre della fame. Ci sembra che i emmigrati furono considerati morti dal potere pubblico italiano. Magari oggi siamo un disturbo, algo che crea tanto lavoro, come se fossimo dei figli bastardi. Esatamente come fa una madre madrasta.  Sarebbe interessante fare una ricerca per scoprire il percentuale della popolazione italiana atuale, inclusive politici, che realmente conoscono la storia dei fratelli emmigrati. Tante volte ci obbliguiamo a ammetere che siamo discendenti di bastardi perchè, se mio bisnonno è arrivato in Brasile clandestino, se è morto analfabeto ed il  registro di òbito non informa l´origine, come sapere se lui è venuto del nord, del sud ? Del centro d´Itália? Qualle sarebbe il luogo e data della nascita? Come scoprìre la nostra origine in questi casi? Peregriniamo d´un lato al´altro ed inciampiamo con la madre madrasta, coronata con brillanti burocratici. Nonostante le facilità dei mezzi di comunicazione che abbiamo nei giorni d´oggi, i comuni italiani non si sono mai prestati a rendere amena questa Via-Sacra. Esistono varie modi di farlo.  I consolati italiani in tutto il mondo sono affolati, soffrono un´accumulo di lavoro. Mancano funzionari, il governo italiano non percebisce l´importanza di questo lavoro, non capisce che i discendenti, più che altro, stano cercando  il legame perso della propria identità; è la ricerca sacra dell´autostima. La maggioranza di loro desidera  sapere che ha un´origine, che in Italia è rimasta sotto terra una radice sentimentale che a loro appartiene. Sono pochi i discendenti interessati in lavorare o studiare in Italia, la grande maggioranza desidera tornare nel tempo, curare le ferite che sono rimaste apperte. Vogliono confortare il pranto delle mamme che sono rimaste in Italia ed ancora piangono nelle nostre menti.  Vogliamo cantare e raccontare questa storia agli  nostri discendenti. E che loro abbiano orgoglio della madre patria, anche se sia un pò madrasta. Neiva Zanatta è insegnante e traduttrice d´italiano.
nzanatta@terra.com.br
Artigo publicado também no ORIUNDI.NET 25/05/2007
 

Entrevista concedida por SALVADOR SCALIA, Presidente do Comites de Recife,
ao Notiziario NIP - News ITALIA PRESS agenzia stampa
N° 93 - Anno XIV, 22 maggio 2007 
Salvador Scalia: gli oriundi sono maggioranza e l'Italia teme "scontenti" tra gli elettori 
Recife - "Sono figlio di siciliani stabilitisi a Recife negli anni 50. Allora sono brasiliano e italiano, italiano e brasiliano. Sono ingegnere e imprenditore. Sono sposato con una siciliana, Stella Fregapane, nata a Cattolica Eraclea, dove sono pure nati i miei. Stella è venuta a Recife come turista in visita ai parenti e così ci siamo conosciuti. Abbiamo tre figli già cresciuti e tutti perfettamente integrati alla realtà del, anche nostro paese, Brasile. In Italia si dice che chi è felice è pazzo, allora direi che tutti in famiglia siamo mezzo matti. Per quanto riguarda il Comites sono entrato a far parte di um gruppo chiamato Movimento Azione e Partecipazione la cui proposta era uma più grande comunicazione fra la comunità italiana della circoscrizione consolare e il suo Comites, utilizzando le moderne tecnologie". Così Salvador Scalia, Presidente del COMITES di Recife, il quale ieri ha diramato una nota di denuncia delle varie difficoltà di accesso alla cittadinanza da parte delle seconde generazioni, "le file ai Consolati, qualche volta l'impossibilità ad accedere ai Consolati" (Discendenti di Recife: "anche noi siamo italiani" In 500mila in fila davanti ai Consolati  News ITALIA PRESS N° 92 del 21 maggio 2007). 
"Qui le distanze sono grandi e la nostra è la più grande circoscrizione consolare italiana al mondo, comprende 12 stati (regioni) del Nord e Nord Est brasiliano, inclusa tutta la Amazonia" continua Scalia. "Noi membri Comites siamo stati eletti e poi gli eletti mi hanno eletto presidente. Così sono il responsabile della esecuzione del nostro programma di comunicazione che punta a dare agli italiani informazioni sul sistema di rappresentazione (Comites, CGIE, parlamentari all' estero) che tanti non conoscono e allo stesso tempo integrare la comunità, siamo circa setemilla italiani dispersi in un territorio immenso. A questo proposito abbiamo creato un sito( www.comitesrecife.com.br) , e siamo stati i primi a farlo, stiamo provando ad avere un catalogo di indirizzi e e-mail di tutti della comunità per poter inviare informazioni e creare um gruppo virtuale dove discuttere i nostri problemi e sviluppare progetti. Non è facile. Il nostro lavoro al Comites è volontario, non posso dedicarmi totalmente a questa attività, avrò bisogno di aiuto e partecipazione. La qualità della azione del ComItEs dipende dalla qualità della partecipazione della comunita e poi è così non solo per quanto riguarda il Comites".  Il problema che lei ha sollevato è quello relativo agli oriundi, ovvero alle seconde e terze generazioni.
Il testo Anche Noi Siamo Italiani è stato scritto da Ariel Stenius Mora, che è oriundi e risiede a Brasilia. Lui fa parte di um gruppo virtuale chiamato Sobrenomes Italianos (Cognomi Italiani) del quale partecipo anch'io. Ho conosciuto il Sobrenomes Italianos per caso e il loro lavoro mi ha colpito. Senza fine di lucro i membri più esperti aiutano nelle ricerche genealogiche fondamentali per ottenere i documenti necessari alla regolamentazione della cittadinanza italiana. Sempre che un membro riesce ad ottenere un documento di un antenato italiano, riceve una risposta positiva del Comune d'origine, fa un vero e proprio rapporto emozionato e felice a tutto il gruppo. Confesso che varie volte ho pianto leggendo questi racconti e così ci sono entrato anch'io. Molti di questi membri hanno già fatto la richiesta di riconoscimento di cittadinanza ai Consolati e altri tanti ci sono riusciti. La mia partecipazione è discuttere politica con il gruppo . Tutti sono coscienti di che dopo aver cercato e messo insieme tutti i documenti necessari, lavoro che a volte ci vogliono anche quattro anni, dovranno aspettare addirittura 30 anni perchè il consolato finalmente regolarizze la cittadinanza. Conveniamo che è assurdo, è surreale, giacchè trattasi di un diritto chiaro e certo. Allora il grupo ha deciso di muoversi. Ariel si è incarito di fare il testo e i membri, in modo organizzato, stanno inviando a tutti i parlamentari italiani, ministri e membri del Governo, ai media, con l'obiettivo di provocare una più grande attenzione al problema e chissà una soluzione definitiva.  Quanti sono gli oriundi che hanno questi problemi in Brasile e quanti vogliono accedere alla cittadinanza italiana?
In Brasile ci sono 28 milioni di oriundi, perfettamente integrati alla vita brasiliana. È facile integrarsi in Brasile. La tradizione dello "ius solis" in pratica è molto forte, basta nascere in Brasile e si è considerati brasiliani senza nessun tipo di ma o perchè riguardante l'ascendenza. Io stesso non ho mai avuto alcun tipo di problema perchè figlio di stranieri, sono perfettamente brasiliano agli occhi di tutti i brasiliani. In più, l'Italia è popolare in Brasile. La canzone romantica italiana, i film, le telenovelas incentrate sulla vicenda degli italiani che sono venuti in Brasile durante la "Grande Immigrazione", hanno sempre avuto successo. San Paolo è la più grande città italiana fuori Italia, Garibaldi è venuto qui e si è sposato con la brasiliana Anita, la passione per il calcio sport nazionale quà e là, la partecipazione importante degli italiani alla costruzione dell'industria brasiliana, tutto questo ci avvicina. I brasiliani ammirano e amano l'Italia, ma l'Italia e gli italiani ignorano questo amore. Non fosse così l'integrazione fra i due paesi sarebbe più intensa e potrà essere quando l"italia corrisponderà, il che sarebbe buono per brasiliani e italiani. Gli oriundi brasiliani vogliono la cittadinanza italiana perché oltre ad averne diritto ai sensi della legge n.91, 5 febbraio 1992, amano la loro ascendenza italiana come bene spiega il manifesto scritto da Ariel Stenius Mora. Abbiamo 500 mila processi di regolarizzazione di cittadinanza nei consolati. Al massimo arriveremo a 1,2 milione di richieste. E fra questi, pochi proveranno un'immigrazione di ritorno. Ma la grande maggioranza vuole sì conoscere meglio le origini, le città da dove sono venuti, integrarsi alla realtà italiana anche vivendo in Brasile. Tutto dipenderà anche dalle risposte, feedback, del governo e del popolo italiano.  Perchè si desidera la cittadinanza italiana? 
Quando mi chiedono questo rispondo che non è questa la questione: volere una cittadinanza. Italiano si nasce, la legge é chiara riguardo questo.Quando è stata approvata la legge n.91, 5 febbraio 1992, la novità si è diffusa rapidamente fra gli oriundi e molti hanno voluto esercitare il diritto legale e legittimo di essere italiani. In verità quello che accade è che vengono promulgate leggi che dopo non vengono applicate, cosa abbastanza grave.  Lei sa che il Parlamento italiano lavora alla revisione della legge sulla cittadinanza. Bene, cosa ne pensa di questa revisione e cosa secondo lei deve contenere? 
Per quanto riguarda la naturalizzazione degli immigranti sono favorevole, con prerequisiti e criteri rigidi di integrazione secondi i modelli americano e canadese. Sono favorevole all'introduzione dello "ius solis" come in Brasile e in America e gli italiani devono farla senza preconcetti perchè funzioni. Deve essere corretto il fatto che solo figli di madre italiana nati dopo il 1948 hanno diritto alla cittadinanza. Deve essere permesso agli italiani naturalizzati di riavere la cittadinanza senza scadenze. Mi pare che la revisione verrà fatta in questi termini. Lei parla di tempi lunghi per l'ottenimento della cittadinanza, da cosa sono determinati questi tempi lunghi?
Il governo dice che la richiesta di regolarizzazione di cittadinanza è stata oltre al previsto (il che è già uno sbaglio confesso) e ha sovraccaricato le strutture. Altri dicono che c'è resistenza dalla parte del governo nell'applicazione della legge perché a loro avviso crea milioni di nuovi cittadini italiani che pagano le tasse e vogliono solo un passaporto della Comunità Europea per poter girare e andare alla Disney più facilmente. Io credo che ci siano dubbi e manchi la buona volontà, inclusa quella politica. Gli oriundi devono essere visti non come un problema, ma come opportunità e potenziale, che se ben trattati dal governo gioverà allo sviluppo economico e al processo di globalizzazione italiani.  In Brasile ritengo che il problema principale sia distanza delle sedi consolari, è corretto?
La distanza non è il problema in questo caso. La rete consolare italiana ha problemi e non solo in Brasile e non solo a causa dei processi di regolarizzazione di cittadinanza. Gli italiani devono farci caso. La rete consolare serviva a un passato quando non si viaggiava tanto per affari o turismo. Non sono stati fatti gli investimenti necessari a questi nuovi tempi di mobilità, globalizzati. E se non verrano fatti con urgenza, noi gli italiani, avremo difficoltà quando avremo bisogno dei servizi consolari all'estero. Il consolato a Recife é un chiaro esempio. Tutti i giorni ci sono file di italiani bisognosi di servizi oppure brasiliani in cerca di visto per studio o affari. E le file aumentano. Dico che gli addetti del nostro consolato sono degli eroi italiani perchè si lavora troppo e in ritmo di emergenza. Sono preocuppato per la loro salute perchè il livello di stress é alto. Ho sentito da un senatore italiano che la nostra rete consolare è quella di un paese serie B, ed è vero. Dobbiamo lavorare per tornare alla serie A. Quanti sono gli oriundi in tutto il Brasile che hanno fatto richiesta di cittadinanza e che la stanno aspettando? 
Abbiamo 500 mila processi di regolarizzazione di cittadinanza nei nostri consolati. Possibilmente raggiungiamo 1,2 milione.  La cittadinanza darà tra il resto diritto al voto. Lei ritiene che gli oriundi che avranno ottenuto la cittadinanza parteciperanno al voto? 
Sì. Gli oriundi sono già la maggioranza degli elettori italiani in Brasile. La nostra partecipazione alle elezioni è stata considerevole e lo sarà sempre di più a patto che venga perfezionato il processo elettorale.  Lei ritiene che lo Stato italiano stia frenando l'accesso alla cittadinanza? e se si perchè? quali le motivazioni? 
Sì. I motivi sono il dubbio, la paura dello sconosciuto, di che questo accesso considerato eccessivo venga a pregiudicare l'Italia e porti scontento agli elettori italiani.  Ritiene che in Italia si voglia evitare che una massa enorme di italiani di seconda e terza generazione che non conoscono l'Italia possano votare propri rappresentanti in parlamento e per tanto essere determinanti nel processo elettorale sulla Circoscrizione Estero ripartizione America Meridionale? 
Sì, questa paura c'è, ho già sentito italiani di Italia che dimostrano questa preoccupazione. Io dico che é una preoccupazione senza motivo. I nostri parlamentari dell'America Meridionale fanno un buon lavoro in Parlamento. Ci portano nuovi punti di vista, nuovi atteggiamenti. Questa é una esperienza unica al mondo e deve essere accompagnata da vicino. Penso che la partecipazione dei parlamentari italiani residenti all'estero sia positiva per la politica italiana. Ci tengo a affermare che gli elettori oriundi sono maggioranza in America Meridionale e sono stati loro ad eleggere i nostri rappresentanti.  Lei ritiene che gli italiani di prima generazione abbiano interesse, magari sempre per la questione voto, a frenare l'accesso alla cittadinanza da parte degli oriundi? 
Può darsi, ma il fatto è che gli oriundi sono già maggioranza.  Come Comites cosa state facendo per tentare di dare una svolta alla questione? 
Bisogna informare la gente, fare l'informazione arrivare a tutti gli italiani del Brasile, e questo non è facile, e allo stesso tempo stimolare una maggior partecipazione positiva e costruttiva della comunità.  Il Vice Ministro Danieli è in visita in Brasile, voi avete potuto farle avere le vostre lamentele in materia? 
Quando il Presidente Prodi è venuto in Brasile ha chiesto una riunione con i presidenti dei vari Comites e membri del CGIE. Ho partecipato a questa riunione avvenuta a San Paolo. Abbiamo consegnato i rapporti di sempre, sui vecchi problemi mai risolti. Il fatto positivo è che Prodi ha voluto sentirci. Il vice ministro Danieli si propone a incontrare i Comites, la riunione con quello di San Paolo, da quanto so, è andata bene. Accompagno le sue dichiarazioni e interviste e credo che sia un uomo intelligente, serio, responsabile e soprattutto uno di buona volontà. Credo che se non cade il governo Prodi, portando via Danieli, molit dei nostri problemi saranno risolti. 
News ITALIA PRESS

 
VEJA AQUI OUTRAS MATÉRIAS SOBRE O TEMA:

55 ANOS DE DEMORA...  55 ANNI DI ATTESA... A REPORTAGEM FEITA PELA JORNALISTA MARIA MANSO (REDE GLOBO - 30/03/2007) O TEXTO DA MATÉRIA REPERCUSSÃO NA ITÁLIA REPERCUSSÃO NA ITÁLIA2 DEBATE NA RAI COM BASE EM NOSSA CARTA/MANIFESTO ENVIADA POR JULIA VALLADA ABAIXO-ASSINADO DE INICIATIVA DO COMITES/BRASIL (NÃO DEIXE DE ASSINAR, POR FAVOR)

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Cana de açúcar


A cana de açúcar é originária das regiões tropicais do Sul e do Sudeste da Ásia.[8] Diferentes espécies provavelmente tiveram origem em locais diferentes, sendo a Saccharum barberi originária da Índia e a S. officinarum na Nova Guiné.[8] Teoriza-se que a cana foi domesticada pela primeira vez como um cultura agrícola na Nova Guiné, cerca de 6000 a.C.[9] Novos agricultores guineenses e outros cultivadores primitivos de cana mastigavam a planta pelo seu suco doce. Os primeiros agricultores no sudeste da Ásia e em outros lugares também podem ter fervido o suco, transformando-o em uma massa viscosa para facilitar o transporte, mas a primeira produção conhecida de açúcar cristalino começou no norte da Índia. A data exata da primeira produção de açúcar de cana não é clara. Os primeiros indícios de produção de açúcar vem de antigos textos em sânscrito e pali.[10]
Por volta do século VIII, comerciantes árabes introduziram o açúcar do Sul da Ásia em outras partes do Califado Abássida no Mediterrâneo, Mesopotâmia, Egito, África do Norte e Andaluzia. Até o século X, fontes afirmam que não havia nenhuma aldeia na Mesopotâmia em que não crescia cana.[7] Foi entre as primeiras culturas trazidas para a América pelos espanhóis, principalmente de seus campos nas Ilhas Canárias, e pelos portugueses, de seus campos na Madeira.
Cristóvão Colombo foi o primeiro a trazer a cana para o Caribe durante a sua segunda viagem para a América; inicialmente para a ilha de Hispaniola (hoje Haiti e República Dominicana). Nos tempos coloniais, o açúcar formou um dos lados do Comércio Triangular de matérias-primas do Novo Mundo, juntamente com produtos manufaturados europeus e escravos africanos. O açúcar (muitas vezes na forma de melaço) era enviado do Caribe para a Europa ou Nova Inglaterra, onde ele era usado para fazer rum. Os lucros da venda do açúcar eram então usados ​​para comprar bens manufaturados, que então eram enviados para a África Ocidental, onde eram trocados por escravos, que por sua vez eram então trazidos de volta para o Caribe, onde seriam vendidos para os senhores de engenho. Os lucros da venda dos escravos eram então usados ​​para comprar mais açúcar, que era enviado para a Europa, alimentando o ciclo.
Plantação de cana-de-açúcar na República de Maurício
No Império Britânico, os escravos foram libertados depois de 1833 e muitos deixariam de trabalhar nas plantações de cana-de-açúcar quando quiseram. O proprietários britânicos de plantações de cana-de-açúcar, portanto, passaram a precisar de novos trabalhadores e encontraram mão-de-obra barata na China, Portugal e Índia.[11] [12] As pessoas eram sujeitas a escritura, uma forma de longa contrato que os ligava ao trabalho forçado por um período fixo; além do termo de servidão, isto se assemelhava a escravidão.[13] Os primeiros navios de transporte de trabalhadores contratados da Índia partiu em 1836.[14] As migrações para cultivar plantações de cana levaram a um número significativo de indianos, chineses e asiáticos em geral para várias partes do mundo.[15] Em algumas ilhas e países, os migrantes do sul da Ásia agora constituem entre 10% a 50% da população. Os canaviais e grupos étnicos asiáticos continuam a prosperar em países como Fiji, Natal, Burma, Sri Lanka, Malásia, Guiana, Jamaica, Trinidad, Martinica, Guiana Francesa, Guadalupe, Granada, Santa Lúcia, São Vicente, São Cristóvão, Saint Croix, Suriname, Nevis e Ilhas Maurício.[14] [16]

Brasil[editar | editar código-fonte]

Moagem de cana-de-açúcar na Fazenda Cacheira, em Campinas. Benedito Calixto (1853–1927)
A cana-de-açúcar foi introduzida no Brasil no início do século XVI, quando foi iniciada a instalação de engenhos de açúcar, a primeira indústria implantada na nova possessão de Portugal, que em pouco tempo substituiu a indústria extrativa do pau-brasil.[17]
Foi a base da economia do nordeste brasileiro, na época dos engenhos. A principal força de trabalho empregada foi a da mão-de-obra escravizada, primeiramente indígena e em seguida majoritariamente de origem africana, sendo utilizada até o fim do século XIX. Os regimes de trabalho eram muito forçados. Esses trabalhadores, na ocasião da colheita, chegavam a trabalhar até 18 horas diárias. Com a mudança da economia brasileira para a monocultura do café, esses trabalhadores foram deslocados gradativamente dos engenhos para as grandes fazendas cafeeiras. Com o tempo, a economia dos engenhos entrou em decadência, sendo praticamente substituída pelas usinas. O termo engenho hoje em dia é usado para as propriedades que plantam cana-de-açúcar e a vendem, para ser processada nas usinas e transformada em produtos derivados.[17]