domingo, 6 de novembro de 2011

CRISTÃOS NOVOS

Cristãos Novos
Nos tempos de aluno ginasiano, por ocasião das aulas de História, nos primeiros dias de aula, enquanto procedia à chamada, o professor dava a origem dos nomes da família dos componentes da turma.
Os nomes de árvores e de frutas – dizia ele – por de mais difundidos entre os lusitanos, têm origem judaica.
Os Judeus, tendo extrema necessidade de se deslocarem e ante a aproximação da Península Ibérica, não vacilavam em se dirigir para a Espanha e Portugal. Davam, entretanto, preferência à parte Ocidental da península, onde encontra Portugal.
Como medida de proteção, temendo perseguição, porquanto na Europa, no início da Idade Média, predominava aquele sentimento anti-semita entre a grande maioria da população.
O Velho Mundo, composto por uma quase totalidade de cristãos, com certeza não recepcionaria, de bom grado, aqueles aos quais atribuía à morte do Salvador.
Os israelitas, já em território português, providenciavam a troca de nomes. Os nomes de árvores e de frutas eram adotados pelas famílias. Assim: Pereira, Amora, Laranjeira, Pera etc.
Ao transcorrer do tempo, o afastamento da terra de origem e a necessidade de criar os meios de subsistência, a necessidade de se afastarem entre si, os colocaram à mercê da forte influência da nova civilização. Assim, absorveram a nova cultura, inclusive abraçando o Cristianismo. Convictos de sua segurança naquele país e com filhos naturais daquela terra, passavam a externar seu sentimento, visto que já estavam identificados com os demais habitantes.
Autodenominavam-se, por isso, cristãos novos ou se lhes era atribuída essa qualificação.
Acontecimento análogo às invasões napoleônicas podemos, também, aqui consignar. Nos primórdios do século XIX, alguns italianos ocuparam o Norte da Itália para ficar próximo à fronteira da França. Facilmente poderiam entrar em território francês e esse intuito proporcionava bastante segurança, porque afrancesavam seus nomes, alterando a sílaba final do vocábulo italiano.
Prof. Otto Carvalho Filho (falecido)
Universidade da Região da Campanha

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