sábado, 9 de fevereiro de 2013
Vitimas de Santa Maria - RS
REPASSANDO...
Enviado por Dom Edson Damian, Bispo de São Gabriel da Cachoeira – AM.
Assunto: Poema às vítimas de Santa Maria/RS
Amigos
O poeta, escritor e compositor Humberto Gabbi Zanatta
foi meu colega nos tempos do Seminário São Jose,
na cidade de Santa Maria.
Até hoje somos amigos.
Santa Maria é também minha diocese de origem.
Rezemos pelos jovens e ajudemos a secar as
lágrimas de dor e indignação dos familiares.
KISSTRAGÉDIA@SANTAMARIARS.COM.BR
Santa Maria enlutou-se a contragosto
Na madrugada festiva de um domingo
Centelhas de esperança em cada rosto
De jovens que ao futuro iam sorrindo...
Mas o Kiss traiçoeiro da boate
Conduziu inocentes pro abate.
A Gurizada Fandangueira dava o tom
Aquecida por Pimenta em harmonia
Sem saber que os artifícios deste som
Queimariam o esplendor do novo dia.
O fogo, Seguranças e comandas!
- A fila tá parada e não anda!
Para muitos - desgraça! - a fila andou
De um jeito até meio ligeiro
Só que a porta da rua nunca chegou:
- Eram portas fatais de alguns banheiros!
Empilhados qual escada solidária
Morrem todos na saida imaginária.
A tragédia anunciada por sirenes
Corpos transportados em caminhão
E os jovens que sonhavam ser perenes
Outras festas eternas buscarão...
E o que faremos, agora, sem mais tê-los
Para que as festas não se tornem pesadelos?
Foram em vão as chamadas celulares,
O pedido de socorro ao feicebuque,
Redes sociais interligando muitos lares
Emudeceram na real, sem nenhum truque.
A vida não se expressa em avatar
E é só Deus quem a deve deletar.
Quase sempre a ganância vem primeiro
E o lucro não tem alma, muitas vezes.
Será que o responsável é o porteiro
Ou o alvará esquecido há muitos meses?
- Santa Maria, sem desculpa ao previsível,
Antes que o Mundo te acuse de insensível!
O silêncio é a voz que não se escuta
A vida perde um pouco de sua graça
Tanta soma de sonhos e labutas
Ceifada na mortífera fumaça.
Bombeiros, voluntários, marretadas
A salvar tantas mortes anunciadas.
O Planeta chorou Santa Maria,
As vítimas indefesas da tragédia
E o holocausto de cruel asfixia
Não cabe em nenhuma enciclopédia.
Que as lágrimas jamais sejam em vão
E nem sufoquem a ternura e a razão.
Por muito tempo a dor desta lembrança
Como um libelo acusará Santa Maria
O massacre tisnou a esperança
Ceifando a vida que recém amanhecia.
É preciso abrir portas bem mais largas
Para aliviar essas horas tão amargas.
Vamos juntos abrir Portas de Luz
Iluminando os sofridos corações
Como Lunar que sempre nos conduz
Recobrem forças as novas gerações.
- SANTA MARIA, AO TRABALHO QUE NÃO CANSA:
AO FUTURO, PRA PLANTAR MAIS ESPERANÇA!
Santa Maria, 27 de janeiro de 2013
Humberto Gabbi Zanatta
Professor da UFSM, jornalista,
advogado e escritor
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