sexta-feira, 15 de maio de 2015

Vida de antigamente nas colonias italianas


VIDA DE ANTIGAMENTE NAS COLONIAS ITALINAS

 

FESTAS

Os padres rezavam as missas de costas para o povo. Sós os coroinhas masculinos podiam ajudar na missa. As mulheres não podiam ajudar durante a missa. A missa era celebrada em latim, enquanto o povo ficava rezando o terço. As mulheres comungavam com o véu na cabeça e com roupas decentes e ficavam ao lado direito separadas dos homens. Usavam o cabelo comprido e coque e os penteados era bruque prendiam com passador e grampinho. O bruque era feito na frente da cabeça.

Na semana santa se fazia a via-sacra com muitos cantos bonitos e muitas orações e cada estação. Nas igrejas os santos eram cobertos por um pano lilás para representar uma semana de profundos sentimentos cristão, da paixão morte e ressurreição de Jesus. Costumava-se guardar os ovos que as galinhas davam, para cozinha-los com água e toda a família comiam um pedaço com um raminho de oliva bento. Esta devoção era para não ser mordido de cobras. No sábado santo às 10h da manhã se lavava os olhos, na água corrente para não pegar a doença dos olhos.

 

COSTUMES

 

As pessoas viajavam a pé ou a cavalo. Quando matavam um porco cozinhavam toda a carne no tacho da banha sem sal e guardava-se em latas. Também guardava-se as carnes em uma caixa forrada com uma tela bem fina dependurada debaixo das árvores as carnes salgada, para que os bichos não as tocassem. Quando as pessoas queriam comer pegavam uma pequena quantidade esquentavam numa panela. A comida que mais era usada era a polenta e racicci. Para os dias de festa tinha a sopa de capeletti. Geralmente quando chagava visitas matavam uma galinha cozinhavam um pedaço ou metade e o resto penduravam na aba da casa, à noite enrolavam numa toalha para evitar que os bichos pousavam sobre carne. O café era feito com casca de pão queimado, colocavam na água fervendo e a água ficava bem preta e assim se tomava como café. As mesas eram todas de madeira bem larga e as tabuas eram pregadas bem juntas e com uma banca de madeira para sentar. A mesa era coberta por uma toalha plástica. A cozinha ficava separada da casa, com um corredor que unia a casa com a cozinha porque o fogo podia queimar a casa. O banheiro era chamado de latrina ou patente e mais tarde de quarto de banho.Os namoros eram vigiados pelos pais, e o moço tinha que pedir licença para namorar a moça. Quando Saiam para a rua um ficava de um lado da rua e o outro no outro lado. Os colchões eram cheio de palha de milho que era escolhida e os travesseiros cheio de penas gansos ou de galinhas. Guardava-se aos produtos da colônia nos galpões (chamado de paiol) A prática da caça e da pesca foi introduzida aos poucos pelas pessoas de origem italiana, onde a aparece a tradicional passarinhada ou peixada.

 

AS COMUNIDADES

 

Eram pequenas famílias e residiam longe uma das outras. Porém de famílias muito numerosas, mas quando nascia uma crianças as vizinhas diziam (mdemoa a comare) então levava uma galinha para fazer canja e reforçar a comadre. Também procuravam enfaixar a criança recém nascida. Não havia ruas para transitarem, e as estradas onde se passavam só permitiam ser fito a cavalo ou de carroças. Todo transporte era feito de carga de burros. Os primeiros carros que apareceram eram o modela “A” de 1929 movido a gás ogênio. Os meios de transportes eram chamados de carro de praça, tinha o bonde e a Maria fumaça e o vapor.

 

ASSUNTO INTERESSANTE

 

O bisavô Paulo Corbellini e Adele Ficagnha compraram uma casa em Sampaio (Vila Sério), coberta de madeira artesanal tabuinha (escandoles) cheia de barata e quando deu um frio muito acentuado, geada as baratas se congelaram. Então o meu bisavô pegou um pau bem comprido, e começou a bater no telhado e elas caíram no chão. Fez um fogo e queimou, dando um fim das baratas.

 

VESTIMENTAS

 

As mulheres usavam vestido comprido e largos lenços na cabeça, avental amarados na cintura. Os homens usavam calça de brim listradas com suspensórios e para as festas calça de gazemira com chapéu de palha ou pano e o calçado era feito de couro. Os lençóis e as roupas eram confeccionados com sacos de açúcar (bombazina) e muitas vezes eram tingidos.As cobertas grossas para o inverno eram feitas de panos velhos (strapontas) para se cobrir durantes as noites muito frias. Também comprava-se peças de fazenda para confeccionar alguns roupas para a família. Quando morria alguém da família usava-se roupa preta de luto.

 

MORADIA

 

Feita de pedra ou madeira de pinheiro ou pau a pique. Os telhados de tabuinhas (escandoles). As janelas de tábuas sem vidros, as casas eram bem grandes porque a família era bem numerosa. Para cozinhar os alimentos pendurava-se as panelas em cima do fogo, numa corrente dependurada. Buscava-se água nos poços ou fontes com baldes de madeira chamado de “sechas”. A pia de lavar a louça era de madeira chamada de”secharo”. Os móveis eram de madeira de lei artesanal, tinha o bidê, o comó, cristaleira, penteadeira baú e um lavatório que tinha uma bacia esmaltada e uma jarra em baixo com água que era para se lavar de manhã ao levantar. A iluminação era vidro ou uma latinha cheia de querosene onde se colocava um pavio de pano onde era acendida para iluminar à noite.

 

AS ESCOLAS

 

Eram de madeira, janelas de tábuas e sem vidro. Os bancos eram compridos onde sentavam seis crianças. No banco tinha um buraco onde se colocava um tinteiro. Usava-se também o mata borrão. A professora era braba porque tinha que cuidar de muitas crianças. Usava varra de vime comprido para bater mãos dos alunos que não queriam aprender. Usava-se uma pedra com pena de pedra para escrever e depois apagava-se com um pano.

Usavam a palmatória, régua comprida, numa ponta era reta, na outra ponta existia uma rodinha e um buraco no meio. Quando o aluno desobedecia, o professor (a) batia na palma da mão e puxava a pele da mão dentro do buraco formando uma mancha vermelha era muito dolorido.

Também existia outro castigo: colocavam grãos de milho, pedrinhas, tampinhas de garrafas no chão para as crianças que incomodaram ajoelhar em cima e também puxavam as orelhas.

O aluno era aprovado no 5º livro e tornava-se professor. Se ele desejava continuar os estudos devia prestar exame de admissão. Todos tinham que saber e o método usado era decorar tudo, pois, eles não tinham nada escrito.

 

FESTAS

 

Eram muito bonitas principalmente as de igreja. Costumava-se fazer a sagra que era um almoço bem preparado. Convidavam-se os parentes para a festa. A missa era celebrada na parte da manhã e ao meio dia a sagra, à tarde jogos de carta e de bochas e o tradicional filó. Para a juventude existia os matinês dançantes, que era uma verdadeira diversão para jovens. Em certos lugares as festas duravam muitos dias, principalmente o (Kerps)

ENTREVISTA

Norma c.c.c.Zanatta, Luiz Zanatta, José Boscari, Elda Zanatta, Terezinha Boscari, Maria de Lourdes Giacomlli, Nadir Letrari, Mercedes Corbellini, Frei Paulo Zanatta

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