Prezado Frei Paulo
Demorei em lhe responder, pois
estava procurando a cópia da certidão de nascimento de meu avô (que estamos
usando para obter a cidadania italiana para toda a nossa família). Pelo que
sei, meu avô, Anacleto Angelo Zanatta, nasceu em Villorba, em 13 de julho de
1887, acho que é província de Veneza (lembro que minha avó sempre dizia que
nosso avô era vêneto). Seus pais foram
Domenico Zanatta (nascido em 29 de janeiro de 1853) e Maria Maddalena Coraccin
Zanatta (nascida em em 18 de maio de 1853). Pelo que sei, meu bisavô veio para
o Brasil em 1892 com meu avô, Anacleto Ângelo Zanatta com cinco anos de idade,
e sua, Santa Tereza Zanatta, (nascida em 23 de abril de 1881), com 10 ou 11
anos de idade. Sei ainda que meus bisavós tiveram mais cinco filhos que
morreram ainda crianças. Imagine-se as condições sanitárias na Itália daquela
época. Não importa para nossa pesquisa, mas eu faço questão de homenageá-los
lembrando seus nomes: Ângelo Domenico (viveu quase três anos), Giovanni
Giuseppe (viveu pouco mais de um ano), Luigi Andreá (viveu menos de um ano),
Teresa Carlota (viveu cerca de um ano e meio) e Giuseppe (viveu pouco mais de
um ano). Comenta-se que na época em que eles migraram, havia uma fome imensa na
Itália. Eles certamente passavam fome, o que pode, além das condições
sanitárias sofríveis, ter provocado a morte da “molecada”. Segundo informações
da consultoria que levantou estes anos para minha família, a família Zanatta
está distribuída em 257 cidades na Itália, sendo que o ramo da família estudado
encontra-se na Província de Treviso. O casal Anacleto e Maddalena
estabeleceram-se numa fazenda em São Sebastião da Grama no Estado de São Paulo,
na divisa com o Estado de Minas Gerais. Eram apenas agricultores, se não me
engano. Parece também que com eles “vieram”, mais dois ou três primos, não sei
se casados ou solteiros. Um teria ido para Divinolândia (na época vilarejo na
divisa entre Minas e São Paulo, também na região de São Sebastião da Grama), e
o outro ou outros para o sul do país, mais especificamente no Paraná. Nunca
tivemos informações sobre estes primos. Nem sabemos se os sobrenomes deles eram
Zanatta. Também não se sabe por qual razão, meu bisavô não manteve relações com
a sua família na Itália, com parentes que não migraram. Não era falta de
alfabetização para escrever cartas, porque sempre soubemos que todos sabiam
ler. Eu tenho uma fantasia que talvez eles tenham brigado antes de migrar...
porque não é normal este isolamento. Sei, porém, que meu avô, quando já adulto,
recebia correspondência da Itália, era inclusive assinante de uma certa publicação
anarquista. Sei também que, italianos no Brasil, se mobilizaram por ocasião da
condenação de Sacco e Vanzetti nos Estados Unidos. Eu gostaria muito de
descobrir toda esta história. Parece então que meu bisavô (Domenico) se isolou
dos parentes que possivelmente existiriam lá ou aqui. Isso para nós significa
que nosso “ramo” Zanatta, desconhece qualquer relação com os outros Zanattas.
Minha irmã, quando esteve morando por um ano no sul da França para acompanhar o
marido em viagem de estudos, conseguiu esta certidão, a qual me referi no
começo da história.
Minha tia avó, Santa Teresa
Zanatta, casou-se com Romano Zaboto em São Sebastião da Grama. O casal teve
nada menos que 22 filhos. Meu pai e seus irmãos sempre tiveram ótimas relações
com os tios e primos. Mas aos poucos, com o passar do tempo, estas relações
foram diminuindo (certamente devido a desatenção dos descendentes) e hoje, ela
está praticamente restrita a uma das primas de terceiro ou quarto grau que
ainda mora em Divinolândia (esta cidade fica a pouco mais de meia hora de Poços
de Caldas). Recentemente, por ocasião do enterro de meu pai, eu revi esta
prima, Madalena. É uma mulher muito bonita e muito querida por todos da minha
família, só não estou lembrando de quem ela é filha. Um dos primos de meu pai,
João Zaboto, morou na casa de minha avó durante toda a vida... Ele trabalhava
com ela na chácara que ela tocava... Era o João Zaboto da nossa infância.
Pessoalmente conheci um outro primo do meu pai, chamado Ângelo Zabotto. Sua
esposa, Benedita (Dita), já falecida. Ângelo viveu 106 anos e morreu
recentemente em São Sebastião da Grama. Entre os filhos do casal Ângelo e Dita,
uma delas que também viveu algum tempo na casa da minha avó, é muito querida: Rosa
Zabotto. Quando eu era menino, eu adorava a Rosa (que ria muito e cantava muito
bem) e depois que ela foi embora para Campinas/SP e se casou, eu nunca mais a
vi. (Minha filha mais nova se chama Maria Rosa... Além de gostar muito do nome
e do charme que ele tem, foi talvez uma maneira que eu tive de homenagear esta
pessoa tão querida). Se não me engano, o Angelo (este que morreu com 106 anos)
era o filho mais velho dos 22 do casal Santa e Romano. De modo, que certamente,
alguns deles, seus netos e bisnetos estejam por ai... para serem redescobertos,
especialmente no interior do estado de São Paulo.
Meu avô casou-se com Eva
Veronezze, brasileira, criada na Itália. Uma longa história. Resumindo: A mãe
de minha avó casou-se na Itália e imigrou para o Brasil. Aqui nasceu minha avó.
Daí o marido ficou muito doente “não se adaptando ao clima no Brasil”, segundo
conta minha tia Anita. Daí o casal voltou para a Itália, e lá tiveram os outros
filhos (mais quatro ou cinco, se não me engano). A situação continuava difícil
e meu bisavô foi sozinho trabalhar na Alemanha, deixando a mulher e os filhos
no vilarejo onde moravam anteriormente (Toscolano, Província de Bréscia, perto
do lago de Garda, como me contava minha avó). Ele não aguentou a vida na
Alemanha e voltou para a Itália para morrer. Viúva, minha bisavó juntou os
filhos e veio para o Brasil novamente. Foi morar com a mãe e as tias em São
Sebastião da Grama. Mas a vida de uma viúva com um monte de filhos pequenos,
parece que estava incomodando... e ela decidiu aceitar a corte de um outro
viúvo de sobrenome Scacabarozi (não sei se a grafia está correta) que tinha
filhos e filhas. Você pode imaginar final mais interessante para está história?
Três irmãos da minha avó se casaram com três das filhas do segundo marido da
minha bisavó... é ou não uma história muito melhor que as novelas da televisão?
Mas estes são os Veronezze e os Scacabarozi. Ficam para outra pesquisa.
Então “seu” Anacleto Ângelo
Zanatta e “dona” Eva Veronezze se casaram em São Sebastião da Grama e se
mudaram para Poços de Caldas. Meu avô que era marceneiro e fogueteiro
(mesmo...) foi trabalhar como caseiro no Colégio das Irmãs Domenicanas em Poços
de Caldas. A agricultora era minha avó, que cuidava das hortas e das frutas do
Colégio. Os bancos da capela do Colégio São Domingos em Poços de Caldas (hoje
Paróquia) foram feitos por ele. Daí eles compraram um terreno próprio para uma
chácara e se mudaram para lá. Quer dizer, eles não... quem comprou foi minha
avó... que, dizem as más línguas, mandava nele pra valer... ela “botou na
cabeça” que ia comprar o terreno, pegou o dinheiro, e mesmo com a discordância
dele... (lembra que ele não era agricultor...) foi lá e comprou. Neste terreno
foi plantada uma chácara maravilhosa. A chácara da Dona Eva, onde havia linhas
de parreira com uvas e muitos figos, pêssegos e ameixas (sempre ensacados com
saquinhos de papel manteiga costurados na velha máquina de costura de minha
avó) além das verduras. Minha avó “tocou” esta chácara, com a ajuda do João
Zabotto e eventualmente de alguns empregados, até o fim da vida. A chácara de
Dona Eva era praticamente um ponto turístico na cidade, onde os “veranistas”
iam comer frutas colhidas frescas, sentados debaixo de um caramanchão coberto
de flores, ou comprá-las e levá-las em cestas tecidas de bambu (todos os filhos
eram exímios artesãos em tecer as tais cestas) embalados em folhas de parreira
ou de taioba. Além das uvas, a chácara produzia figos “pingo de mel” e pêssegos
deliciosos e perfumados. Neste terreno onde era a chácara, hoje moram alguns
dos descendentes de meus avós. Meus irmãos e eu (com exceção da mais nova)
nascemos numa casa nesta propriedade, todos pelas mãos de minha avó que era
parteira e atendia as mulheres grávidas de toda a região, e até gente da cidade
(naquela época a chácara ficava distante do centro da cidade). Foi com este
terreno e com este trabalho do qual os filhos participavam que meus avós (vovô
também continuava fazendo seus móveis e seus foguetes para abrilhantar as festas
da Igreja) criaram os oito filhos, meus tios e meu pai.
1. Maria
– A mais velha casou-se com Pedro Neri. Morou em Poços de Caldas até ficar
viúva, quando mudou para Niterói para morar em companhia da filha até o fim da
vida. Teve dois filhos :
a) Ângelo
(Nenê) que teve dois casamentos. Do primeiro casamento, com Nadir, teve duas
filhas – Leila e Mônica, e um rapaz – Ângelo. Do segundo casamento com (Norma?)
um filho chamado Erlander. As filhas e os filhos deste meu primo são casados
atualmente. As duas mulheres moram em Brasília e dois homens no Rio de Janeiro.
b) Terezinha
(Ica) está cansada até hoje com Gerovaldo Oliveira. O casal mora em Niterói/RJ.
Eles tiveram um filho – Luiz Roberto – que é casado com Bárbara, que não tem
filhos e mora em Curitiba, e uma filha, Cássia, que continua solteira e mora
com os pais.
2. Ângelo
(Angelim) casado com Elisa Togni, ambos falecidos, sempre moraram em Poços de
Caldas. Tiveram cinco filhos...
a) Eva
casou com Luiz Borges de Carvalho e teve apenas um filho, André, hoje casado
com Vilma (segundo casamento) com quem tem um filho. Eva faleceu muito nova e
seu marido casou-se novamente.
b) Maria
casou com Luiz e tiveram três filhos: Kátia, Kenio e Kleber. Maria faleceu e
seu esposo casou-se novamente com Norma. Kátia é viúva de Carlos e tem três
filhos: Francisco, Caio e Maria Clara, todos menores. Kátia não se casou
novamente. Kenio casou-se com Márcia e tem uma filha pequena – Gabriela. Kleber
ainda está solteiro.
c) José
(Zeco) casou-se com Maria Helena Ramos (Suzi) em São Paulo onde mora até hoje
com o único filho, Marcelo. Ficou viúvo há cerca de 5 anos e não casou-se
novamente.
d) Elisa
(Lizinha), casou-se com Reinaldo Ghigiarelli, moram até hoje em Poços de Caldas
e tiveram 6 filhos:
i.
Helenisa (casada com Armando, com quem tem dois
filhos, Rafael e Adriano);
ii.
Mariângela (casada com Carlos Henrique com quem
tem dois filhos, Felipe e Sônia Elisa);
iii.
Anderson (casado com Denise, com quem tem dois
filhos: Samuel e Emanuel);
iv.
Regiane (casada com Júlio com quem tem três
filhos);
v.
Evânia (casada com Gustavo com quem tem dois
filhos), e
vi.
Tiago, que ainda está solteiro. Com exceção de
Anderson, todos os outros moram em Poços de Caldas.
e. Anacleto
casou-se com Eliete. Tiveram dois filhos Sybila e Márcio que ainda estão
solteiros. Faleceu recentemente. Morava em São Paulo, onde ainda residem sua
viúva e seus filhos.
3. Antônio
(Nico ou Toninho) casou-se com Iara Paranhos. Depois de casado foi morar em São
Paulo. Faleceu há seis anos. É com certeza, o mais conhecido membro da minha
família. Músico, tio Nico teve uma orquestra, que na década de 50 viajou por
todo o país, e pela Argentina e Uruguai. Trabalhou como músico na TV Record em São Paulo na
época de “ouro” daquela emissora., quando foram produzidos os grandes festivais
de música, a Jovem Guarda, o Fino na Bossa, entre outros programas famosos.
Aliás, Tia Iara era cantora fantástica, e até hoje ela canta muito bem, mas só
para a família. O casal teve quatro filhos:
a) Antônio
Justino – casado com Airma, tem dois filhos – Bruno e ?, mora em São Paulo.
b) Eva
Alice – casada com Elvis Andrade, tem dois filhos – Vinicius e Beatriz e mora
em São Paulo.
c) Paulo
José – já foi casado e não tem filhos – mora em São Paulo.
d) Carlos
Henrique – solteiro, mora com a mãe em São Paulo.
4. Catarina
(Kate). Casou-se com Raimundo da Costa, falecido três anos após o casamento.
Moravam em Belo Horizonte. Após o falecimento do marido, tia Kate voltou morar
na casa da mãe em Poços de Caldas e não mais se casou. Faleceu há três anos. O
casal teve dois filhos.
a. José
(Zezé) casado com Eunice, mora em Poços de Caldas e tem três filhos:
i.
Fabiano já foi casado e tem um filho – Juan.
ii.
Karina está solteira.
iii.
Lucas também está solteiro.
b. Terezinha.
Casada com Milton Vieira, tem duas filhas:
i.
Mirian: separada do primeiro marido com quem
teve dois filhos – Henrique e Letícia, ainda menores de idade. Casou-se
novamente e ficou viúva. Mora com os pais e os filhos em Poços de Caldas.
ii.
Marisa, casada com Mauro Raphael com quem tem
duas filhas: Marina e Marcela que ainda são menores de idade.
5. Domingos,
casou-se com Nair. Teve apenas uma filha. Domingos faleceu há no vê anos. Nair
não voltou a se casar e mora em São Paulo.
a. Lenita
– casada com Francisco Ferraroli. O casal tem dois filhos solteiros, Bianca e Felipe
e ainda moram em São Paulo.
6. Teresa.
Foi religiosa da Congregação das Irmãs ?. Seu nome religioso era Irmã Maria
José. Morreu muito jovem, com vinte e poucos anos, em São Paulo.
7. José
é o meu pai. Papai casou-se com Maria de Rezende, natural de São Pedro da União
em Minas Gerais. Papai morreu a pouco mais de um ano com 76 anos de idade. O
casal teve quatro filhos.
a. Carlos
Eduardo (52), que sou eu. Casado com Cláudia Regina Merçon de Vargas, uma
capixaba. Temos três filhos. Ricardo (22, nascido em São Paulo), Gabriel (20,
nascido em Vitória) e Maria Rosa (18, nascida em Brasília). Ricardo tem um
filho, mas não está casado. Meu neto se chama Vinícius Veríssimo Zanatta.
Moramos todos em Brasília há 19 anos.
b. Paulo
Roberto (51) é casado com Valdênia Araújo, tem duas filhas menores: Mariana e
Patrícia. Moram em Poços de Caldas.
c. Maria
Teresa, (48) é casada com Marcelo Libânio Coutinho, e tem dois filhos
solteiros: Estevão e Raquel. Moram todos em Belo Horizonte.
d. Maria
Cecília, (40) é casada com Antônio Sole (segundo casamento) e do primeiro
casamento tem uma filha, Elisa. Moram no Rio de Janeiro.
8. Anna
(Anita) é casada com Juvenal Martins. O casal não tem filhos. Moram em Poços de
Caldas.
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