Cemitério
da Mortandade
Valdir Fiorini
Há muitos anos atrás (150 -200
anos) vieram de Soledade, caçadores para caçar bichos de pena e de pelo, pois,
ali tinha muita água e matas para caçar. Os caçadores vieram de soledade e
fizeram um acampamento e largaram os cavalos, para descansar e passar a noite,
e continuar caçando durante o dia. Para
se proteger e fizeram comida fizeram fogo, isto fez uma fumaça, que alertou os
índios do cerro do sapato, fica longe 5 ou 6 km, perto de São Sebastião e
divisa com São João. Os índios
perceberam que havia gente, embrenhara-se pelo meio das matas e foram até a
localidade de São Jorge durante a noite e atacaram os caçadores, matando-os, apenas um consegui fugir, e voltando para Soledade, para avisou os familiares e outros companheiros que retornaram para
realizar o sepultamento dos caçadores mortos. Naquela época demorava-se de 3 a 4
dias de viagem, ida e volta uma semana. Certamente encontram os mortos já em estado
adiantado de putrefação e também devorados pelos animais. Assim, realizam o
sepultamento desses caçadores dando início do cemitério da mortandade.
História do Homem de Branco
Valdir Fioreini
O Fernando Fiorini, tinha 8
filhos, e possuía duas propriedade. Ele mandava os filhos trabalhar, fazer os
roçados, para acostumar os filhos a trabalharem. Certo dia o Valdir andava a
cavalo recorrendo o gado e encontrou um compadre seu Antônio Vaz dos Santos, e
o saudou. Continuando a caminhada ele viu uma cobra muito grande desceu do
cavalo e matou a cobra com a chicote. Ao retornar, passou novamente perto da
casa de Antônio que disse para o Valdir que tinha um homem de branco falando
com o Ele. O Valdir disse que não e os dois quase brigaram. O Valdir disse que
tinha matado uma cobra muito grande, e montou no seu cavalo e foi embora para
não brigar. Mas essa foi a idéia que o Antônio sempre cultivou, e nunca deixou
de afirmar isso enquanto o Valdir nunca viu coisa alguma a não ser aquela cobra
que ele matou. Enquanto o Antônio jurava que viu o Valdir falando com um homem
de branco.
Mulher enforcada
Guilhermina Haas
Antigamente há 100 anos atrás, um
casal de agricultores malhava feijão para o consumo próprio, colhido em sua
lavoura. Lá pelas certas horas chegou um retratista pedindo se não queriam
tirar um retrato. O homem não quis devido o estado que se encontrava. Mas assim
mesmo a mulher insistia em tirar o retrato. O homem negou-se totalmente e assim
despediu-se do retratista, dizendo que era impossível tirar o retrato aquele
dia, e assim o retratista foi embora, partindo em busca de outros clientes.
Terminada a bateção de feijão o marido disse para a mulher, vai em frente, que
eu vou terminar de limpar o produto e já vou para casa também. Assim, mulher
seguiu para a sua casa. O marido ficou limpando o feijão e guardando os
instrumentos de trabalho, e dentro de pouco tempo recolheu o produto e voltou
para casa. No caminho qual foi sua surpresa, encontrou a sua esposa enforcada num pé de figueira.
Motivos, talvez seja a grande descepção
de não ser fotografada.
Boi tatá
Guilhermina Haas
Dois fulanos estavam conversando
e lá pelas tantas ouviram um barulho Uau, Uau, um disse para o outro. Não imite
esse som, porque atraí o boi tatá, mas o outro não deu importância, e o
continuou a imitá-lo. E assim o som cada vez estava mais próximo. Até que o
bichão chegou bem perto e disse: estou com fome, quero comida, e assim começou
a dar de comida, ele sempre dizia estou com fome, e nada que chegasse. Depois
pediu comida novamente, e terminada, estraçalho os cachorros e os devorou. Por fim o boi tatá agarrou o homem e o esmagou
arrancando as tripas e comendo e estraçalhando as carnes. O outro companheiro
quando viu aquela situação saiu correndo apavorado e subiu numa árvore bem alta
e ficou a noite inteira empoleirado. No dia seguinte ele desceu da árvore e
enrolou-se nas tripas do homem morto, que continuavam a repetir. Estou com fome, estou com fome...
Edumundo Haas .....
Perau da cabrita.....
São José do Herval – burro morto
Inicialmente, São
José do Herval chamava-se "Burro Morto", devido ao fato de ter sido
um local onde foram acolhidas várias tropas de mulas, que faziam do lugar um
paradouro. Esta paragem recebia o trânsito de carruagens que iam de Lajeado a
Soledade e lá pernoitavam. Com o passar dos anos, a comunidade se caracterizava
por uma devoção a São José. Também era típico da região o cultivo da erva-mate.
A localidade passou a chamar-se São José do Herval, nome esse que
popularizou-se e perdura até nossos dias. Em 1880 começaram a agrupar-se
famílias de imigrantes italianos na localidade e muitas delas serviam de
guardadores das carruagens em trânsito. Logo de início, as famílias se fixaram
e iniciaram o cultivo da terra, salientando-se plantio da erva-mate. Em 1929,
surge a primeira Capela em São José do Herval, cujo primeiro religioso a dar
assistência aos fiéis foi o Frei Clemente, de Nova Bassano. Em 1940, foi iniciada
a construção da casa canônica, concluída em 1944. São José do Herval tem sua
população constituída em 60% por imigrantes italianos; 20% por descendentes de
portugueses; 10% por alemães e 10% por indígenas e africanos. Recentemente,
vendo que alguns Distritos vizinhos estavam articulando sua emancipação, surgiu
a idéia de fazer de São José do Herval também um Município. Inicialmente foram
feitos contatos entre lideranças locais, e, em seguida foi convocada uma
reunião para confirmar o desejo da comunidade. Algumas dificuldades foram
encontradas no que diz respeito a demarcação de área no novo Município. Mas
esses problemas foram solucionados e a idéia se concretizou, liderados pela
Comissão Emancipacionista e apoiados por toda a comunidade. Em 10 de abril de
1988, São José do Herval realizou seu plebiscito, obtendo a vitória do
"SIM", fato esse que comprova a unidade do Município e aponta o
caminho para essa nova luta.
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