segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Esse é o Rio Grande bom, que conheço, tche!


Esse é o Rio Grande bom, que conheço, tchê ! 

Para quem está longe do Rio Grande:

-Mais feliz que puta em dia de pagamento de quartel

-Quieto no canto como guri cagado...

-Mais ligado que rádio de preso

-Mais curto que coice de porco

-Firme como prego em polenta

-Mais nojento que mocotó de ontem

-Saracoteando mais que bolacha em boca de véia

-Solto que nem peido em bombacha

-Mais curto que estribo de anão

-Mais pesado que sono de surdo

-Calmo como água de poço

 

-Mais amontoado que uva em cacho

-Mais perdido que cego em tiroteio

-Mais perdido que cachorro em dia de mudança

-Mais perdido do que cusco em procissão

-Mais faceiro que guri de bombacha nova

-Mais assustado que véia em canoa

-Mais angustiado que barata de ponta-cabeça

-Mais por fora que quarto de empregada

-Mais por fora que surdo em bingo

-Mais sofrido que joelho de freira em semana Santa

-Feliz como lambari de sanga

-Mais ansioso que anão em comício

-Mais apertado que bombacha de fresco

-Mais apressado que cavalo de carteiro

-Mais arisca do que china que não quer dar

-Mais atirado que alpargata em cancha de bocha

-Mais baixo que vôo de marreca choca

-Mais bonita que laranja de amostra

-De boca aberta como burro que comeu urtiga

-Atravessado que nem crica de japonesa

-Mais chato que gilete caída em chão de banheiro

-Mais caro que argentina nova na zona

-Mais cheio que corvo em carniça de vaca atolada

-Mais constrangido que padre em puteiro

-Mais conhecido que parteira de campanha

-Mais comprido que puteada de gago

-Mais comprido que cuspe de bêbado

-Mais coxuda que leitoa em engorda

-Devagarzito como enterro de viúva rica

-Mais difícil que nadar de poncho

-Mais duro que salame de colônia

-Mais encolhido que tripa na brasa

-Extraviado como chinelo de bêbado

-Mais faceiro que mosca em tampa de xarope

-Mais faceiro que ganso novo em taipa de açude

-Mais faceiro que pica-pau em tronqueira

-Mais feio que briga de foice no escuro

-Mais feio que sapato de padre

-Mais falso que uísque paraguaio

-Mais feio que paraguaio baleado

-Mais feio que talho na bunda

-Mais feio que indigestão de torresmo

-Mais firme que palanque em banhado

-Mais por fora que cotovelo de caminhoneiro

-Mais gasto que fundilho de tropeiro

-Mais gostoso que beijo de prima

-Mais grosso que dedo destroncado

-Mais grosso que rolha de poço

-Mais grosso que tronco de porteira

-Mais grosso que parafuso de patrola

-Mais informado que gerente de funerária

-Mais medroso que cascudo atravessando galinheiro

-Mais nervoso que potro com mosca no ouvido

-Quente como frigideira sem cabo

-Mais sério que defunto

-Mais sujo que pau de galinheiro

-Tranqüilo como cozinheiro de hospício

-Tranqüilo como água de poço

-Bobagem é espirrar na farofa

-Mais gorduroso que telefone de açougueiro

-Mais perdido que cebola em salada de frutas

-Mais feliz que gordo de camiseta nova

-Mais chato que chinelo de gordo

-Mais Colorado que saco de recém nascido

-Mais gremista que colorado arrependido

-Mais macho que Alegretense... só em Uruguaiana

 

Obs.: -Não perguntem de onde tirei isso, porque:

-Quem revela a fonte é água mineral!!!

Paese de Cuccagna ou País das Maravilhas



         
                        
                                   Paese de Cuccagna ou País das Maravilhas
     A topografia do Paese di Cuccagna é denominado por uma montanha, na verdade, um vulcão que expele, continuamente, moedas de ouro. Como variante, nas narrativas orais, a montanha já não é de ouro mas de queijo ralado. Quando chove, nesses país, chovem pérolas e diamantes, mas podem chover raviólis...
...Entretanto mesmo nessas famílias mais abastadas, a carne era um luxo. No ano de 1863, um jovem médico lombardo, Ezechia Marco Lombroso, realiza estudos sobre o estado da saúde dos camponeses vítimas da subalimentação e indica alguns possíveis remédios para “melhorar a condição alimentar desses infeliz povo camponês”. Sugere que, através de leis municipais, se  acrescente à farinha de milho, farinha de castanhas, de cevada e farelo para fazer esse “pão de bárbaros que é a polenta”. Propõe ainda que se popularize o uso da carne, especialmente de porco, de cavalo e de porcos da Índia. Recomenta o aproveitamento do sangue dos abatedouros, e o uso do leite, que é nutritivo e “muito melhor que a polenta”. A polenta, de fato foi por longos períodos, o único recurso alimentar dos pobres e, em consequecia, a  pelagra, um avitaminose, propagou-se assustadoramente nessas regiões.
        A pelagra é uma doença, que provocada pela carência de uma vitamina B, a niacina, contida na carne fresca. Como o milho é muito pobre em niacina, a pelagra propagou-se como uma epidemia nas regiões onde o milho se tornou o cereal mais importante, se não o único alimento.
         A pelagra, segundo a descrição do Dr. Lombroso, “manifesta-se inicialmente por uma indisposição  seguida de náuseas, dores de cabeça, e um estremo cansaço; depois borborigmos, diarreia, perda progressiva de memória e, na fase final, delírios com tendência ao suicídio”.
Diante desse quadro sombrio, não é de surpreender que as fantasias alimentares dessas populações fossem, ao lado da promessa de muita terra para cultivar, o alvo preferido dos propagandistas da imigração.
A memória coletiva dos habitantes da região colonial italiana, na serra gaúcha, parece não ter eliminado de todo o fantasma das carências alimentares de seus antepassados. Basta pensar como organizamos as nossas refeições, que no âmbito doméstico, quer nos restaurantes.
Bibliografia. Nós os ítalos-gaúchos. Ed.Universidade/UFRGS, 1996. Artigo de Cleodes Maria Piazza Júlio Ribeiro.



     A topografia do Paese di Cuccagna é denominado por uma montanha, na verdade, um vulcão que expele, continuamente, moedas de ouro. Como variante, nas narrativas orais, a montanha já não é de ouro mas de queijo ralado. Quando chove, nesses país, chovem pérolas e diamantes, mas podem chover raviólis...

...Entretanto mesmo nessas famílias mais abastadas, a carne era um luxo. No ano de 1863, um jovem médico lombardo, Ezechia Marco Lombroso, realiza estudos sobre o estado da saúde dos camponeses vítimas da subalimentação e indica alguns possíveis remédios para “melhorar a condição alimentar desses infeliz povo camponês”. Sugere que, através de leis municipais, se  acrescente à farinha de milho, farinha de castanhas, de cevada e farelo para fazer esse “pão de bárbaros que é a polenta”. Propõe ainda que se popularize o uso da carne, especialmente de porco, de cavalo e de porcos da Índia. Recomenta o aproveitamento do sangue dos abatedouros, e o uso do leite, que é nutritivo e “muito melhor que a polenta”. A polenta, de fato foi por longos períodos, o único recurso alimentar dos pobres e, em consequecia, a  pelagra, um avitaminose, propagou-se assustadoramente nessas regiões.

        A pelagra é uma doença, que provocada pela carência de uma vitamina B, a niacina, contida na carne fresca. Como o milho é muito pobre em niacina, a pelagra propagou-se como uma epidemia nas regiões onde o milho se tornou o cereal mais importante, se não o único alimento.

         A pelagra, segundo a descrição do Dr. Lombroso, “manifesta-se inicialmente por uma indisposição  seguida de náuseas, dores de cabeça, e um estremo cansaço; depois borborigmos, diarreia, perda progressiva de memória e, na fase final, delírios com tendência ao suicídio”.

Diante desse quadro sombrio, não é de surpreender que as fantasias alimentares dessas populações fossem, ao lado da promessa de muita terra para cultivar, o alvo preferido dos propagandistas da imigração.

A memória coletiva dos habitantes da região colonial italiana, na serra gaúcha, parece não ter eliminado de todo o fantasma das carências alimentares de seus antepassados. Basta pensar como organizamos as nossas refeições, que no âmbito doméstico, quer nos restaurantes.

Bibliografia. Nós os ítalos-gaúchos. Ed.Universidade/UFRGS, 1996. Artigo de Cleodes Maria Piazza Júlio Ribeiro.

Canção do Exílio


Canção do Exílio

                        Eduardo Dall’Alba

 

Minha terra tem parreiras

Onde canta o sabiá

Tem trabalho dos mais simples

Que não encontro por cá

 

Em cismar comigo a noite

Menor parazer eu encontro

Minha terra tem parreiras

Onde é difícil cantar

 

Minha terra tem parrreias

E colonos à deriva

E uma crise, das fortes

Que colonos algum se esquiva.

 

O metal da minha terra

Me ofusca a vista,

Foi uma terra fria e dura

E de difícil conquista

 

Não permita Deus que eu morra

Sem que eu volte para lá

Minha terra tem parreiras,

Onde é difícil cantar

Filó uma experiência de paraíso

                     Frei Rovílio Costa

 

Nas noite longas de inverno

fiavas vida e sustento:

pungir de um Vêneto eterno

no canto fundo do vento!

(Itálico Marcon, Porto alegre, amanhecer de 26/07/1971)

                O contadino (agricultor), durante os meses de inverno, tinha que permanecer em casa, pois não havia condições de trabalhar na lavoura. Se não  houvesse um trabalho doméstico, a vida se desenrolaria num constante e, por vezes monótono filó. As mulheres tinham o tempo ocupado em preparar refeições, costurar bordar, tricotar, fiar. Os homens também fiavam. A ordenha, para quem tinha vacas leiteiras, o fabrico do queijo, manteiga, requeijão era outra atividade envolvente. Mas a maior pare do tempo era livre. Surgiram, assim, os famosos contadores de histórias, especialmente às crianças para entretê-las. Uma atividade das mães era ensinar os filhos pequenos a decorar o catecismo e muitas orações ensinadas pelos mais velhos e que passaram de geração em geração.

                A palavra filó significa, na Itália, o conjunto de trabalhos manuais que podiam ser executados em casa, no período de inverno. Uma boa atividade era o encontro entre vizinhos. Uma família visitava outra e vice-versa.

                Para quem não tivesse o aconchego dos animais, na estrebaria, anexa à casa, o aquecimento  doméstico tinha que ser feito à base de lenha.

                Impossível seria enfrentar o inverno rigoroso, de muits graus abaixo de zero, sem o aquecimento pelo fogo doméstico.

                Mas escassa era a  lenha e hoje ainda o é nas pequenas borgatas onde ainda não chegou o aquecimento domiciliar. Que fazem, hoje, nessas localidades, as pessoas idosas, os aposentados que ficam em casa  sem o que fazer?  Para economizar lenha, costumavam reunir-se anciões de duas ou três famílias, um dia nesta outro dia naquela casa, até o anoitecer, para assim, queimar lenha numa só casa. À noite, retornando, acendem o fogo para preparar os alimentos e aquecer o ambiente. Em La Valle Agordina “Belluno” em 1984, visitamos um grupo de anciãos de três diferentes famílias, reunidos numa mesma casa, ao redor do fogo, num rigoroso inverno janeiro. As mulheres faziam diferentes costuras e os homens se ocupavam   contando histórias.

                Em nossas colônias não tivemos problemas do frio. Mas o filó passou a ser uma tradição ou uma atividade da noite, ou do anoitecer. Depois de escurecer não dá para trabalhar na lavoura, sentão prepara-se a comida, fica-se conversando, rememora-se o dia passado, os pais aproveitam para uma conversa pedagógica com os filhos e a harmonia se torna completa quando, finda a janta, todos, de joelhos, desfiam as contas do rosário, rezando o terço, agradecendo a Deus pela vida, saúde, colheitas, pedindo a libertação das inteperies e pragas e rezando pelos doentes, pelos falecidos...

                Na colônia, quando se determinava fazer filó em alguma família, juntava-se em casa, procurando chegar umas duas horas antes do horário dessa família ir dormir. Tinha-se o cuidado de chegar na família depois que já tivesse jantado. Aí se ajudava a lavar a louça, se o estivessem fazendo, senão se rezava juntos o terço, se o estiva alguém doente, era costume estivessem rezando. E seguia-se o filó...

                Se houvesse alguém doente, era costume visitar também no horário do filó, mais com visita mais breve e com outro ritual. Chegava-se, visitava-se o doente, ficava-se em filó com os familiares em tempo mais breve. Ao final, se o doente não estivesse dormindo, fazia-se a despedida. O filó era com os familiares, sempre da maneia que não perturbasse o repouso do doente.

                Quando, porém, alguém estava em estado grave de saúde, que demandava a presença de alguém, noite e dia, aí estavam os vizinhos, em rodízio, sobretudo à noite, para auxiliar nesses momentos difíceis.

                O filó era, pois, um momento de harmonia da família com sigo mesma, da família com Deus através da oração, e da família com os vizinhos através de encontros periódicos, ditados pelo bom-senso e pelo nível de amizade entre famílias de costume e tradições próprias. Hoje ainda, festeiros de capelas, presidentes ou distribuir encargos entre associações, quando precisam combinar atividades ou distribuir encargos entre associados, vão fazer filó à noite, e passam a limpo a situação da entidade ou instituição que dirigem.

                Os filós eram momentos privilegiados para a crianças que podiam encontrar-se e brincar  juntas; para os jovens que se instruíam pela conversa dos adultos e também tinham oportunidade de encontro com o bem-amado ou bem-amada; e com os adultos que descorriam sobre as culturas, preços, negócios, a troca de sementes o empréstimo de animais reprodutores, troca de jornadas em tarefas especiais, a necessidade de auxiliar alguma família que necessitava de mão-de-obra, por ter alguém doente. Enfim, o filó era, acima de tudo, uma grande escola de valores humanos e cristãos, de educação para sociabilidade e cidadania.

                A dureza de um dia de trabalho não terminava na subjugação pelo cansaço, mas na harmonia do encontro. Famílias que não se visitassem em filós, eram famílias mal relacionadas.

                O filó era também oportunidade de convidar os vizinhos, por ocasião da safra de pinhão, batata, amendoim, laranjas, nêsperas, pêras... Oportunidade em que se aproveitava o bom vinho caseiro. A sensibilidade sugeria que se convidadesse os vizinhos que não haviam produzido tal e qual produto para compartilhar com eles.

                As épocas de safras, eram oportunidades para convidar os amigos ao filó. Ao tempo da uva, convidava-se alguém que ainda não tinha parreiral, para comer uva e beber o vinho doce. O amendoim, o pinhão, a batata, os crostóli, o vinho, a graspa, o café, as bolachas caseiras, eram comes e bebes corriqueiros nos filós.

                Poder-se-ia citar muitos elementos do filó. Mas, o mais importante é aquele filó não esporádico, mas que acontecia todas as noites na casa de cada colono. O encontro da família, preparando-se para a janta, jantando, lavando a louça, fazendo trança, dobrando palha de milho para cigarros, limpando a casa... em meio a uma conversa panorâmica do dia vivido. A família transformava-se em antecâmara do paraíso quando, no final de tudo, jovens, velhos e crianças se ajoelhavam e rezavam conforme o costume de cada família. Crianças adormeciam sobre os bancos e tinham que ser levados à cama no colo, jovens também pegavam no sono e vinha um sacudão dos pais para acordá-los e reagir ao sono porque precisavam rezar. Ia-se à cama abençoado por Deus, com a esperança de levantar disposto e feliz para um novo dia de trabalho que terminaria com um novo dia de paraíso, com a mesma oração noturna, mas cada dia com motivações e intenções diferentes.

                O trabalho era o sinal do progresso, os frutos do trabalho eram sinal da bênção de Deus. Mas a refeição com todos juntos, com alegria e saúde era sinal da vida, da saúde e do amor entre pais e filhos, e a oração era o grande sinal do paraíso. O filó era, pois, a grande síntese da vida do homem em família, em vizinhança e em relação com Deus.

Bibliografia:

 Nós os Itálicos Gaúchos: Mário Maestri..,{et al.} . – Porto Alegre, Ed Universidade /UFRGS. 1996.

Vida de Armando Corbellini


Vida de Armando Corbellini
                       Detalhes de Norma C.C. Corbellini Zanatta Arnaldo Corbellini e Ibanor Corbellini
Irmão Primo Armando Corbellini, conhecido por irmão Pacômio, Irmão Cordeiro e Armando Corbellini. Filho de Imerio Corbellini e Esterina Notari, natural de Garibaldi – RS, Linha Alencar Araripe (interior de Garibaldi- RS). Tinha outros irmãos por parte de mãe: 2º casamento de Imério Corbellini e Esterina Notari: Irene, Armando e Irino. Do 1º casamento Imério Corbellini e Catarina Vedovatto por parte de pai eram os seguintes: Luiz, Antônio, Maria, Batista Primo, Anibal, Alberto, Eduardo, Rosa, Teresinha e Adelaide.
 Falecido e sepultado no Rio de Janeiro em 1996, participaram do sepultamento a Dulce Polita sua sobrinha e outros familiares de Guaporé.  Foi professor do guerrilheiro Jonas Zabinbi em Moçambique.  Mas quem era o presidente e do país era Samora Machel. Os negros tinham raiva dos brancos e no dia 28-10-1973 os negros queriam enforcar o Irmão Armando Corbellini em praça pública.  Então os alunos do Irmão Armando, contaram para Ele que seria enforcado. O colégio dos maristas estava cercado de policias com metralhadores e tanques.
Irmão Armando pegou todos os seus documentos e disse que iria fugir. Aproveitou para se despedir do diretor do colégio e outros irmãos e que iria para o aeroporto.  O diretor disse, para onde tu vais? Apenas respondeu que ia fugir. No aeroporto ele foi num pequeno avião para Rodézia, país vizinho, e como lá não consegui pousar, teve que regressar para Moçambique e ao chegar os policiais o prenderam. Foi preso no campo de concentração, onde tinha, cobras, ratos e só comia farinha de mandioca molhada com água. Os porteiros do campo de concentração eram os próprios alunos. Eles diziam foge professor Cordeiro, ele respondia. Como vou fugir se aqui estou preso. Os alunos combinaram que certo dia depois de muito tempo de prisão às 4h da manhã abriram o portão e o professor Pacômio,  embarcava num Jeep a fronteira com a Rodesia. Somente o porteiro sabia, o outro que conduzia o jeep, não sabia do que se tratava, e resolveu perguntar onde vais professor Pacômio.  O Irmão respondeu que iria caçar. Em Moçambique quem trabalhava eram as mulheres, pois os homens ficavam apenas caçando, pegando borboletas e insetos, frutas para comer. No campo de concentração deixou escrita essa poesia:
Sinto que morro lentamente à fome
O corpo treme sou uma chaga e dor
Sangra-me as mãos e os pés sinto torpor
Sinto a agonia que me roe e consome
 
A noite é longa e cruelmente insone,
Gemem fantasmas entre as trevas, horror!!
Correm insetos em meu corpo e o ardor
Gera um inferno sem igual sem morre.
 
Tornei-me um verme da crueldade humana
Meu corpo nú marcado pela violência
Goteja o sangue de uma vingança insana...
 
Não peço aos homens nem perdão ou clemência
Ao Deus que tudo vê e nada engana
Proclamo a minha fé a minha inocência
 
                              No campo de concentração do Dando – Moçambique 13 de setembro de 1975
Irmão Cordeiro caminhava durante o dia, e a noite ele dormia em cima de árvores, para se defender do ataque das feras, tomava água do orvalho, isso até chegar no pais vizinho da Rodezia. Na Rodezia tomou o avião e depois de muitas dificuldades chegou a Portugal. Ao chegar deparou-se com uma guerra civil onde não podia desembarcar. Depois deram permissão e ele foi até a casa dos Irmãos Maristas de Portugal, que o acolheram dando-lhe roupas e comida e o que precisava.  Quando foi possível lá pelos anos de 1975 retornou ao Brasil e se fixou na província do Rio de Janeiro, na Tijuca. Onde passou a trabalhar colocando os refugiados e que saíram de Moçambique e se refugiavam no Brasil, dando-lhes um lugar mais seguro e condições de emprego e condições de começar nova vida.
Irmão Cordeiro era um exímio jogador de  Bademinton  e provavelmente foi o primeiro a trazer para o Brasil esse esporte da África que era jogado pelos ingleses. Jogo esse que se joga com uma raquete e bola de tênis e outro adversário é uma parede, a bolinha bate e volta para que o jogador não a deixe cair.
No Brasil, todos os anos retornava, para os pagos no Rio Grande do Sul para visitar os parentes e amigos, os irmãos Maristas de Garibaldi etc. Contava com alegria as histórias de Moçambique e chorava ao ver as mesas cheias de comida. Gostava de comer milho verde, figos , uva (pois retornava sempre na época da safra da uva), e almoçava sempre na casa dos parentes. Irmão Armando Corbellini faleceu no Rio de Janeiro no ano de 1996. Durante o tempo que frei Paulo F Zanatta esteve participando do Curso de Espiritualidade franciscana (Cefepal), Irmão Armando o visitou diversas vezes e convidou frei Paulo para celebra missa, na casa dos Irmãos Marista na Tijuca, no seminário São José, e para conhecer o Rio de Janeiro. Lá frei Paulo viu uma sala de trabalho do Irmão Armando com fotos da África, saltando de paraquedas, com os cachorros amestrados e etc. Frei Paulo lembrou ainda que Irmão Armando Corbellini fez uma vista no tempo de férias em Belém Novo, na Paróquia Nossa Senhora de Belém, era um dia muito calor insuportável, e deu uma crise de asma, foi muito difícil de passar. O frei ficou muito preocupado, pensava que deveria baixa-ló no hospital, pois pensava que iria morrer. Outra lembrança que frei Paulo recorda no tempo ginasial no colégio Santo Antônio de Garibaldi, cada 2 a 3 anos aparecia o Irmão Armando Corbellini, de batina, com uma sacola e um dente de marfim dos elefantes da África, ficava uns dias pela volta dando palestras e motivando os alunos para a vida religiosa. Ainda lembro que Ele convidou-me muitas vezes para ser Irmão Marista. Um dia respondia a Ele que queria ser Franciscano seguidor dos passos de São Francisco de Assis. No Rio de Janeiro também trabalho com meninos de rua. Ainda hoje há gente que lembra do Irmão Armando Corbellini, pela sua rigidez na educação em Santa Maria, por exemplo: o médico Plinio Desconzi, foi interno do marista e lembra da sua figura e da sua dedicação.
Levantava de madrugada, e caminhava até  a linha Araripe.  Lá ajudava a apanhar a uva e visitava os parentes Corbellini, durante alguns dias que permanecia em férias. Visitava sua Irmã Irene Corbellini em Guaporé e outros lugares, sempre visitando parentes, em Curitiba era seu Irmão Irino Corbellini, Lajeado visitava sua dentista Rosane Vogt, e outras casas de familiares e parentes. Um dia estava em Garibaldi, e deu uma crise de asma muito grande, na casa de Lurdes Brugalli Corbellini, ela queria baixa-ló no hospital São Pedro de Garibaldi, mas o Irmão Armando não quis. Em Garibaldi ele gostava de parar na Casa de Ibanor e Anita Corbellini, Luiz e Norma Corbellini Zanatta, Imério e Lurdes Corbellini, em Guaporé na casa da Irmã Irene Corbellini, na casa do seu irmão Irino Stefano Corbellini, na casa dos irmãos maristas etc.. Irmão Armando disse que tinha uma irmã e ela casou-se com um índio, e todos os anos a visitava, Ela era filha da avó Esterina Notari Corbellini.  Quando a avó Esterina Notari Corbellini ficou viúva casou-se pela segunda vez com o bisavô Imério Corbellini, que também era viúvo da falecida Catarina Vedovatto. Os filhos do bisavô Imério Corbellini, colocaram tudo fora e tiveram que morar de aluguel. Esses filhos do Imério não eram filhos de Esterina, pois eram madrasta destes filhos, e o local onde residiam é hoje há a loja de Ricardo Aliatti era o hotel Corbellini. Os filhos de Esterina Notari, entravam com os dedos na comida, fato que deixava muito braba. Na época não tinha tantos talheres como há hoje em todas as casas, e eles usavam desta prática, pois para se alimentar usavam as mão, fato que muita gente não gosta, mas era comum na época. Outro fato que destacou-se foi a visita de Anibal Corbellini depois de muitos anos morando em Anta Gorda – RS.  Após muitos anos de ausência da casa paterna, um belo dia resolveu fazer uma visita. Como tinha passado muitos as pessoas mudam de fisionomia Ele voltou e não foi reconhecido, também não disse quem era e as novas gerações no o reconheceram, foi-se embora sem dizer quem ele era. Fato que foi lembrado pelos parentes que o conheciam, mais tarde.  A casa (antigo cortume) hoje situada em Garibaldi, propriedade do Gesuino Malvessi era de Luiz Corbellini e Irmão mais velho do Irmão Armando Corbellini que eram o filhos mais velho do Imerio Corbellini e Catarina Vedovatto. Um outro filho chamado Antônio era uma pessoa muito boa, mas quando abria a boca para rir parecia uma gamela de tão grande (fato relatado por uma pessoa o conheceu).
O motivo que os Corbellini foram morar em  Sério é o seguinte: O Imério tinha muitos filhos lá na Linha Alencar Araripe e os que iam casando, deixam o lugar, recebiam uma ajuda para começar vida nova.  Um dos filhos João Batista Corbellini casado com Adele Branchi saiu de carroça para sério. Foi Morar em 7 de setembro, depois que os frei Tiago (franciscano) disseram que iria se tornar paróquia, então todos eles foram para Sério (relato de Arnaldo Corbellini). Outro irmão de Luiz Corbellini também fizeram a mesma coisa a exemplo do Batista, Anibal, Paulo, as Irmãs Adelaide, Teresinha etc. O que permaneceu na casa paterna do falecido Imério foi o Eduardo Corbellini, foi comprando a parte dos outros irmãos que casavam e saíam de casa. O mesmo fato ocorreu com Eduardo Corbellini e Palmira Aime Corbellini, os filhos deste casal também foram casando e recebendo sua herança e assim constituindo família em outro lugar. O ultimo filho Imério casou-se com Lurdes Brugalli, vindo o Imério a falecer a Lurdes ficou dona da propriedade e residindo lá nesse lugar até os dias atuais. O Pai de Frei Lucas Corbellini, João Batista Corbellini e a mãe Adelle Branchi, Paulo Corbellini e Adele Ficagna, aconteceu também a mesma história. Os filhos iam  casando-se e recebiam uma herança para começar vida nova em outros lugar, pertos dos pais ou em outro lugar, pois a propriedade se tornava pequena para tanta gente usar da terra, isso é reforma agrária. Outros conseguiam uma outra profissão para trabalhar e assim ganhar a vida. Aconteceu com o  primo, Severino Corbellini, também foi morar em Porongo, ao lado de Sério para ficar perto dos parentes. Em Sério eles compraram terras de Alberto Sério, que era também de Garibaldi (Armando Peterlongo) que possuía estabelecimento de bebidas. O nome de Sério derivou de Alberto Sério, ou de Armando Sério que também era de origem de Garibaldi . O João Batista Corbellini para construir a sua casa carregava as madeiras amarradas nos cargueiros das mulas e assim as conduzia no local onde construiu  o seu lar. As madeiras eram serradas na madeireira de Abraão Kenipoff, onde possuía um engenho. Arnaldo Corbellini, ainda lembra, que deu uma peste de ratos, pois não podiam salvar nada, nem as batatas doces das roças,  e a Norma C.C.Corbellini, recordou que foi pelo ano de 1937, quando tinha 12 anos de idade. Fatos esses lembrados na praia Rainha do Mar e Garibaldi – RS.
 
 
 
 

Filhos de Francesco Zanatta e Carolina Zanatta


Casamento Religioso de Domingas Zanatta e Luiz Marangon


Nascimento de Domingas Zanatta


òbito de Luiz Marangon


Casamento de Domingas Zanatta e Luiz Marangon


sábado, 27 de agosto de 2016

Breve glossário de termos técnicos (italianos)


Breve Glossário de Termos Técnicos

 Aglutinação - fusão de dois elementos lexicais numa única palavra; Ponte e alto formam Pontalto (ponte alta).

 Antropônimo – nome próprio de pessoa e também sobrenome, embora se costume usá-lo mais comumente com a primeira acepção.

 Apelativo – qualquer tipo de vocábulo usado para designar uma pessoa, podendo ser nome, apelido, cognome.

 Cognome – épiteto nominal, apelido.

 Étnico – vocábulo que indica que um cidadão pertence a uma raça. A uma etnia, a um povo, como alemão francês, italiano.

 Gentilico – designativo dos habitantes de um país, de uamregião, de uma cidade, como Italiano, Lombardi, Milanese, Napolitano.

 Hipocorístico – forma abreviada ou modificada, de cunho popular e coloquial, de um nome; de Antônio, se formam os hipocorísticos Tonho, Toni, Toninho.

 Fitônimo – nome de palanta como olmo(olmeiro) vigna (videira).

 Hagiônimo – nome de santo, como Santo André, São Paulo, São Pedro.

 Hagionímico – sobrenome derivado de nome de santo, como Andreis, Petri, Pauli.

 Matronímico – sobrenome derivado deo nome da mãe e significa sempre filho de, como Agnesi (filho de Inês)De Maria, Di Anna.

 Pan – italiano – sobrenome, neste caso, que ocorre em todo o território da península itálica, como Rossi, Bianchi, Ferrari,

 Patronímico- sobrenome derivado do nome do pai e significa sempre filho de, como Petri, (filho de Pedro) Bernardi, Di Lauro.

 Sobrenominização – processo de transformação de um nome, de um apelativo em sobrenome.

 Topônimo – denominação de locais geográficos, áreas, países pontos de referencia, como italia, lácio, montanha, lago, rio, praia, praça, paço municipal, etc.

 Tomonìmico – sobrenome derivado de um topônimo, como Pisa, Roma, lago,Dal filme, Costa, Montagna, Piazza, Della Via.

 Zoônimo – nome de animal, como leone (leão) bue (boi).

 

 Uma listagem mais complexa dos sufixos que concorrem para a formação dos sobrenomes e também para a derivação lexical no idioma italiano pode ser encontrada num boa gramática histórica. Aconselha-se a leitura da Gramatica Italiana e dei sui Dialetti de Gehrad Rohlfs de onde, salvo pequenas alterações, foi extraído o elenco apresentado acima.

 Seria demasiado longo e enfadonho exemplificar cada um destes sufixos com alguns sobrenomes em que o mesmo se faz presente. Convém observar que os sufixos constituem a mairo fonte mulplicativa dos nomes familiares italianos. Estes concorrem realmente para, acredita-se decuplicar as formas originais dos sobrenomes italianos. Os exemplos falam por si. Do antropônimo Giovanni, resultam vários hipocirístico, como foi frisado anteriormente. Tomando-se um deles, Zan ou Zane, por exemplo, obtém-sem com a sufixação, sobrenomes com Zanin, Zanini, Zanon, Zanoni, Zanette, Zanetti, Zanotti, Zanotto, Zanella, Zanello. Zanelli, Zanengo, Zanenghi, Zanet, Zanet, Zanesi, Zanessi, Zanicchi, Zaniol, Zanioli, Zaniolo. Zanol, Zanolo Zanola, Zanot, Zanus, Zanuso, Zanussi, Zanut, Zanuto, Zanutta, Zanutti, Zanoto, Zanata, Zanatta, além de Zanni, Zannini, Zannoni,

 Ata, ita, uta: Deverbal, qualidade, noção temporal.

 etc. Assim também de Domenico, pode-se lembrar Domenichini, Domenechini, Domeneghini, Menichini, Meneghin, Meneghini, Menegato, Menegatti, Meneghetti, Menegotto, etc.

 Um fato interessante na formação dos sobrenomes é a dupla sufixação, Essa ocorre suficientes para verificar este fenômeno linguístico derivativo. Tomando o mesmo sobrenome Zane ou Zani, com o acressimo do sufixo diminuitivo otto, origina-se Zanotto; se a este, for acrescido o sufixo, também diminuitivo, ello, obtém sobrenome duplamente Zanotello. O curioso neste sobrenome é a sua carga semântica que foi perdida através dos séculos. Observa-se que Zane, Zani ou Zan representam hipocorístico que surge sob o signo de forte carga afetiva, pois se formou na linguagem popular e coloquial em que a afetividade e a benquerença propriciam fixação de todo hipocorístico.

 Outro exemplo idêntico, com o memo sobrenome Zani, se verifica-se com Zanini (com o sufixo diminuitivo – ino) e em Zaninelli com o sufixo diminuitivo – ello)

 Existem, porém sobrenomes com a tripla sufixação; e não são raros. Revendo o sobrenome Zane, Zani, forma-se Zanini com um primeiro sufixo diminuitivo; deste se origina Zaninelli, com o segundo sufixo diminuitivo; acrescentando-se a este último, o sufixo- ato tem-se como resultante o sobrenome Zaninellato, triplamente sufixado. Semelhante a este é o caso de Binellato; substraindo-se o último sufixo (ato), obtém-se o sobrenome Binello, Binelli; suprimindo-se o sufixo diminuitivo –ello rsulta outro sobrenome, Bino Bini: etc...

 Bibliografia:

 Mioranza, Ciro – 1940. Filius Quondam /Ciro Mioranza – São Paulo: São João Batista Editora, 1996

Pudin

Ingredientes

  • 1 lata de leite condensado
  • 2 latas de leite (use a lata de leite condensado vazia para medir)
  • 4 ovos
  • 100g de queijo de minas meia cura ralado
  • Calda
  • 1 e 1/2 xícara (chá) de açúcar
  • 1/2 xícara (chá) de água

Modo de Preparo

  1. Para a calda, dissolva o açúcar na água e despeje em uma panela. Leve ao fogo baixo para cozinhar, sem mexer, por 15 minutos ou até obter um caramelo dourado. Despeje em uma fôrma de buraco no meio de 20cm de diâmetro e gire para untar a lateral.
  2. Bata no liquidificador o leite condensado, o leite, os ovos e o queijo até homogeneizar. Despeje na fôrma e leve ao forno médio, preaquecido, em banho-maria, por 50 minutos ou até firmar e dourar levemente. Deixe esfriar completamente e leve à geladeira por 6 horas. Desenforme e sirva.

Ditos populares


Ditos populares

Tre mui e una cavala (três burros e um cavalo)

Aromai semo del gato ( A pessoa sem força)

Persona vecchia,malatia nuova.  Pessoa velha, doença nova).

O velho Mereb tinha um bar em Garibaldi, e dizia: para os seus dois filhos: Era amigo de Ibanor Corbellini.

Vardala ma no tocala

 Antonino, Antonino Um filho tinha cabeça de advogado

Outro tinha a cabeça de um burro quadrado.

Julio Mereb dizia para o Ibanor Corbellini. “Paulin, Paulin, vardá-la ma non tocá-la”  quando se referia as mulheres.

A ciate de la mia erba, che me encargo de la vostra merda. Nilo Parise

Tinha medo de ir de avião:  Para ele era melhor andar de gavião com os dois pés no chão (Checoni).

A esposa chamava o tio para almoçar: Libanore vien magnar um bocon

 

Mulher que enganou o marido de 9 meses de gravidez reduziu em 3 mesesrro

Miguel Barroco

Abril mapril mês que há de vir

Maio mamaio mês que descaio

Junho urro mês que vem a furro

 

Se faz de burro petiço

Prá comer milho socado.

 

O Pai do Nilo Parise

Comprou terras em Santa Catarina.

Quando voltou, perguntaram-lhe como estão as terras  por lá?

Tem muitos pinheiros. Pichari.

Aleta goleiro

Afirma Marco

Chuta ti nini que ghá le bicancue nove

 

Chi que vá lá rosa

Que ebassa la rama

Chi que vá a la fiola

Agrada la  mama.

 

Vino vinarello

Te sei bom e sei bello

A sito ti, fiol de un can

E bruto lazarone

Fiol de quela gamba storta

Adesso te doró  una condena

Te pianto zo per filipa

E te faó andar fora

Parla questa caná

 

Vino vinarello

Te sei fiol de la gamba estorta

Te fai parlar da gente per forssa

Te daró una bruta condaná

Rento per la boca

E fora perla caná

 

Mio nono se chiamava

Pancho Villa

E haveva la cravata

Rossa e giolla

Dormiva quase sempre nella stalla

Con due pistole nel Panciotto

E nel gilé

Da un  colpo

Ne ancassava trenta e ter

E per fortuna

Son rimasto solo me!

Agenor Bortollon

 

Dito populares

Mocinha moçau

Bobinha bobau

Três namorados

Vira num pau.

 

Piam pianeto

Se fá um bacheto

 

Deus te salve lua nova

Deus te dê lua crescente

Peça quando voltares

Me traga bastante dessa semente

Ob: deve mostrar a nota de dinheiro para a lua.

Rosa Viana aprendeu de sua patroa.

 

Quando deseja que a planta cresça, corte-a na lua minguante.

Quando deseja que ela pare de crescer, corte-a na lua crescente.

 

Mama mia, mi voi Toni!

Perque Toni, Toni magna tuto.

Quel chi chiapa guasta tuto, cosi,

E cosi faró anca mi.

Capuccino caseiro


Capucino caseiro

Marcia Rossato Scopel – Ana Rech

Ingredientes

1 lata de leite em pó

2 colheres de chocolate em pó

1 pacote de chanti-neve em pó

1 vidro de 1000 ml de café 

2 colheres de canela em pó

2 colheres de café de bicarbonato em pó.

Modo de fazer:

Misturar tudo muito bem, guardar bem vidro fechado, utilizar com água fervente. A quantidade e o açúcar ficam a gosto

 

Receita de rum

Fazer o pé de cuba com fermento (no caso 1kg de fermento com mais ou menos 150 de garapa). Deixar fermentar e, o período de fermentação depende da temperatura ambiente. Após esta etapa acrescenta-se o restante da garapa (melado ou açúcar mascavo), em torno de 500 litros misturada, se necessário com água, para deixar em 15º Brics. Para cada kg de melado/açúcar mascavo, acrescenta-se na média 6 litros de água para que fique nos 15º graus. Deixar até fermentar por 3 a 4 dias se for calor, caso contrário demora mais tempo.

O processo de destilação é o mesmo da cachaça. O rum deve ter 40º gl de graduação alcoólica que corresponde a 40º de álcool. Envelhecimento mínimo de um ano. Melhor o envelhecimento de 3 anos.

 

Receita para campari

1 folha de alacachofra fervida em um litro de água; uma garrafa  de groselha; 1 litro de graspa ou cachaça; misturar; feito o licor campari.

 

Receita para Campari

Um maço de losna; deixar três dias em um copo com cachaça de alambique. Depois disso coar.

Mistura com framboesa ou groselha, (garrafa de 600 ml); Um cálice de Bitter; Uma colher de olina; 2 litros de cachaça de alambique; Tomar depois de três dias. Não precisa guardar na geladeira.

 

 

Fermento natural para fazer cachaça

1kg de fermento;20 litros de garapa; 4 dias de fermentação. Tirar uns 15 litros sem os fundos (borra) e acrescentar 20 litros de garapa.

Refazer o processo novamente acrescentando a garapa necessária para uma alambicada ou mais, no caso pode ser 500 litros. Deixar em torno de 50 a 60 litros de garapa fermentada para acrescentar mais uma alambicada ou 500 litros.

Suco de gengibre com limão

500 gramas de gengibre; 2 kg de açúcar; 2 copos de suco de limão; 10 litros de água;15 dias num balde de plástico, mexer todos os dias; 15º engarrafar.

 

Cointreau – licor de limão

1 litro de cachaça de alambique; 400gr de açúcar branco misturado com cachaça. Colocar uma laranja sobre uma telinha para não cair dentro do pote. Deixar 20 a 30 dias.

Modo de fazer: Amarrar a telinha num pote para que a laranja fique por cima da cachaça. A laranja não pode encostar-se à cachaça. A cachaça suga todas as forças da laranja e o licor fica pronto.

Bibliografia

Ervas Medicinais. Remédios e Receitas Caseiras da Sabedora Camponesa. Coletânea popular. Organização e Sistematização Frei Wilson Zanatta. 3º Edicão. Candiota, RS; Instituto Cultural Pe. Josimo, 2015. 124p

Canção do Exílio


Canção do Exílio

                        Eduardo Dall’Alba

 

Minha terra tem parreiras

Onde canta o sabiá

Tem trabalho dos mais simples

Que não encontro por cá

 

Em cismar comigo a noite

Menor parazer eu encontro

Minha terra tem parreiras

Onde é difícil cantar

 

Minha terra tem parrreias

E colonos à deriva

E uma crise, das fortes

Que colonos algum se esquiva.

 

O metal da minha terra

Me ofusca a vista,

Foi uma terra fria e dura

E de difícil conquista

 

Não permita Deus que eu morra

Sem que eu volte para lá

Minha terra tem parreiras,

Onde é difícil cantar

Filó uma experiência de paraíso

                     Frei Rovílio Costa

 

Nas noite longas de inverno

fiavas vida e sustento:

pungir de um Vêneto eterno

no canto fundo do vento!

(Itálico Marcon, Porto alegre, amanhecer de 26/07/1971)

                O contadino (agricultor), durante os meses de inverno, tinha que permanecer em casa, pois não havia condições de trabalhar na lavoura. Se não  houvesse um trabalho doméstico, a vida se desenrolaria num constante e, por vezes monótono filó. As mulheres tinham o tempo ocupado em preparar refeições, costurar bordar, tricotar, fiar. Os homens também fiavam. A ordenha, para quem tinha vacas leiteiras, o fabrico do queijo, manteiga, requeijão era outra atividade envolvente. Mas a maior pare do tempo era livre. Surgiram, assim, os famosos contadores de histórias, especialmente às crianças para entretê-las. Uma atividade das mães era ensinar os filhos pequenos a decorar o catecismo e muitas orações ensinadas pelos mais velhos e que passaram de geração em geração.

                A palavra filó significa, na Itália, o conjunto de trabalhos manuais que podiam ser executados em casa, no período de inverno. Uma boa atividade era o encontro entre vizinhos. Uma família visitava outra e vice-versa.

                Para quem não tivesse o aconchego dos animais, na estrebaria, anexa à casa, o aquecimento  doméstico tinha que ser feito à base de lenha.

                Impossível seria enfrentar o inverno rigoroso, de muits graus abaixo de zero, sem o aquecimento pelo fogo doméstico.

                Mas escassa era a  lenha e hoje ainda o é nas pequenas borgatas onde ainda não chegou o aquecimento domiciliar. Que fazem, hoje, nessas localidades, as pessoas idosas, os aposentados que ficam em casa  sem o que fazer?  Para economizar lenha, costumavam reunir-se anciões de duas ou três famílias, um dia nesta outro dia naquela casa, até o anoitecer, para assim, queimar lenha numa só casa. À noite, retornando, acendem o fogo para preparar os alimentos e aquecer o ambiente. Em La Valle Agordina “Belluno” em 1984, visitamos um grupo de anciãos de três diferentes famílias, reunidos numa mesma casa, ao redor do fogo, num rigoroso inverno janeiro. As mulheres faziam diferentes costuras e os homens se ocupavam   contando histórias.

                Em nossas colônias não tivemos problemas do frio. Mas o filó passou a ser uma tradição ou uma atividade da noite, ou do anoitecer. Depois de escurecer não dá para trabalhar na lavoura, sentão prepara-se a comida, fica-se conversando, rememora-se o dia passado, os pais aproveitam para uma conversa pedagógica com os filhos e a harmonia se torna completa quando, finda a janta, todos, de joelhos, desfiam as contas do rosário, rezando o terço, agradecendo a Deus pela vida, saúde, colheitas, pedindo a libertação das inteperies e pragas e rezando pelos doentes, pelos falecidos...

                Na colônia, quando se determinava fazer filó em alguma família, juntava-se em casa, procurando chegar umas duas horas antes do horário dessa família ir dormir. Tinha-se o cuidado de chegar na família depois que já tivesse jantado. Aí se ajudava a lavar a louça, se o estivessem fazendo, senão se rezava juntos o terço, se o estiva alguém doente, era costume estivessem rezando. E seguia-se o filó...

                Se houvesse alguém doente, era costume visitar também no horário do filó, mais com visita mais breve e com outro ritual. Chegava-se, visitava-se o doente, ficava-se em filó com os familiares em tempo mais breve. Ao final, se o doente não estivesse dormindo, fazia-se a despedida. O filó era com os familiares, sempre da maneia que não perturbasse o repouso do doente.

                Quando, porém, alguém estava em estado grave de saúde, que demandava a presença de alguém, noite e dia, aí estavam os vizinhos, em rodízio, sobretudo à noite, para auxiliar nesses momentos difíceis.

                O filó era, pois, um momento de harmonia da família com sigo mesma, da família com Deus através da oração, e da família com os vizinhos através de encontros periódicos, ditados pelo bom-senso e pelo nível de amizade entre famílias de costume e tradições próprias. Hoje ainda, festeiros de capelas, presidentes ou distribuir encargos entre associações, quando precisam combinar atividades ou distribuir encargos entre associados, vão fazer filó à noite, e passam a limpo a situação da entidade ou instituição que dirigem.

                Os filós eram momentos privilegiados para a crianças que podiam encontrar-se e brincar  juntas; para os jovens que se instruíam pela conversa dos adultos e também tinham oportunidade de encontro com o bem-amado ou bem-amada; e com os adultos que descorriam sobre as culturas, preços, negócios, a troca de sementes o empréstimo de animais reprodutores, troca de jornadas em tarefas especiais, a necessidade de auxiliar alguma família que necessitava de mão-de-obra, por ter alguém doente. Enfim, o filó era, acima de tudo, uma grande escola de valores humanos e cristãos, de educação para sociabilidade e cidadania.

                A dureza de um dia de trabalho não terminava na subjugação pelo cansaço, mas na harmonia do encontro. Famílias que não se visitassem em filós, eram famílias mal relacionadas.

                O filó era também oportunidade de convidar os vizinhos, por ocasião da safra de pinhão, batata, amendoim, laranjas, nêsperas, pêras... Oportunidade em que se aproveitava o bom vinho caseiro. A sensibilidade sugeria que se convidadesse os vizinhos que não haviam produzido tal e qual produto para compartilhar com eles.

                As épocas de safras, eram oportunidades para convidar os amigos ao filó. Ao tempo da uva, convidava-se alguém que ainda não tinha parreiral, para comer uva e beber o vinho doce. O amendoim, o pinhão, a batata, os crostóli, o vinho, a graspa, o café, as bolachas caseiras, eram comes e bebes corriqueiros nos filós.

                Poder-se-ia citar muitos elementos do filó. Mas, o mais importante é aquele filó não esporádico, mas que acontecia todas as noites na casa de cada colono. O encontro da família, preparando-se para a janta, jantando, lavando a louça, fazendo trança, dobrando palha de milho para cigarros, limpando a casa... em meio a uma conversa panorâmica do dia vivido. A família transformava-se em antecâmara do paraíso quando, no final de tudo, jovens, velhos e crianças se ajoelhavam e rezavam conforme o costume de cada família. Crianças adormeciam sobre os bancos e tinham que ser levados à cama no colo, jovens também pegavam no sono e vinha um sacudão dos pais para acordá-los e reagir ao sono porque precisavam rezar. Ia-se à cama abençoado por Deus, com a esperança de levantar disposto e feliz para um novo dia de trabalho que terminaria com um novo dia de paraíso, com a mesma oração noturna, mas cada dia com motivações e intenções diferentes.

                O trabalho era o sinal do progresso, os frutos do trabalho eram sinal da bênção de Deus. Mas a refeição com todos juntos, com alegria e saúde era sinal da vida, da saúde e do amor entre pais e filhos, e a oração era o grande sinal do paraíso. O filó era, pois, a grande síntese da vida do homem em família, em vizinhança e em relação com Deus.

Bibliografia:

 Nós os Itálicos Gaúchos: Mário Maestri..,{et al.} . – Porto Alegre, Ed Universidade /UFRGS. 1996.

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Cachaça de cana


Cachaça de cana

Ingredientes

Raiz de mandioca, batata inglesas, cana moída, farinha de milho e água etc...

Modo de fazer:

Corte umas raiz de mandioca em pedaços, batatas inglesa, cana de açúcar esmagada e farinha de milho. Coloque no fundo de um recipiente com umas pedras encima. Após adicione a guarapa moída e deixe uns a dois dias até ferver, com um pouco de agua morna para ferver mais ligeiro.  Depois que ferveu tire para alambicar, mas deixe a cana aquilo que estava no fundo, somente acrescente novamente a guarapa, para alambicar novamente. Faça quantas vezes quiser o processo é sempre o mesmo. Na primeira alambicada saí o gredo, cachaça mais fraca, depois a corrente aquela que é mais forte

José Orido Felipe

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Arroz com Galinha caípira

Arroz com Galinha caipira
Ingredientes
1,5 kg de galinha caipira
100g de alho
3 cebolas cortadas em cubo...
4 folhas de louro
10g de pimenta do rei em grão
100g de bacon
400ml de vinho tinto
400ml de molho de shoyu
50g de caldo de galinha
50g de caldo de carne
200ml de azeite
1kg de arroz
Modo de fazer: em uma panela, esprema o alho e coloque a pimenta em grão, as cebolas picadas, as folhas de louro, o azeite, o vinho tinto e o molho shoyu. Depois, coloque a galinha cortada em quatro partes com o caldo de galinha e o caldo de carne. Leve ao fogo e então cubra com água. Depois de cozido, tire do molho e desosse a galinha. Junte a carne com o arroz e o molho, e deixe em fogo brando até reduzir. Sirva em seguida