sábado, 28 de março de 2015

Origem da Palavra Zanatah (zanatta)


Origem da Palavra Zanatah  (Zanatta)

          Zanatah: ( Dialetalmente: Zenàtah). Nome de forma árabe de um dos maiores grupos bérberes, vinculados, pelos genealogistas, com o ramo étnico dos Darisah, e que na história da Barberia medieval teve notável participação. A região habitada pelo Zanatah era, da Tripolitânia ao Marrocos, aquela que compreendia os planaltos de estepes e as margens do deserto, onde em grande maioria viviam vida nômade, constituindo assim aquele tipo turbulento e rebelde, hostil à vida civil e à ordem, cujo contraste com a região civilizada explica grande parte da história norte-africana.

            Foi por isso admitida, por alguns estudiosos, a opinião de os Gétuli da antigüidade, os Zanatah medievais e os grandes nômades árabes dos tempos modernos, sejam as mesmas gentes que constituíram os centros de resistência ao avanço dos vários povos colonizadores.

Os árabes de algumas regiões tunisianas, dos planaltos tunisinos, digo: planaltos algerinos e das planícies maroquinas seriam Zanatah completamente arabizados na língua.

Enquanto o antagonismo entre os tipos de ambientes físico-sociais é um fato certo, deve-se observar que as famílias Zanatah, que penetraram em regiões desenvolvidas, fundaram durante a Idade Média vários principados, entre os quais aquele dos  Äbd al-Waditas de Telimsan e aquele dos Merinidas no Marrocos e tiveram também alguma importância no ordinamento político e para o desenvolvimento cultural. Isto demonstra que o ambiente físico plasma essencialmente a vida destas gentes.

Para as línguas faladas pelos Zanatah ainda berberófonos Cfr: Bérberes.

Obs: Gétuli; Antiga população da África setentrional. ( Mauritânia e Numídia). (Enciclopédia  Garzanti, edição 63).

            Pesquisa feita em Treviso, em Istrana ( 15 Km) na Vila Lattes. Pelo senhor Zanatah Hilário. Origem da informação: Enciclopédia Trecani. Museu Baillo e Biblioteca comunal (prefeitura) de Treviso.

                              Treviso, aos 07-08-1971

Tradução Frei Antônio Guizzardi e Frei Paulo Fioravante Zanatta.

 

A leitura de sua pesquisa sobre a origem do seu patronímico me despertou a conveniência de um estimular a completá-la de um estudo sobre a pirataria no mediterrâneo.

Desde os mais remotos tempos (fenícios, gregos) exerciam essa atividade no “mar eclausus” mar mediterrâneo. Essa atividade se estendeu até 1830. Por  muito tempo a atividade foi exercida predominantemente  por habitantes do magreve (Norte da África), de cultura Islâmica. O seqüestro era atividade lucrativa e foi exercida durante séculos contra os navegadores cristãos. Eram  vítimas principais os habitantes do Sul da Europa.

Além dos presos de que eram vítimas  os navegadores os piratas praticavam incursões no litoral meridionais da Europa, as redes urbanas localizadas em lugares de mais fácil defesa ( elevações), muradas  nos contam a história do terror dos habitantes que o aviso dos sinos das Igrejas se encerravam atrás de suas defesas para resistir a cupidez dos agressores.

Não é de estranhar pois que o apelido Zanatah tenha penetrado na península Itálica ou na Sicília durante estas razias maometanas.

            Os contatos de populações nem sempre se realizavam num ambiente de paz. Também em clima bélico podem ser responsável no seu clima de violência pelo surgimento de mestiço e pelo rapto de mulheres. Talvez o nome Zanatah tenha se implantado na península Italiana em conseqüência desse doloroso procedimento que se estendeu como disse através dos séculos.                                    Prof. Eduardo Contreras

 BERBERE (bé)  S. 2 g. 1. Indivíduo dos berberes, raça que engloba povos muçulmanos da Africa setentrional. S. m.  2. Língua cananítica, aparentada com antigo libico, hoje dialetalmente muito fragmentada e com muitos traços de influência árabe, falada sobretudo no Saara meridional. Adj. 2 g. 3 Pertencente  ou relativo aos berberes.  ( Dicionário Aurélio. 2º Edição, ampliada Nova Fronteira. RJ.)

O Berbere é falado em dialeto muito numeroso em todas as ramificações do Atlas, e na série de oásis que sucedem por detrás desta cordilheira de montanhas até o Congo.  Outras línguagem do tronco arameano atestam a dominação das nações semíticas.(Hist Univ. de Césare Cantu Vol  X).

BERBERIS. Etnogr. Tribu de la Arabia que habita em las montanãs de Bamian, em el Khorasan Oriental. Suponen algunos que pertenece à la familia de los Hedsaré, aunque estos consideram , de raza inferior à los berberis. ( Enciclopedia Universal Ilustrada EUROPEO AMERICANA).

BERBER, cid. Da alta Núbia na margem direita do Nilo 20.000 h

BERBERE ou Berber, s, m. língua dos berberes. Adj. Relativo aos berberes.

BERBERE, RAÇA DA África sentritional, que compreende os Kabylas, os Tuaregues, várias tribos de Marrocos.

Berbere. Conjunto de etnias de línguas berbere que habitam a África do Norte. O problema da origem dos berberes, que ás vezes são consideradas como população original da África do Norte, ainda não está resolvido. Divididos em numerosas tribos rivais, mas  capazes de se unirem momentaneamente contra os estrangeiros, os berberes (nasamons e psilos da Líbia, garamantes do Saara, númidas, getulos e mouros do Maghreb) não constituíram Estados centralizados e duradouros. Os poderosos reinos númidas de Masinissa e de Jugurta e o reino mautirânio de Juba II foram exceções. Os berberes sofreram a influência civilizadora de Cartago e, em menor medida, de Roma. Os berberes opuseram aos árabes uma resistência feroz (feitos da lendária Kahina ou maciço de Aurès), que retardou a conquista. A Islamização fez grandes progressos no início do séc. VIII, e os berberes formaram o grosso das tropas que conquistaram a Espanha. No Maghreb, opuseram-se ao poder central árabe, adotando doutrinas religiosas cismáticas: kharidjismo (século VIII-IX), xiismo fatímida ( séc X). Duas dinastias berberes chegaram a unir a África do Norte sob sua autoridade: os almorávidas (nômades do grupo dos sanhadjas) e os almôadas (sedentários do grupo dos masmudas). No séc, XIII, o Maghreb foi dividido entre os reinos háfsida, abdaluádida e marínida, cujas soberanos, de origem berbere, adotaram a civilização arábico –andaluza. As tribos berberes das montanhas escaparam ao controle destes últimos. Formaram as ilhas berberófonas da Argélia e do Marrocos contemporâneos. Grande Enciclopédia Larousse Cultural. Pág 7

 

ZENATAS. Conjunto de populações de origem berbere que habita o sul da Argélia. Bilbliografia: Grande enciclopédia Larousse Cultural, nova cultura ltda. 1989 nº 24 pag 6053.

Berbere: Conjunto de línguas pertencentes à família camito-semítica, faladas pelos berberes. Grande enciclopédia Larousse Cultural, nova cultura ltda. 1989 nº 24 pag 737.

 

...Quando os azenegues conquistaram Audagoste, a aparência da cidade – “encantadora”, segundo Ibne Hawkal – era a de um vergel. Onde os nômades, muito provavelmente , se guardaram de viver. Acamparavam à sua borda, em tendas ou em precários abrigosde caniço e de ramos. Mas tinham sob controle o acesso à urbe e lhe taxavam o comércio, cuja prática deixavam nas mãos dos zanattas.  Do livro (A ENXADA E A LANÇA ) A África antes dos Portugueses de Alberto da Costa e Silva. Editora Nova Fronteira. Edusp.

 

BERBERE (BÉ) adj. m.e.f. (ár barb Etnol. Relativo aos berberes. S. m. e f. Indivíduo dos berberes. 1. Ramo da família lingüistica afro-asiática, que compreende línguas faladas por minorias do Norte da África e do Saara.

2. Qualquer uma dessas línguas ou conjuntos delas, considerado uma só língua com numerosos dialetos. S. m. pl.  Povo caucasóide do Norte da África, ao oeste de Tripoli, estreitamente relacionado aos europeus meridionais, egípcios e etíopes.

 

...Representantes mais puros da raça loura do Norte que várias vezes invadiu o território hoje português. À sua influência sobre a população portuguesa, Fonseca Cardoso atribui a facies mestiça que a cada passo se nota entre os portugueses.

A esses elementos juntaram-se os semito-fenícios, de que o antropólogo português foi achar representada mais puros na população piscatória do litoral interamnense; e entre invasores mais recentes, os judeus, berberes, mouros, alemães, negros, flamengos, ingleses.

Se as invasôes do Sul só fizeram acentuar, como pretende Haddon,( A.C.HADDON, The Races of Their Distribubution, Cambridge, 1929)  os caracteres fundamentais da população indígena, as do Norte trouxeram para a antropologia  portuguesa elementos novos e até antagônicos. Pág 248   Casa-grande &senzala. Gilberto Freire  46º edição Editora Record, Rio de Janeiro – São Paulo 2002

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